quinta-feira, 4 de julho de 2013

A Vocação como Ponte


"Um coração que nasce para ser livre nunca se deixa escravizar. E, mesmo quando perder a liberdade, ainda conserva o orgulho e ri do Universo"




Mozart.  Vocação e iniciação.




... Mas o mestre filósofo, iniciado nos grandes mistérios sagrados, possui chaves para racionalizar o que pensar.  O que significa isso? Saber expor de maneira simplista o mais complexo de uma experiência, contudo, o faz de maneira simplista com agravantes simbólicos, ou seja, sem que percebamos que a estrutura, a que se refere, possui pontos profundos, que somente aos iniciados podem ser revelados.

Blavatsky*, uma teosofista que passou a dominar tais estruturas, dizia que Nows era a parte interna do homem, aquela para qual devíamos nos refugiar (falta de uma palavra melhor...), pois o que estaria na base humana eram bases personalisticas, como o físico, o astral, os desejos, instintos, até mesmo a parte psicológica, se não levada ao cume de nossas consciências, seria parte da base.

No entanto, se tais atributos no homem fossem levados ao Nows – Deus no homem – seriam como ferramentas trabalhando em prol da elevação humana, desde o físico à moral. Para isso, no entanto, argumentos apenas não seriam louváveis para a consecução do ideal, mas a prática, e para isso – dizia ela – em Ocultismo Prático - “mata o pensamento”. Pois sabia que o homem atual deixava-se levar pelo racional e este refletindo a parte “debaixo”, por assim dizer, jamais veria a parte de cima.

O certo, assim, seria trabalhar, agora, em prol de uma sacralidade interna, com ferramentas que os próprios deuses lhe deram na personalidade, no físico, alimentando a alma diariamente com forças que a própria natureza nos dá, antes mesmo de nascermos. A vocação, antes de tudo, segundo os mestres, seria uma delas...


Mozart

E trabalhar uma vocação, ainda que esta não esteja de acordo com uma sociedade, ou que muitos já a estejam dessacralizando, é difícil. Até mesmo Mozart, o grande compositor, embora estivesse em uma época na qual muitos compositores estivessem se formando, outros cujo estrelato o influenciou, tivera que se sobressair ministrado por um pai exigente.

Mozart, prodígio, com suas sonatas mais pródigas ainda, fora descoberto pelo genitor aos seis anos de idade, quando ainda fazia suas necessidades fisiológicas na cama e brincava de cavalinho na sala. Seu pai, também compositor, viu que o filho nascera para a música quando lhe dera o primeiro papel. Pois nele salientava notas como o “Chico Xavier mirim”, o que o assombrou.

Feliz da vida, começou, juntamente com sua filha, que também possuía certo dom para a música, não gênia como o irmão, mas eloquente no piano, saíram para a Europa a demonstrar o que o mundo já ouvia em Hardyn, Christian Bach, porém não em um menino com idade tão ingênua.

Mozart via aquilo como uma grande brincadeira, porém, não muito, pois seu pai Leopoldo Mozart o pedia para compor e compor ao ponto de chegar ao extremo de seus limites – coisa que não acreditava o pai, “ele não tinha limites para a música” --  e assim, foi ficando adolescente, em busca de um emprego de músico nas cortes.

Em suas caminhadas, descobrira um grande homem, que mais tarde poderia vir a ser seu mestre, aquele que faria com que toda sua obra fosse voltada para o sagrado, pois acreditava que o menino prodígio fosse o Grande Mago, ou seja, aquele que, com sua obra, diminuiria o materialismo do mundo, ou que pelo menos fizesse com que a consciência em relação a nós mesmos mudasse.

Thamos, seu mestre, que, segundo autor Cristian Jaq, seria um dos últimos maçons a seguir a risca a filosofia da entidade, encontrava-se com ele às escusas, sempre o podando, levando Mozart a criar obras inesquecíveis, ao passo que, à época, não eram muito compreensíveis, pois eram como enigmas ao ouvido, mas revelavam mistérios da alma humana. Mozart não sabia, mas estava se iniciando, indiretamente, nos mistérios sagrados.


A própria iniciação de Mozart, podemos dizer, foi uma revolução na música clássica, a qual, desde 1756, em diante, não se pudera ver ou ouvir coisa igual. E não menos do que isso. Quem a ouve, hoje, sente um pouco de luz refletir na alma, ao ponto de ser você mesmo. E esse é o ideal da música, da real música. A revolução de Mozart gerou outras revoluções.





Volto com mais vocações.



-------------------------------------------
*Helena Petrovina Blavatsky

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A Parte que nos Falta

"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....