Buscar o passado é a busca de si mesmo. |
... Assim como Mozart, muitos na tradição tiveram que passar
por processos idênticos para se chegar a um consenso sobre si mesmo. Estranho
não? Um consenso sobre si, baseado em premissas das quais alguém, de longe, um
dia aprendeu a lidar com a sabedoria do equilíbrio, e dizer a mim ou a ti o que
fazer com nossas vidas rs.
Na realidade, esse Consenso sobre Si, sabemos, não é algo
fácil, visível, concreto. É um conjunto de características pessoais voltadas a meu
centro – ao ser. Esse, que subjaz a tudo que entendemos por personalidade,
caráter, os ilumina, os rega, a depender do mestre que encontramos... E Mozart,
o grande compositor, iluminado pela prudência divina, foi regenciado por um que
tinha como princípios a grande sabedoria egípcia.
No passado, com receios de uma decadência, muitos discípulos
foram iniciados às pressas, o que os transformou em renegados do saber,
deixando os degraus da iniciação pela metade. Prova disso foram alguns padres
que, ao tentarem se iniciar, ou quando completamente iniciados, preferiram cair
em devaneio pelo clamor da massa, desfazendo-se dos princípios que um dia
aprenderam e maldizendo-os.
Outro exemplo foram as tumbas egípcias, que, no passado,
eram encontradas apenas em vales de reis e rainhas, e que, no fim da grande civilização,
foram encontradas urnas, como múmias mal feitas, em templos que, antes, eram
para formação do individuo. Templo iniciáticos.
Por outro lado, nem todas as civilizações foram depredadas
com o tempo pelos novos sacerdotes*, houve várias escolas de iniciação – como já
fora explicitado aqui – que conseguiram manter a tradição de levar o vacacionado
à espiritualidade. E quando dizemos espiritualidade, não nos referimos apenas a
um cubículo fechado em que alguns falam besteiras, colocando a cabeça do
individuo em uma cuba de água, recitando versos de um livro antigo, e pronto...
pode seguir.
Falo de algo maior. E nada melhor para falar disso do que a própria
tradição, que um dia levou vários indivíduos a sabedoria, ensinando-os os
mistérios divinos, com base no que a humanidade necessitava – valores.
Tais valores foram encerrados na própria natureza, e
buscados pelo mais simples meio universal a que se pode trazer ao homem, a
oração, a comunhão com os deuses, o entendimento universal, a propagação
genérica a todos, com vista ao bem comum.
Porém, como salientou o grande faraó Sesostris III “O
Criador quando sorriu fez aparecer os deuses, e quando chorou, fez aparecer os
homens”. Dizia quando seu reino estava ao ponto de ser tomado por forças
desconhecidas, ao mesmo tempo frágeis em conhecimento, o que as fez
distanciar-se da grande civilização por tempo indeterminado.
Atualmente, vivemos do que sabemos, e o que sabemos é muito
pouco acerca do que um dia souberam os grandes homens em grandes civilizações.
Porém, não nos faz menores a época por isso, e podemos resgatar, com o que
sabemos acerca do passado, e referenciar, tentar internalizar e harmonizar, com
todas nossas forças, o tudo com o nada, pois, se no passado apenas alguns
puderam exercer o discipulado, é de entender que a nossa versão de melhorar
nossas vidas baseada em preceitos clássicos vai significar um modo diferente de
pensar e de agir com relação a nós mesmos.
As turbulências.
Desde o inicio, falamos em revolução. E, agora, pretendermos
fazê-la em nós, enfim, manter o equilíbrio, ou seja, entender a parte mítica do
violeiro que no barco junto com seu filho disse “filho, se as cordas estiverem
frouxas, não tocarão; e se apertadas demais, vão se arrebentar”**... Ouvir, em
nós, vozes inaudíveis acerca de nossos defeitos morais e éticos; fazer com que
nossos corações estejam abertos à Verdade, e entender que o mal nada mais é que
uma necessidade, apesar de que, na maioria das vezes, o próprio homem o faz de “pão
de cada dia”.
E assim, como Cristo no deserto, encontraremos Infernos se
fazendo de céus, e como Buda, em sua iniciação, choros e desesperos em nome do
nada, para que possamos voltar ao arcaísmo das ideias. Ele, diante disso,
sorriu.
E falaremos em referenciais e sua necessidade em nós.
Buscaremos no próximo nossos defeitos e, em nós, ainda que seja uma eternidade,
tentaremos consertá-lo. E quando nos referir a Amor, à Paz, a Verdade, a
Justiça, a Humildade, a Preconceitos, a Dor, a Vida, enfim, a Deus, nos
remeteremos aos conceitos clássicos e vamos fazer com que todos eles sejam
ladrilhos de nossos caminhos eternos, cuja eternidade começa agora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário