Iniciação egípcia: um ritual do passado que assegurou uma sociedade melhor. |
... Tudo que fazemos, hoje, ou a
depender de quem faz, pode ser um processo iniciático. Claro que temos que entender
o que seja isso, senão esbarramos em conceitos mais uma vez desvirtuados pelo
presente. Processo iniciático nada mais é que um processo pelo qual passamos
para mudar o que em nós pede para mudar. É, na realidade, uma necessidade
àqueles que um dia buscaram, de alguma forma, entender algum tipo de mistério.
No passado, “iniciático” só poderia ser relacionado aos discípulos que eram
voltados a busca divina, misteriosa, ou universal...
Pitágoras, Platão, Cristo,
Zoroastro, Plotino, Anaxágoras, Anaxímenes, dentre outros, muitos outros,
passaram pela iniciação dos mistérios sagrados e nos deixaram legados
incríveis, os quais, até hoje, nos iluminam nas horas vagas, ou, com
finalidades didáticas, nos fazem refletir acerca do que somos e do que a
sociedade é feita. E muito mais.
Estudamos, aqui, nesse blog,
várias escolas iniciáticas, nas quais e pelas quais grandes homens passaram e
soubemos, teoricamente, da real necessidade de tudo isso, mas, sempre, em nós,
fica aquela perguntinha que se sobressai nas horas em que nos sentamos no
pequeno sofá de casa, com a luz amena, a escutar nossos pensamentos... “Será
que o mundo moderno é assim em razão de não existir mais rituais tais quais os
do passado?”...
Talvez. Vimos, aqui também, que
no Antigo Egito, a necessidade de buscar a Deus por intermédio das iniciações
era quase que um processo automático aos sacerdotes, aos faraós, pois não se
podia governar sem a ajuda dos deuses. E aos sacerdotes, a iniciação tornava-se
mais idealística pelo fato de manter as forças naquilo que se fazia, e ao povo
que era governado.
Depois dessa recopilação, podemos
dizer que uma iniciação no passado fez com o período em que eram realizadas
fosse melhor, mas organizado, mais forte e, com certeza, mais voltado às raízes
humanas. Podemos dizer mais: a religião, de antes, tão vasta e respeitada por
todos, fazia brotar nas esferas políticas e familiares uma organização
estruturada em valores universais, não individuais.
No entanto, temos atualmente movimentos que ainda persistem em dizer que seguem regras semelhantes às do passado. Não acredito, pois é preciso entender que as raízes, quaisquer que sejam os movimentos, por mais bem intencionados que sejam, não são as mesmas, pois os frutos já nascem capitalistas, voltados a interesses escusos, os quais se revelam em roupas, carros, moradias, em viagens... Totalmente diferentes daqueles que se preocupavam com o materialismo, ou com a forma de pensar moderno em relação à própria filosofia de sua instituição....
Vamos nos fechar, assim, com a Tradição, que nos passou reais conhecimentos, legados à humanidade, que até hoje pedem e insistem para que o homem olhe para trás ou para si mesmo, no sentido de se transformar e melhorar o seu meio.
Partindo dessa premissa, nos
perguntamos, e hoje, o que fazemos para melhorar a nós mesmos dentro de uma
sociedade, ou até mesmo dentro da família? Será que a iniciação é o único meio
pelo qual toda uma estrutura pode se erguer e se transformar?
Boa pergunta...! No Antigo Egito,
ainda em fins de uma época dourada, quando os grandes faraós resguardavam
aquele país, sabiam que, apesar de tudo, a culpa pela decadência era do próprio
homem que não levava os rituais a sério. Diziam que os rituais faziam com que o
homem entendesse mais os mistérios acerca de si mesmo, respondendo-lhes os
questionamentos internos, e assim os respeitando, de modo a levar-lhes ao próximo
– ou à própria sociedade em que estavam, a praticidade baseada em preceitos
sagrados.
Na Antiga Roma, lugar em que
escolas iniciáticas fluíam, a prática era tão maior quanto à dos gregos, que um
dia beberam na água dos sacerdotes egípcios, mas que foram os romanos que foram
às batalhas e nos ensinaram como guerrear com os deuses no coração.
É assim, com os deuses no
coração, que sempre devemos trabalhar, levantar, sermos pertinentes, para que
nossa revolução seja certa. Abrir nossas mentes, deixar um pouco de lado nossos
conceitos musicais sobre o amor, deixar de mão a justiça interesseira, que só
serve quando estamos com a conta corrente recheada; além da verdade, ética,
moral, humildade, paz... Conceitos estes que nos constroem desde que somos
crianças, e que, por interesses culturais, familiares, e que por gerações
invadiram nossas vidas.
É preciso abrir a mente, mas
também o coração, essa ponte entre o homem e Deus, saciar nossas almas de
música, nosso corpo de paz, e encontrar em nós um pouco do que há muito
procuramos e não sabemos o quê, e por quê.
Um Mestre, Por favor...
Não temos elementos para uma
iniciação, mas temos nosso mestre interior. Ele vai nos reger e nos fazer
seguir pelas calçadas mais íngremes da vida, tais quais sonhadores diante do
sonho. Nosso mestre, podemos dizer, um dia nos irá aparecer e dizer “estava me
procurando? Pois eu nunca estive longe de ti!”.
E, em forma de raios de sol, no
abrir de uma janela, atingirá nossas almas como a uma lança, e, como um doce na
ponta da língua, sentiremos a natureza de seus raios, quentes, explodindo e nos
transformando em larvas ambulantes em nome de Deus.
O mestre, em sua grandeza, irá
nos revelar a natureza de nossa vocação, pelo modo mais simples e belo, ou
seja, o que somos e qual ferramentas usaremos para nos manter independentemente
do que podemos ou sabemos fazer.
Esse grande ser, que regenciará
nossos atos, traduzirá nossas angústias, revelará o porquê delas, seus enigmas
em torno de tudo que nos indignamos, e de nossas decisões, que um dia foram
aleatórias, mas que agora terão uma direção...
Para cima, e avante!
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