terça-feira, 23 de julho de 2013

Um líder para seguir

Sabemos que a humanidade, desde o inicio de todas as civilizações, necessita de um líder. Por quê? Quando olhamos para as estrelas, há sempre a maior, aquela que brilha mais, que torneia caminhos entre as constelações, mas sempre, como um ganso líder que voa e que é seguido pelos outros, a estrela maior aparece primeiro, e se vai.
Assim como a lua, que norteia caminhos, como o sol, que alegra o dia, como a terra, vista pelo astronauta, ao sentir no peito a saudade de casa, um líder deve ser. Feito de confiança, competência, coragem, determinação, além de virtudes, o líder é a ponte inquebrantável entre nossos objetivos e nós mesmos.
Ele, líder, pode estar na multidão, revelar-se, sobressair-se e conduzir a todos, do seu grupo ou de sua sociedade, ou país, ao que ele acredita, ou melhor, ao que todos acreditam ou, a depender do seu poder de persuasão, ao que podem acreditar.
No entanto, não esperamos que ele diga, “eu sou o líder”... E sim em virtude de seus atos, de sua complacência para com seu idealismo, e na força com que conduz suas experiências, trazendo para si as responsabilidades, em meio a dezenas, quiçá centenas de indivíduos os quais, de algum modo, se desvencilham em razão de suas naturezas, ou pelo medo de assumir o que podem,
O líder, por assim dizer, ao assumir o papel do próximo – daquele que teve medo de assumir --, tem outra responsabilidade, a de ser um pouco mestre. Ao sê-lo, entrega apenas a chave para a resolução da causa, sem que necessite leva-lo em definitivo para uma caminhada duvidosa.
 
Passeatas
Ainda ontem, passeatas foram feitas com intuito de levar às ruas o que há muito não se pedia em um país cuja forma de governo, democrático, só beneficia alguns que se julgam justos somente pelo fato de estarem em um lugar mais democrático ainda, para não dizer caverna onde se escodem para não serem presos.
Tais manifestações por um país melhor são necessárias em qualquer país cujo teor de respeito ao cidadão está abaixo de zero... Porém, eventos como esse, maravilhosos, beirando ao fantástico, sem lideres que traduzam a veracidade da manifestação, podem vir ao a cair no vazio...
 
Em Casa
O líder, dentro de casa, ao chegar, deve ser o espelho da casa, assim como a líder, quando apenas ela possui a vocação. Organizado, disciplinado, o abrigo em que mora deve ser limpo, cheirando a paz e ao mesmo tempo força, para melhoria de tudo que está ali, inclusive das pessoas que lá moram.
Um líder, no entanto, quando sente a necessidade de elevar-se, eleva seus membros, assim como um sacerdote moderno, que, em casa, faz questão que seu filho o seja, porque sabe que o espiritual é o caminho. Aqui, cabem os reais padres, pastores, bispos – muito poucos – anciões, os quais sentem o caminho dentro de si, tanto quanto os lideres de fora.
Roma Antiga
Na Roma Antiga, havia os grandes generais, e falar de liderança sem falar neles, é falar de amor, sem falar em união. Júlio César, general dos generais, a cujo nome César fora dado aos demais generais, inclusive aos Czares, vem de César, russos,  foi, em minha visão, o maior líder de todos os tempos.
Andado espirituoso, complacente com suas palavras, decidia, em plena batalha, o destino de seus homens. Sabia que sem eles a realidade era outra, assim também, sabiam seus soldados, que o mesmo seria sem Júlio César. Cheio de uma ética que transcendia palavras, César impunha fortaleza, semeava esperanças, colhia coragem em suas experiências, e, graças a sua religiosidade, tinha humildade em orar em direção ao sagrado, sempre antes das batalhas.
Houve um dia, quando soldados do grande general estavam sem soldos por vários meses, estes ficaram revoltados com o mestre, que, naquele instante, não sabia o que dizer àqueles grandes homens, que sempre o seguiram, por muitas lutas. A revolta, no entanto, dera mais forças a Cesar, o qual, com sua grande educação romana, fez com que todos o amassem mais ainda.
César, ao sentir o moral dos homens baixo, subiu no parlatório das reuniões, e se deparou com mais de quientos homens revoltados, pedindo aumento de soldo e mais terrenos, senão não participariam de nenhuma batalha. Olhou, levantou o braço direito, em sinal de silêncio, o que fora respeitado, e disse “Soldados, queria muito satisfazê-los, hoje, nesse momento. No entanto, temos batalhas a serem vencidas. O que posso dar-lhe, agora, em nome dos deuses, é algo maior que seus próprios soldos. A vitória”... E saiu.
O discurso, simples e rápido, não teria sido diferente dos outros discursos do grande general, se não fosse a palavra soldados. César sempre se referiu a eles como “amigos de batalha” – nunca como soldados... – Assim, presos às palavras do grande homem, todos, sem exceção, correram em direção a ele e pediram perdão, e juraram, novamente, morrer por ele. Era um sinal de admiração mútua, de amor ao grande líder.
 
Ramsés e a Batalha de Kadesh
Outro grande homem que nos trouxe um aprendizado notório dos grandes avatares, foi Ramsés II, um grande faraó e líder em sua época. Hoje, estampada em relevo nas construções egípcias, a Batalha de Kadesh, na qual o faraó se seus soldados, contra os hititas, liderado por Muwatali, outro grande líder, lutam ardentemente, traze um fato inesquecível a todos os admiradores da história mundial.
Ramsés, que em campo aberto, sentiu que seu inimigo era em maior número, viu seus homens literalmente correrem pelo lado oposto da batalha e ficarem, de longe, observando o inimigo ceifar a vida de quem ficava. Porém, não contavam com a força sobrenatural de Ramsés, que tinha a seu favor os deuses.
Naquele instante, em um momento de paz interna, ainda que fosse em meio a uma luta armada, Ramsés, com um leão e um cachorro de estimação, pediu aos deuses que não vacilasse naquela hora. Sua oração elevou-se ao mais alto dos cimos e alcançou seu mais intimo ser; assim, olhando para trás, vendo seus soldados intimidados, viu-se como um ser além de si mesmo.
O faraó, que há muito enfrentava exércitos de todos os níveis, pegou seu carro, e com seus cavalos na rédea, leão e cachorro ao lado, saiu, em nome de Seth, nome também de seu pai, e começou a ceifar cabeças de vários homens do exército hitita.  Dizem que muitos daqueles soldados, ao sentirem a fúria do faraó, correram em direção oposta, e sequer tentaram duelar com o grande homem que ali fazia história.
Depois disso, muitos de seus soldados voltaram e o clamaram como a um deus.
 
Um Líder para seguir
Antes de ser um líder, deve haver coerência, sensatez, referenciais. Os lideres, por mais voltados ao que faziam, na antiguidade, tinham seus referenciais, e, maioria das vezes, religiosos. Assim como o papa, um líder da igreja católica que se baseia em Cristo em sua palavras e atos, os grandes homens, antes de serem realmente lideres, possuíam, em si, a religiosidade, não confundamos com o que chamamos de seitas atualmente, nas quais muitos charlatões são chamados de lideres, mas sim com sábios, conhecedores de um universo que, para nós, é apenas motivo de reflexão. Homens que se mostravam líderes em seus atos, em suas palavras, e em suas influências diárias na vida das pessoas. Isso, repito, antes de serem lideres.
Hoje, com poucas aulas, nos tornamos lideres; com gravatas belas e um terno de linho, com uma casa de três a quatro andares, influenciamos, sem mostrar nosso caráter, pessoas de todos os tipos, e muitos, incrustados em sua pobreza de espirito, usam a inveja e se desonram a si mesmos ao seguir, como diria um grande escritor do livro Revolução dos Bichos, estes porcos e vacas.

 

 

 Ao líder de cada um.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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