Quando acordamos, pensamos muitas vezes em voltar para a
cama e não levantar mais. Certos pensamentos nos fazem retroagir, e a escutar a
parte de nossa personalidade que colheu no dia anterior apenas destroços.
Levantar, pedir aos deuses proteção, assim como em uma guerra. É o dia a dia de
muitos que se sentem oprimidos pelos próprios seres humanos, que em volta,
todos os dias, estão. Só esquecemos uma coisa... Também somos seres humanos.
E quando tal pensamento se ajusta em nossos mundos de modo a
nos revelar homens que não tem medo do levantar, do sorrir, apesar dos pesares;
de sufocar pensamentos frios e débeis, de imagens de seres vis que nos rodeiam;
de buscar, pesquisar e entender que somos parte desse mundo tal qual aquele se subjuga
melhor que outro, aí temos uma micro revolução.
Objetivos
É notório de cada um ir atrás de seus objetivos e por eles
fazer algo – e disso posse dizer-lhes de camarote – cria-se uma energia, um
núcleo natural de potencialidade interna, ultrapassando até mesmo certas dores
que se acumulam no intestino. Mas quando esta passa a ser no coração, filtro
maior dos homens de bem, não tem como não sentir a necessidade de realizar algo
maior que nossos objetivos.
Ao se realizar o objetivo, ou quando o alcança, vem o um
vazio a ser preenchido pelo glorioso sentimento de paz. Uma paz, no entanto,
que se esfria com o tempo, pois não se pode dizer que tudo que queríamos está
ali, diante de nós, ainda que seja um
castelo. Nossas mentes, corpos, astral, alma, tudo se revela inquieto como se
fossem crianças loucas a brincar em parques num domingo.
Por isso, quando se diz que morremos querendo realizar o irrealizável
é verdade. Não conseguimos deter-nos, e a esperança de nos modificar vai por
água abaixo. Tudo deve ter um aprendizado, nas mínimas coisas, caso contrário,
estaremos nos detendo apenas no superficial e dele retirando apenas alegrias
passageiras, as quais não queremos – e sim a felicidade real, regada a
sabedoria, amor, beleza e verdade.
O silêncio de uma revolução
Partir do individuo, sempre. Um filósofo um dia nos disse “Se
o pai de família vai bem, a família vai bem; se a família vai bem, a sociedade
também vai bem; e se a sociedade vai bem, o país vai bem...” – tudo,
pressupõe-se, parte do homem. Assim começamos a reverberar acerca de nós
mesmos, como grandes interrogações ambulantes, e nos deixamos levar pelas abjeções
do mundo, como copos loucos por vinhos, a encontrar somente água suja em forma
de músicas, artes, culturas em geral, baseadas em personalidades que nascem e
crescem em nome de si mesmas.
Mas isso sempre houve, e sempre haverá, o que precisamos é
entender que o processo de revolução material é feito pela quantidade de
pessoas dispostas em dominar um território, um país, um mundo, e mais tarde não
saberemos o tamanho do monstro; por outro lado, temos a revolução silenciosa, a
qual, fora dos critérios de massa, ao passo necessário a ela, que equivale a
traçar planos coletivos, baseados em premissas individuais.
O Individuo
Quando me refiro a indivíduos, trato não apenas da pessoa,
mas ao que a tradição trata internamente cada um de nós. Individuo, antes de
tudo, é aquele que não se pode dividir, indivisível. Algo que subjaz nossa
compreensão.
Quando Platão nos ensina, em sua República, acerca do comportamento
do individuo, refere-se ao que mais internamente possuímos, não externamente.
Quando nos remete aos guardiões, a mesma coisa. Homens filósofos, incorrompíveis, fortes, os quais detêm
todas as formas de violência mundana.
Para quem estuda o mestre filósofo, sabe que seu
racionalismo fez com que reis tentassem erguer repúblicas tais qual a dele,
porém, em razão de trabalhar o homem, de fazê-lo erguer-se contra as lhanuras
dos sistemas, foram barrados pelos interesses da época.
MAS, ainda que houvesse essa possibilidade, Platão teria que
revelar segredos na prática, pois o que se resguarda em seu livro, por meio de
mitos, é irrealizável. Por isso, melhor seria, assim como em outros livros
clássicos, como os de Plutarco, levar para si, buscando mudar, por meio de
ferramentas naturais, o que não se pode
mudar em sistemas – a não ser que este seja celeste.
Mundo das Ideias
Dai a ideia do Mundo das Ideias Platônico, do qual podemos
externar o que não compreendemos, mas nos sentir um pouco vaidosos por tentar.
Nele, a perfeição, a mais justa, como diria um grande professor, um circulo
mais que perfeito teria falhas no Mundo das Ideias.
Dentro dele, segundo Platão, o homem seria apenas sombras com
a necessidade de ser concreto. Contudo, o seu individuo, a que tanto cita em
sua república, estaria nesse mundo, pois seria o invisível perfeito, ao
contrário do visível imperfeito – falava da personalidade, dos desejos, das
vontades relativas, do profano advindo do mais baixo de seu ser. Não seria uma
tese, um projeto, um fim...
Mas o que os hindus chamariam de Krishina, o que os cristãos
chamam de Cristo, o que os budistas chama de Buda. E Platão chama de Nows no
homem.
Daqui a pouco, mais
revoluções.
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