quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Ignorância, o nosso saber.

Ignorância, boa ou ruim?


"Cegos de tudo ou pelo menos boa parte da vida, e isso conscientes"




E os questionamentos não cessam... “Meu Deus, por que tanta seca?”, e mais tarde...”Por que tanta chuva?”, e se perguntássemos, “Meu Deus, por que de tanta ignorância?”... A resposta é difusa, complicada, sem efeito prático, mas que possui uma carga natural de consciência... Uma consciência mínima, que nos faz acordar em segundos, e dormir em milésimos...

Os meteorologistas sabem que, cientificamente, existem razões para as secas e chuvas em excesso, mas também sabem que, por trás disso, há outras que apontam a real razão desse buraco negro em nossas vidas, o qual nos suga como partículas universais que não sabem o porquê de sua existência  ou porquê respiram -- falo da ignorância.

A ignorância, como dizia Platão, filósofo clássico, “É nossa única doença”. Não sei bem, mas se observarmos do ponto de vista dele, nos questionamos acerca do que sabemos e não sabemos, e baseados nessa segunda premissa nos vimos ancorados em hospitais, com aquela cara de sempre, em frente a um neurologista, ou dentista, quando os dentes doem, ou cardiologista, enfim, a terminar a série de “istas” por aqui, digo que, ao se tratar do corpo, sabemos pouco, ou quase nada...

Não apenas. Em leis básicas de trânsito, em outros comportamentos mais básicos ainda, estamos sempre a pedir auxilio a outros que sabem pouco, ou quase nada. Não tem como saber tudo, obviamente, mas é espantoso que queiramos saber coisas do alto, se nem mesmo sabemos como lavar uma... Louça.

Claro que há especialistas em tudo, talvez até em lavar a louça, mas nem por isso deixaremos de tentar lavar um copo, uma panela, enxugá-los, enfim, ajudar um pouco. Deixar as panelas brilhantes, os copos, a pia, passar panos no chão, deixá-lo brilhante tanto como um espelho, faz com que nos sintamos bem, em um ambiente bonito, saudável, assim como o que queríamos estar sempre...

Assim, também, há especialistas em trânsito --,os motoristas de autoescola,  dos quais recebemos a prática voltada ao volante, e como nos portar nas pistas, junto a outros motoristas, de modo que saibamos lidar com aquela lei que nos permite ir e chegar com o nosso veículo, aonde quer que queiramos...

E as consequências do que não sabemos, para onde vão? da louça mal lavada, do carro mal estacionado, do péssimo médico?... Já sofremos o bastante e entendemos que, em nossas leis básicas, se não as respeitarmos teremos a volta.

Para o alto e avante!

Enfim, para entendermos as leis do alto, trazê-las ao nosso convívio, é preciso que saibamos, antes de tudo, algum ensinamento, mas, a partir do momento que nos asseguramos de nossa condição humana, temos, com certeza, a priori, sentidos que nos ajudam a compreender tais leis.

Elas, no entanto, nos aparecem difusas, assim como a primeira vez que temos o comando de uma carro em nossas mãos, mas as leis do alto, assim como sempre o foram, não possuem resquícios físicos, os quais a tornam mais intelectualmente difíceis de entender – adeus a parte prática? – o que nos envolve em situações naturais de busca a seu respeito, na tentativa de desvendar seus mistérios, os quais, quando descobertos, sanam dores mais fortes que a da morte.

Não. Não é adeus a parte prática. Temos, na grande História da humanidade, um passado de civilizações que conseguiram, de forma simbólica, mostrar a parte superior do mundo, da vida, do cosmos, e a nossa parte superior também. Dentro dessa grande e maravilhosa sabedoria a respeito do sagrado, a prática, a grande prática que temos em nós como elementos confusos, dos quais, no passado, conseguiram fazer com que fossem mais que elementos teóricos, fossem, na maior parte de sua existência, tão concretos quanto a louça que lavamos... Eram formas claras de pensamentos, eram Deuses nos quais acreditavam.

Deuses

E dessas potencialidades retiravam o bem-estar de seu povo, por meio práticas sagradas das quais se alimentavam internamente (e externamente), como crianças que brincam e nem sabem a hora de comer. Mas comiam. E quando o faziam, respeitavam cada peça que ingeriam, e pediam bênçãos aos deuses e a eles agradeciam, mesmo porque cada um fazia seu papel no universo – mesmo que fosse seu pequeno universo, -- mas que se interligava junto ao maior e se revelavam educadores dentro dessa religião, a qual estaria tão presente na família, no trabalho, na guerra, no educar, em tudo, tanto quanto nós temos a certeza de que estamos vivos, hoje.

Talvez não saibamos mas o homem sofre mais que do todos os seres na terra, simplesmente porque tem a consciência de seu próprio erro, e sabe que sua obrigação como ser humano é deter as consequências de sua falhas passadas, vigiando as do presente. Talvez não saibamos mas morrer no passado era uma questão da qual não se podia fugir, por isso a tentativa de entendimento acerca dela, da morte, e hoje, milhões de anos depois, ainda tentamos ludibriar a morte e a vida, desfazendo de nossos principais conceitos do saber. É perigoso.


Nesses milhões de anos que se vão seguir, é certo que estaremos diante das mesmas leis que nos impulsionaram a nascer e a morrer, porém não saberemos o que estará em nosso lugar para tanto, pois o homem não é merecedor da vida, ou ultimamente não tem merecido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A Parte que nos Falta

"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....