terça-feira, 11 de novembro de 2014

O Olimpo Nosso de Cada Dia

Deuses: reflexos de uma natureza interna e externa.




Os deuses sempre fizeram parte da cultura universal, não somente aos gregos e romanos, egípcios, mas sempre, em todas as culturas, bárbaras ou não, todas as potencialidades coexistiram entre nós, e a cada ano, cavernas, templos e montanhas demonstram isso, quando escritas, sejam em relevo, por meio de desenhos ou escritas cuneiformes, hieróglifos, os deuses, no altar máximo do cimo celeste, serão sempre vistos como Pais incriados pelo homem...

Por que pais incriados? O homem, desde sempre, observou a natureza, sonhou e os realizou na terra, baseado em orações nas quais pedia forças para o trabalho, para a sua colheita, com vistas a se alimentar ou não perder o seu rebanho, e assim o será sempre... E os deuses, potencialidades naturais, foram "canalizados" pela vontade humana.

No entanto, sabemos que os deuses, a existir em olimpos imaginários e ao passo tão concretos quanto o próprio sonhador – o homem – revelam-se necessários não somente ao homem, mas a tudo. Sem eles, o universo não haveria. Sem eles, nem mesmo o espaço com suas estrelas, o céu com suas nuvens, o sol com seu brilho poderiam sequer pensar em existir... Apenas o Nada.

E como em culturas até o Nada é uma forma existencial de uma potencialidade adormecida, como o Caos, retiramos lições naturais de que nem mesmo deixando de existir eles deixam de existir.

Assim pensava o grego, que, harmonicamente, trabalhava em função de Ceres, deusa da Agricultura, e em Roma, de Marte, um dos mais incríveis deuses, que, para muitos, seria apenas o deus da Guerra, da batalha, do sangue, mas Marte também seria o deus de uma organização intrínseca, dentro da qual a batalha não somente a sanguinária seria mister de existir.

Marte, assim, como as pequenas lutas que temos fazia parte do dia a dia romano, e não somente ele, mas todos os deuses tinham uma finalidade, e cada um “pedia” um pequeno sacrifício para coexistir entre os homens.

Os mais iniciados – aqueles que cultivavam a crença em um universo formado por vários deuses, -- sabiam de um deus maior, do qual todos aqueles viriam. Não eram, no entanto, os gregos, romanos e egípcios, entre outros, homens que incitavam os mistérios mais sagrados com relação a essa inteligência maior, simplesmente porque acreditavam que os mistérios mais sagrados deviam ficar em seu lugar... E conseguiram.

Para compreender essa Magia, contudo, recomendam os antigos, buscarmos em nós esse sagrado, dentro de nossa alma, tão prática em desejos e sentimentos os quais podem se elevar e encontrar seu próprio Olimpo. E neste, o topo do mistério máximo, como forma Ideal.

Contudo, de tanto externar nossa busca, temos receios internos do que podemos encontrar em nós – mesmo porque somos humanos! – e claudicamos até mesmo na hora de dar “bom dia”, e isso nos transforma em seres propensos a desacreditar que temos mistérios, deuses e que podemos ser felizes com o que temos – dentro e fora de nossas possibilidades.


Os deuses, quando externados, nada mais são do que um espelho que o homem possui em si. Os filósofos sabem disso...

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