quarta-feira, 8 de março de 2017

À Mulher sacerdotisa, deusa do Amor, Rainha...





Ainda que eu me expresse em palavras mais claras e límpidas, como um céu pela manhã, quando o sol, em suas rajadas amarelas, confronta-se com o céu azul, deixando marcas de uma violência bela, ao teor de um sangue alaranjado, escorrendo no rosto das nuvens, incitando no nosso lágrimas que jamais entenderemos.

Ainda que rebusque em meu coração a mais complexa paz, somente para entender que a guerra é necessária, a dois, não a três ou quatro. E que tal guerra nada mais é que um teatro divino dentro do qual evoluímos, e nos tornamos  um pouco divinos a cada perdão, a cada abraço, ou mesmo um carinho...

Ainda que eu tente entender o caminho dos céus, das estrelas mais radiantes, a encontrar o porque de sua beleza, de seu amor, de sua dedicação, de sua preocupação com os detalhes que nos fazem donos de um motor que não pode parar.

Ainda que eu tente entender sua dedicação milenar a Deus, por meio de suas vestes, às vezes por meio de seu véu natural – teus cabelos lisos,-- que escorre como ondas negras acima de seus olhos, que me condenam a ser feliz, ou antes, hipnotizado por seus dons de fúria, que balançam o mar da vida, outras, pelo sorriso que me destrói em uma simplicidade tão infantil quanto o do filho que nasce...

Ainda que eu volte a milhares de anos, que chore a teus pés, quando rainha eras na mais perfeita das cortes, e eu teu rei, discorra feito menino acerca de minhas lutas e de minhas guerras nas quais venci, vem tu, com semblante sagrado, beija-me suave os lábios, destitui-me o ser guerreiro e me vences, sem armas.

Queria ser o Deus que perpetuasse sua vida, sua alegria, e te desse frutos de uma árvore não proibida, porém que ninguém mais além de ti pudesse tocar.

A ti, mulher, cujos dias são sempre os dias que nasceram e morreram na aurora; a ti, sacerdotisa, que une a família, os homens de bem; a ti, guerreira que nasce todos os dias, na sombra, nos sóis, que persegue Deus nas mínimas coisas, e por ele levanta pedras, edifícios, remove mares quando teu filho que passar.


A ti, esposa, cujo amor eterno cintila na casa, desejo que o mais belo dos dias seja somente teu, assim como todos os dias o são.

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