..Semana passada eu, minha esposa e filho saímos para jogar um boliche e espantar a preguiça que nos consumia dentro de casa. O mais interessante disso tudo é que meu filho é que nos bateu a tecla desde o início da semana passada para que pudéssemos espantar o mal que se aglomerava dentro de casa, em forma de calor, mensagens de celular, notícias de Carnaval sempre análogas à dos anos anteriores, enfim, queríamos sair, mas não tínhamos fé. A sorte, como disse, foi que nosso querido bambino nos preenchia com sua pequena voz em volume médio, mas sempre nos martelando, a dizer... "Vamos para o boliche!" -- e fomos.
Não muito longe de casa, o Pier 21, que é um misto de shopping center com feira livre, foi nosso local de espontâneas ações em prol de um filho que desejava respirar um ar diferente ao do computador e do celular, que tanto enche o saquinho dele nas horas vagas, ou seja, sempre. Entramos, e fomos logo subindo as escadas principais, no sentido diagonal, com vistas a entrar, brincar e ir embora -- ou não.
Havia muita gente por lá. Famílias inteiras disputando um lugar em meio a outras que sorriam, cantavam, relaxavam e bebiam em nome da alegria de viver longe dos blocos de carnaval, que faziam arrastões o dia inteiro e a noite inteira, a cantarolar as mesmas canções de sempre.... Foi lindo. E pensar que entramos, colocamos nossas sapatilhas antiescorregões, pegamos nossas bolas pesadas, de sete a quatorze quilos!, jogamos nos pinos, que por sua vez iam e voltavam à medida que o derrubávamos. Meu filho e eu disputávamos sem pena!
Após a diversão, resolvermos comer pizza. Ao descer as escadas, nos deparamos com uma pizzaria excelente, que trazia além de pizzas uma belíssima entrada com jantares, petiscos, etc, e, por que não dizer, pessoas bem bonitas também?... Assim que entramos, minha esposa viu seu celular a tocar e o atendeu. Era sua tia com problemas conjugais. A partir daí, as brincadeiras, as falas, os diálogos, tudo se foi. Olhei de rabicho para outras famílias que estavam ao meu redor: todas elas compondo mesas de até dez lugares, entretanto, sem mesmo olharem-se: cada qual olhava seu celular, assim, de forma individual, como se estivessem sozinhos -- juntos, mas separados.
Olhei para o meu filho, busquei nele a alegria de sentir sua presença, de modo romântico e paternal, como se fosse a primeira vez que o estava vendo. Enquanto isso, esposa no celular, pessoas a pedir petiscos, e mais celular; e crianças chegando, pais se alimentando, no celular.
Quando tudo acabou, fiquei feliz porque, enquanto a maioria se perdia, eu me encontrava, me sintonizava com meu querido filho, o qual, naquele dia, me fez aprender que devemos estar perto em sentimentos, buscando encontrar os verdadeiros mistérios da vida, no sorriso, nas palavras, na fé de cada um. E isso, só estando muito perto.
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