... Um dia, um grande mestre nos escreveu antes de ir para o céu dos mestres, "as pedras são seres estáticos, que embelezam a terra, mas são estáticos, não crescem, não são como os animais; estes andam em horizontal, como a matéria, como o lago que permeia na vista, tão belo, não sobe; a planta cresce, verticaliza-se, mostra-nos o caminho, ao passo que nós, humanos, crescemos, nos verticalizamos, sabemos a direção do sol, no entanto preferimos ser plantas..."
Ante ao que o mestre disse, só tenho a dizer que há também o homem em características distintas, como semelhantes à pedra, quando não fala, não cresce, e bate no peito, emocionado, a dizer que não precisa mudar nada quanto à vida, quanto a seus projetos. Além do homem animal, que, atualmente, anda na horizontal, reivindicando prazeres instintivos, como a um cachorro preso pelo dono, ou mesmo um leão, que necessita manter seu reino. Podemos muito aprender com o leão, mas não em critérios que nos limitam fisicamente.
Quando o mestre nos assemelhou à planta, queria expor nosso lado emocional, psicológico até, voltado ao céu, mas com uma característica frágil, sem a concrectude natural de um ser que usa a vontade quando mestres nos conduzem ao céu tanto clamado pelas tradições. A planta sobre, cresce, se edifica, e nós idem; a diferença é que dormimos e acordamos com a água do ideal, que nos rejuvenesce ainda que tenhamos cabelos brancos.
A água da planta a faz crescer, e sua parte biológica trabalha às escondidas por baixo da terra, o que, nesse caso, poderíamos dizer que o ideal nos faz, assim como na planta, mais fortes, mais humanos, a partir de pequenas gotículas não físicas que são nossa crença nos valores tradicionais, como a Virtude, a Justiça, a Beleza, a Verdade, enfim, e assim como nas plantas os raios solares do ideal nos eleva a seres sagrados, que somos.
Ao preferirmos ser plantas, estacionamos na terra, ao crescer sem rumo, como árvores. Ao nos igualar a elas, não nos aprofundamos no que somos, sem conhecer nossa razão de estar vivos, plenos de vontade em direção ao que aquela bendita voz nos murmura desde pequenos; com raiz a no materialismo, sem retirar os pés da terra, das dores, sofrimentos, daqueles humanos que nascem realmente como são: não pedra, não planta, e sim animais de várias cabeças, como personalidade várias que nos detém em nossa caminhada matinal em direção ao ideal.
Se queremos ser plantas, sejamos fortes como as sequoias, que não se debruçam com o vento da tempestade; sejamos fieis à terra que amamos, e nela nascemos, e para ela iremos em corpo. Em alma, no entanto, não vamos, apenas como humanos crentes em uma realidade à parte, espiritual, que nos faz conhecer a face divina quando olhamos ao sol, a chuva, as plantas e os animais, quando o vento sopra.
Na antiguidade, tais características do homem planta igualavam-se ao mais sóbrio e mais belo homem, mas também àquele que morria sem saber o porquê da vida e da morte. Acreditava-se sim no nascimento do homem fogo, esse misto de vontade, beleza e sol. Sempre voltado às estrelas.
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