quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

O Bêbado e a Montanha

Pensam os bêbados de plantão que somente o corpo se vai, juntamente com seus elementos fisiológicos. Não. Não apenas isso. A emoções a que damos tanto credibilidade, nossos pensamentos, nossas dores e paixões... Também se vão. Nossos amores inventados, pensamentos elevados, tudo se vai. São peças que inventamos com o tempo. De uma alma doce que a tornamos salgada com o tempo ao fruto de uma pequena árvore a qual damos valor em demasia.

Pior do que o corpo é dar valor às mazelas humanas que saem de almas contaminadas, esmagadas pela infância que não tiveram, ou mesmo pelo ofício de fazer mal apenas por fazer. O que somos então? Apenas expressões naturais que se dividem em boas e más? Quem sabe! Mas não acredito e tenho em mim motivos de sobra pra isso,  e um deles é acreditar que estamos unidos em torno de uma Semântica Universal, que flui assiduamente em nossas vidas e mortes. Nada aleatório. 

Somos um fio circunda dentro de universos conhecidos e desconhecidos; somos átomos heróis que se questionam a respeito de divindades, partidos, sociedade e nações, a depender de nosso estado crítico. Mais que isso, somos parte de um ciclo Sagrado, como diziam os antigos, dentro de Sanssara, a Eterna Roda da evolução, do Carma e Darma, que nos persegue. 

Portanto, nem chegamos perto de ser 'apenas' seres que nascem, crescem, fazemos o que fazemos tais quais turistas sem pátria, e morremos. Longe disso. Temos um livre arbítrio para tomar consciência, para adotar princípios, para elevar nossas almas e quem sabe decidir sobre nosso rumo ante ao complexo significado do Tudo e do Nada. Sem existencialismo, por favor.

O que nos faz ser humano é a busca. O amor pelo objeto, pelo ideal. É o alcance do fio que um dia nos trouxe a essa jornada maravilhosa, a qual os antigos deram o nome de Retação. a qual nos belisca diariamente e nos tendencia ao que pretendemos ser como homens -- humanos. Temos, porém, os valores absolutos a seguir, elucidados há séculos e que nos trouxeram reminiscências naturais, claras do que realmente pretendemos: Amor -- A união da primeira fagulha universal ao ser humano.

Se o pensamento morre, que viva dele pelo menos sua intenção em relação ao Eterno, ao Sagrado; se as emoções morrem, que dela tenhamos lembranças de sua vertente ao alto, à maior das montanha: o Espírito Maior. 

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