segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Sem projetos, sem sonhos


Muito se tem reclamado da situação atual da política brasileira, que nos faz de chipanzés em um circo sem lona; muito se tem falado da gestão do atual presidente americano, (Pato) Donald Trump; da eminente guerra entre ele e o atual ditador da Coreia do Norte, kim Jong-Un, além de uma possível prisão do ex-presidente Lula (molusco) e das prisões inacabáveis de uma operação que promete ser eterna, a Lava Jato. A maioria discorre em torno de questões relevantes, dentro desse cenário caótico, como se fosse comentarista de futebol ou mesmo de escolas de samba, pagos pela Globo, ou seja, sempre com os mesmos verbetes. 

Por serem relevantes, floreiam, se debruçam em seus livretos, dançam, dão gargalhadas superficiais até chamarem a atenção do povão. Assim também é na música, que se transformou em chamatris pornôs para venda indiscriminada de cds, dvds, etc. Longe do que podemos chamar de som, ritmo, música ou algo semelhante. Acabou.

Tudo isso pelo fato de não haver projetos em direção ao que nos beneficia ou a pelo menos a uma camada da terra, ao chamados excluídos. Tais não desejam reclamar, se informar, ou mesmo correr em razão de uma possível guerra, querem sim se alimentar, como em uma grande flores inabitada, buscar refúgio em algum abrigo simples, viver. Longe dos doentes mentais, nos quais nos tornamos, em nossas opiniões sem sentido, em nossas práticas frias em direção ao nada, ou menos do que isso, ao pavor diário sem sentido.

Quando olhamos o passado, percebemos que houve criaturas que se levantaram de seus sofás -- maneira de falar,-- trabalharam em prol de uma casa, de uma família, sendo responsáveis, virtuosos, morais, práticos em seus princípios, deixaram-nos legados em forma de palavras, que até hoje lemos, relemos e tentamos sair do nosso sofá, mas... não conseguimos. O que há conosco? Será que nos acostumamos ao conforto do controle remoto, ou mesmo com a água quente?

Isso me lembra um grande professor de História, quando lhe fiz uma pergunta simples/complexa sobre a antiga Roma. "Professor, por que Roma caiu?", e ele, com toda sua experiência, falou... "Por causa do banho quente...". E depois disso fiquei a refletir acerca do que disse, e vi que estamos há muito decadente, presos ao nosso conforto, esperando que nações nos tome a cultura, nossa identidade, nosso nome e quem sabe nossa essência.

Pensei nos dias que acordamos tarde, com medo de fazer algo em prol de nós mesmos, de nossas famílias e sociedades, com medo de fazer errado ou mesmo regredir à era das cavernas com um simples ato. Vi que estamos atrasados em relação a eles, aos homens das cavernas, mesmo porque estes iam atrás de suas presas, alimentavam suas famílias, sem reclamar, morriam trabalhando por um sistema que acreditavam -- nós não. Não temos sistemas, temos uma Idade Média sutil, que pode ficar menos sutil e se transformar em algo verdadeiro e cruel. Simplesmente pelo fato de não fazermos absolutamente nada por nós.



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