São atos esses de loucura que transformam jovens em seres indignados com tudo -- os chamados rebeldes sem causa. Atos adivindos de idealistas cujas energias são mal canalizadas e jogadas ao vento, desencadeando protestos, criando seres aguerridos até mesmo em família, o que traspassa do objetivo comum de cada um, que é a mudança, que é o fim sem terror...
Daí, as canções...
Hoje, ainda se cantam músicas em incentivo aos jovens do mundo todo (pelo menos algumas), músicas de esperança de um mundo melhor a partir da democracia, do voto, das urnas, do pobre que sai de seu cantinho e vai, dificultosamente, apertar uma tecla e eleger um imbecil, às vezes pobre, às vezes rico que não quer sair do grande rio de capital que corre nos corredores dos congressos...
Mas não queremos apenas músicas, queremos seres nos quais nos basear, não incoerentes, cujas canções são alívios às almas e ao passo com um caráter nazista, que não se pode questionar o passado...! Queremos indivíduos que levam para si e para todos a realidade conectada ao céu...
Queremos a simplicidade do coração cantada em flauta, em violinos, violoncelos... Pianos; traduzida, ampliada, tocada ao volume máximo, e mesmo assim que nos faça dormir, sorrindo, sonhando com os deuses! É preciso, para isso, trabalhar a personalidade, a qual precisa de desafios, não de vícios, de loucuras, de aventuras loucas, mas de experiências nas quais se pode e deve tirar algo delas. Assim, poderemos crescer um pouquinho, a fim de que possamos sentir que temos “algemas”, e mais tarde, quem sabe, forçar a sua saída de nossas mãos... A personalidade deve sentir êxtase natural, não o êxtase forçado das drogas, dos vícios em geral, ou mesmo das vaidades pornográficas, as quais afundam o homem na miséria interna. O homem deve ser eterno, assim como a música....
Cavões Frios...
A questão é que ainda somos carvões frios, isolados em cavernas cujo meio para que possamos nos transformar em ouro é apenas um: a consciência. Alguns, os sábios de todas as épocas, que legaram seu fino ouro codificado, esperam no “alto da montanha”, e dependendo da cultura... do “céu” de cada um de nós – ou apenas alguns – essa elevação interna tão natural quando o ar que respiramos, mas tão difícil quanto subir à lua por escadas. O conhecer a si mesmo.
Somos mórbidos, invejosos, temos ambições contrárias, temos defeitos que, juram os homens, não conseguem voltar. Como dizia um mestre, se plantamos bananas, teremos bananas; se plantamos mandioca, teremos... Mandioca. A esperança, porém, desvirtuada pela consciência voltada ao mal, nos faz entender que somos donos do mundo, e teremos ouro plantando drogas; teremos paz plantando guerras genocidas; teremos alivio, plantando... dor; teremos respeito posando nus ou nuas em revistas....
Não nascemos complexos. Apenas somos voltados a valores secundários, como ter casa, carros, dinheiro, família, empregos... Não que tais valores sejam inúteis não, mas antes teríamos que estudar a nós mesmos, profundamente, saber do porquê de termos tendências contrárias ao que nos vale à pena. Talvez teríamos que substituir a educação atual pela educação clássica, na qual homens virtuosos nasceram e viveram, e deram exemplos de vida; talvez devíamos destronar reis e rainhas e começar do zero; mas destronar para iniciar a revolução humana, aquela que nos sujeita a sermos mais coerentes com nossos princípios, não apenas aqueles básicos, os dos pais e mães, mas também princípios adquiridos pelos grandes, e viver deles, ainda que para nós seja penoso.
Princípios...
Os princípios não mudam. Apenas a maneira de levá-los à vida é que mudam. Posso vir a construir uma casa com os mesmo tijolos que os do vizinho, mas posso ser melhor do que ele, pois não foram apenas tijolos que levantaram minha casa, e sim força de vontade, espiritualidade, amor, dedicação... Respeito. Os mesmos tijolos, ao lado, na casa do vizinho, foram postos de forma abrupta, sem vontade, com vaidosismo, sem amor, e com muito interesse de fazer outros serem menos do que ele. Assim somos nós... Ou seja, podemos ter um pouco de Cristo e de César em nós.
Podemos mudar, podemos elevar qualquer casa, castelo, prédio de maneira que, nós mesmos, sejamos os prédios, a casa, o muro... Mas temos que refletir que estamos elevando algo que nos pareça forte, tão forte que não deixa traspassar os ventos do mal nas frestas de nossas mutantes personalidades.
Por isso, dizem os clássicos, somos donos de nossos próprios caminhos. E, hoje, por sermos seres sem caminhos, batemos cabeça no racional encontrando valores que mudam com o tempo – não princípios. Somos seres que preferem a dor à calma, preferem o descaminho à reta; preferimos beliscar o mal, a procurarmos primeiro o bem...
Daí, nasce o vício. Das provas inconsequentes, nas quais nos afundamos pelo simples fato de beliscar e, mais tarde (mais cedo do que tarde), não conseguir delas sair. Somos volúveis demais!
O ouro...
O ouro não pode ser homem, mas o homem pode, um dia, vir a ser ouro. Contudo, seus instintos, em relação ao mundo, aos valores maiores, o levam para a depreciação, e isso, dentro do grande laboratório da vida, o distancia do seu áureo ideal -- ser, um dia, humano, tornando-o mais animal, mais vegetal, mais pedra, mais verme... Tudo é uma questão de escolha. E na escolha, ser forte, ser homem, ser eterno!
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