quarta-feira, 18 de maio de 2011

Cabeças e Precipícios (Fim?)

O que posso (ou podemos) tirar de tudo isso é que existem espelhos internos e externos em nossas vidas, e nos vemos em algum deles, de forma a nos melhorar um pouco, todos os dias, pois o que fazemos reflete nesse espelho – interno ou externo – e nos dá um norte, um caminho, seja para as pequenas coisas ou não. Mas não basta a uma juventude sem reflexos, semelhante a vampiros que se olham e não se encontram frente ao seu reflexo no espelho. Não, não basta.

Ainda que existam buracos em forma de crateras, nas quais se caem, sempre, não são maduros o suficiente para olhar para trás e enxergar o tamanho do erro. Estes regados mentiras, falsidades, ilusões – papéis de parede! – diluindo suas possibilidades de crescimento... Aqui, é claro, não cabem os jovens que assimilam a vida com trabalho, seriedade e amor – destes não se podem falar.

Contudo, a maioria, que deságua no oceano do mal, se inclina, todos os dias, a viver na mentira criada pelos amos dessa grande caverna chamada mundo, no qual apenas uma pequena parcela trabalha, estuda e se responsabiliza.

Um dia um grande professor nos disse “Os irresponsáveis adoram os responsáveis, pois estes sempre se preocupam em fazer algo por aqueles”. Infelizmente ele está certo. Dentro desse universo em que nos preocupamos com nossas atividades, e delas queremos nos livrar a fim de que possamos descansar, viver, ler, assistir ao espetáculo da natureza e, quem saber, viajar... Não podemos, às vezes, em razão de indivíduos que nos atrasam boa parte da vida – os irresponsáveis. Estes, em qualquer lugar do mundo, nos atrasam, nos envergonham e, por mais incrível que pareça, adoram isso...

A cara amiga, a quem aludo, se segura nas rédeas do esposo, a quem não obedece, a quem não admira, a quem lhe falta respeito. Porém, pelo ciúme que o conduz, não faz muita questão de procurar para ela um emprego ou mesmo uma atividade na qual ela possa se realizar provisoriamente...

Hoje, delgada, mas bela, acorda quando quer, vai atrás de suas responsabilidades quando aperta, ou quando surge um pequeno estresse, misturado com uma leve depressão, e só. Assim caminha uma juventude que não tem espelhos para se ver, pois morreria com a imagem de vampiros que passam, sugando a energia de pessoas que com elas se preocupam e que delas gostam.

Assim caminha uma juventude para um precipício que não tem galhinhos antes da queda para salvar-lhes. E quando surgem salvadores, aparecem dezenas e milhares de ideias que se contrapõem à virtude, à moral, às quais poderiam ser introduzidas, enfim, em suas vidas...

Estamos nós, salvadores, em extinção. E o número de jovens que se contrapõe à vida é maior do que o de formigas fazendo festas em açucareiros. Mas até mesmo as formigas trabalham, têm ideais, têm um caminho... responsabilidades!

A única solução talvez seja esperar que nós, os grandes do presente, semeiem no agora uma grande ideia, da qual se possa retirar o mel com gosto de tradição, da qual se retiravam os mitos, e destes o modo de viver e obedecer ao sagrado com vistas à evolução humana.


À MCC

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