terça-feira, 10 de maio de 2011

Geração Sem Rimas



Nascem com asas que dera o mundo,
Voam ao céu de plástico,
Esquentam-se no sol de vidro,
Molham-se em águas sem destino...


E sem caminho, colidem com o mal,
Assumem sua feição,
Destroem-se naturalmente,
Mentindo docemente.


Não cantam canções de amor,
Divagam sem vida em grupos,
Se vestem como espantalhos modernos,
E se dizem donos de si mesmos.


Sorriem como bonecos que são
Se alimentam do vil alimento,
Se embebedam e adoram o tormento
De acordar com dores na alma...


Não sentem, não amam, não vivem,
Como ciborgues a matar o mundo,
Devastam a terra do meu filho,
E pisam no chão que um dia foi meu...


Não aprendem, não ensinam,
Não morrem facilmente.
São tristes figuras sem mãe,
A cultivar o frio pelas ruas.


E dançam como índios em boates,
Pela chuva de ácido que chegou,
Desfazendo o que gerações montaram,
Construindo um império vil.


E sorriem como loucos,
Na certeza que são os corretos,
Mas choram pela lei bendita,
Que ainda impera nos céus.





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