sexta-feira, 27 de maio de 2011

Telhados de vidro

Em minhas saídas raríssimas com amigos da antiga escola de filosofia, como a de ontem, pude, mais uma vez, aprender lições incríveis acerca da vida – não é a primeira vez que isso acontece, e que, certeza tenho, não vai ser a primeira.

Achando eu que, por ser um homem que possui um carma imenso, não só físico, emocional, mas principalmente financeiro (rs), fui ao encontro memorável pensando encontrar amigos felizes por serem completamente voltados a uma direção mais firme, a um caminho menos estreito, a uma filosofia de vida mais prática.

A verdade é que eu, depois que sai da escola há mais de um ano, caí em devaneio passional e não pude me recuperar até hoje. Há outras consequências depois disso, não só no ramo do amor, mas o das finanças foi o mais cruel. Nunca estive tão endividado, e tenho medo de que isso tudo reflita em meu filho, Pedro.

Mas a questão é que sempre penso que sou o ultimo dos homens, seja em nível educacional, emocional, físico, porém, graças aos deuses, estou errado. Todavia, nunca aprendo e sou obrigado a ficar cabisbaixo frente a amigos que possuem uma vida melhor do que a minha, pelo menos no último quesito...

A minha filosofia parece ter ido embora. Quando em sala de aula escutava meus mestres, parecia que o sol de suas palavras me intensificavam a energia, me dando forças para a vida, aqui fora. No entanto, nem mesmo os livros que disponho em minha biblioteca têm me feito forte o suficiente para atravessar a ponte da vida prática. Eu tombei e não consigo me levantar...

E quando observo (observava há anos) meus amigos, acredito que eles, por possuírem uma vida mais regada a responsabilidades, a amor e dedicação aos filhos – e mulheres – sintetizam a disciplina a que tenho buscado tanto.

Erro meu.

Somos todos humanos. Pobres, feios, gordos, magros, ricos, miseráveis ou não. Não se pode medir o problema ou julgar as pessoas pelo que, visualmente, mostram ou tentam demonstrar. Digo isso porque somos fãs em esconder os reais problemas aos outros, até mesmo ao mais amigo dos amigos. Assim, nos enclausuramos e estouramos o balão do ódio da vida na hora errada com a pessoa errada.

Meus amigos, como percebi no encontro de ontem, são os mesmos. Possuem suas responsabilidades, suas disciplinas, seus amores às famílias, mas não deixam de ter problemas, e mais, tão maiores do que os meus – ou mesmo de pessoas que não são tão disciplinadas quanto eles. Enfim, somos humanos!

Filosofia...

Aprendi no mesmo dia que ainda não estou tão fora da filosofia a que tanto busco ou mesmo deixei há um ano. Dentro do que tenho em minha vida, posso dizer que minhas tentativas de sair de meus problemas traduz o que chamamos de guerra declarada ao inimigo que mora em nós. E não posso perder essa guerra.

Não posso deixar que minha imaturidade frente a certos sentimentos me domine, pois sou um homem que possui referenciais – que desaparecem e voltam em meus sonhos --, e sou forte em muitos outros que, para muitos, são telhados de vidro, ou seja, são predicados de tensões, de comportamentos vulgares, de caráter sutis e desagradáveis.

O grupo

Meu grupo de encontro se tornou mais forte, mais fiel aos princípios filosóficos, os quais sempre nos nortearam e que sempre, dentro de caminhos idealísticos, vai nos mostrar que humano não é apenas uma junção de sentimentos, corpos e vícios, mas, muito mais, é legar a nós mesmos um brilho que merecemos, pois somos filhos de um universo místico do qual se pode tirar amor, compreensão, maturidade, de maneira que sejam reais, não imaginários; e que sejam reais ao ponto de praticarmos um com o outro – amigos, família, filhos...

O grupo, semelhante a vários, possui uma tônica, ter a amizade como pano de fundo e o ideal no alto de nossas almas a espera de um novo encontro.

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