quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Dédalo e Ícaro (ensaio II)




O homem moderno possui aspirações modernas, o que não o difere dos outros do passado que também a possuíam. Algo ( o objeto) que o difere na realidade são os valores pelos quais se vive. Não são mais os mesmos. O capitalismo se enraizou em nosso âmago como se fosse aquela espada que se fincara presa na pedra, no mito arturiano.

Mas falar de capitalismo é falar de uma bola de neve, não o que a tornou bola de neve. Na verdade, passamos por períodos sombrios – como a Idade Média --, os quais, até hoje, se deteriora nas colunas mais importantes da sociedade, como a religião, política, família, dentro das quais se pode perceber que há um resquício de voluveidade do passado frio por que passamos. A Idade Média, talvez, tenha sido o principio da grande bola de neve.

Esse estado de decomposição dos valores pode ser visto nas esquinas do esquecimento, nas quais crianças se marginalizam, são presas, mortas às escusas; nas quais, senhores de idade são desrespeitados, e não há legislação que os proteja do mundo de forma clara... Assim, o esquecimento se faz, não só do que realmente éramos como também do que realmente somos...

Por isso, fica um tanto quanto difícil interpretar um mito. Se não vivenciamos reais valores, como identificar de forma clara o que somos por meio de uma ponte que nos fora deixada há milênios? Isso serve para não somente os mitos, mas para toda literatura clássica semeada pelo passado, contudo colhida de forma pessoal, interesseira por um presente que reflete um futuro mais sombrio do que a própria Idade Média.

É preciso nos despir, um pouco, dessa roupagem que nos sufoca è medida que falamos, andamos, e consequentemente nos mata.

Nas Civilizações...

Em todas as civilizações, sempre houve um estudo profundo acerca da alma e do espírito. Todas elas tinham sua definição acerca do universo, do homem, e da natureza como um todo. O nome de tudo isso reunido era Deus. Desde a mais ínfima partícula, até a maior delas – fosse uma montanha, um cometa ou o maior planeta --, a palavra Deus (deuses, Zeus, etc) era pronunciada como uma definição única. Na matemática grega, o símbolo de Deus era o Zero (0), por ser o inicio e o fim de tudo; ou seja, ali estariam reunidos todos os enigmas, mistérios, desvendados ou não, sintetizados em um só símbolo.

Tudo era símbolo para os iniciados. Cada um possuía uma carga do todo, de Deus. Não só para os iniciados, mas a todos cuja cultura, vivência, dependia de fatores religiosos os quais foram criados a partir de outras culturas, mais ricas, mais sábias. Por isso é que se diz que o símbolo, o mito, o conto não possuem donos, são atemporais – a Grécia, como foi dito, talvez fosse a única a fazê-lo com maestria. Não se sabe quem os inventou, mas, de alguma forma, são estruturas que ensinaram a Europa Ocidental e Oriental na educação clássica, com leituras de Homero, Heródoto, Platão, Aristóteles, etc, a ser o que são hoje: potências em cultura e educação.

Voltamos para finalizar.



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"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....