quinta-feira, 28 de junho de 2012

Canibais Modernos


Vamos refletir antes de dormir


Num passado não muito distante, havia tribos indígenas (de pigmeus) que se alimentavam de tudo, até mesmo de pessoas, diferentemente de outras que se restringiam apenas a animais, plantas. Não se sabe se é lenda, mas, ainda que nos reportamos a palavra canibal, sentimos um frio nas veias que percorre o corpo todo só de pensar o que ela significa...

No entanto hoje, fazendo parte de um contexto mais simpático, a mesma palavra pode se encaixar em outras circunstâncias nas quais o próprio homem moderno pode, vamos dizer..., exercê-la. Eh, é verdade! Pois não muito longe daqui, temos exemplos de canibalismo moderno, que sintetiza o comportamento nosso de cada dia em relação ao próximo...

Em repartições, em seções, nas ruas, nas estradas, o ser humano – não os pigmeus, claro – quando provocados no seu limiar, no chamado “calcanhar de Aquiles” – vira o chamado “bicho”, do qual ele tinha tanto medo quando criança. Simplesmente porque um dia um transeunte, um carro qualquer lhe passou a frente de maneira brusca, outras vezes, porque o chamaram de algo que lembrasse um outro bicho (mais feio), e entre outras coisas como simplesmente pisaram, literalmente, em seu calo!

Claro que são situações amenas diante de muitas nas quais um dia podemos contar aos nossos amigos, filhos e netos, mas são as pequenas que se transformam em bolas de neve quando não tratadas a luz de uma maturidade humana.

Se sabemos que estamos em lugares em que há pessoas com diversas educações, de diversos níveis, isto é, desde aquele que lhe dá um sorriso, até o mais animalesco possível, porque se chatear?

...Não tem jeito... O canibalismo aflora! Nos chateamos, partimos para cima da vítima e a comemos no tapa, nas palavras de baixo calão, chegamos a pisar em seus sentimentos, esquecendo-nos de que por trás daquele ser existe uma possibilidade universal de nos conhecermos bem melhor.

Enquanto isso não acontece, exemplos de ódio se alastram em forma de simpatias falsas, de sorrisos de Monalisa, em abraços políticos, em segredos cruéis que deixam o mais frio humano à beira do abismo do suicídio.

E como em uma batalha, após o sangue simbólico ao chão das agonias astrais, vem a dor de ter falado em demasia, a sutileza em reconhecer, lá dentro da alma, que o maior erro humano é a falta de tentativa de ser verdadeiro no sentido mais humano da palavra... Não como um verdadeiro animal, ou mesmo canibal, mas humano.

O medo, no entanto, de frustra-se e sair “perdendo” em discussões, nos faz partir para cima da presa como predadores tão terríveis quanto àqueles que vivem na selva africana. Pois, pior do que o leão, do que um jacaré, é um homem que possui consciência de seus atos maus e o transforma em arma para dar medo aos seus semelhantes... O leão impõe respeito, assim como outros predadores o fazem. Não porque devoram suas presas, mas porque há uma lei que o faz ser respeitado acima dos animais...
E o homem, por querer impor respeito por suas palavras e comportamentos vis, está  descendo as escadas da evolução humana, e se tornando um monstro moderno.


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