Traje do Herói |
Eu vi um homem no lixo da vida,
Amando profissões, suas ilusões,
E nele eu vi a ferida.
Ele anda, come e sorri para vida,
Cheio de ternos e gravatas,
Solidário a bravatas,
Só sei que nada sabia.
Faz do próximo seu assoalho,
E desfila como um soldado avante,
Não sabe se viera de pai ou mãe,
Bem tratado como amante.
É filho do nada,
E do nada soma sua vida,
Pois de tão vazio que é,
Morre sempre nas guaritas.
Não ama, e não se importa em amar.
Apenas em se iludir,
Pois corre a tua mesa,
Os papeis, a sobremesa,
Sobrevive em mentir.
Determinado ao sol apagado,
Ainda sim se admira,
Consegue frutos de seu público,
Tão fúteis em sua cria.
Ao vê-lo distante, não sinto nada,
Apenas um mal.
Pois carrega o mal do herói dos dias,
Fabricado pelas rinhas... Normal.
Vergonhoso e presente
Este ser deprimente,
Que se julga homem,
Tão triste ainda é a mulher,
Suposta esposa, companhia,
Que se julga rainha...
Dois lobisomens.
Tão fria ou seria heroína?
Ela não sabe o que é,
Diz-se ser dele admiradora,
Algum patrocínio ela quer...
Esse homem cresce,
Se torna presidente,
Vai ao cume das palavras,
E delas nada tece.
Seu modo de caminhar é tão discreto,
Julga-se esperto, camarada,
Se embriaga com a riqueza,
E da pobreza, execrada.
Esse ser não morre,
Ele dá frutos!
Tantos que o amam,
E de noite viram defuntos!
A justiça é dele,
Nada se pode fazer,
Racional e perspicaz desde a infância,
Tem trauma de ignorância,
E tem medo de perder.
Esse é o nosso herói de hoje,
Cujos sonhos são nossos pesadelos,
Sua alegria, nossa dor,
Mal caráter e conselhos...
Esse é o amado dos homens
Que se consomem na matéria,
Se procriam como bactéria,
E o amam como salvador!
Dele somos criadores,
Somos pais e protetores,
Agentes bestiais,
Versos do terror...
Não adianta a morte,
Como fuga do desamor,
Pois fomos firmes em fazê-los,
Entreguemos a ele, então, nossa sorte
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