terça-feira, 5 de junho de 2012

Heróis sem Poesia


Traje do Herói



Eu vi um homem no lixo da vida,
Amando profissões, suas ilusões,
E nele eu vi a ferida.

Ele anda, come e sorri para vida,
Cheio de ternos e gravatas,
Solidário a bravatas,
Só sei que nada sabia.

Faz do próximo seu assoalho,
E desfila como um soldado avante,
Não sabe se viera de pai ou mãe,
Bem tratado como amante.

É filho do nada,
E do nada soma sua vida,
Pois de tão vazio que é,
Morre sempre nas guaritas.

Não ama, e não se importa em amar.
Apenas em se iludir,
Pois corre a tua mesa,
Os papeis, a sobremesa,
Sobrevive em mentir.

Determinado ao sol apagado,
Ainda sim se admira,
Consegue frutos de seu público,
Tão fúteis em sua cria.

Ao vê-lo distante, não sinto nada,
Apenas um mal.
Pois carrega o mal do herói dos dias,
Fabricado pelas rinhas... Normal.

Vergonhoso e presente
Este ser deprimente,
Que se julga homem,

Tão triste ainda é a mulher,
Suposta esposa, companhia,
Que se julga rainha...
Dois lobisomens.

Tão fria ou seria heroína?
Ela não sabe o que é,
Diz-se ser dele admiradora,
Algum patrocínio ela quer...

Esse homem cresce,
Se torna presidente,
Vai ao cume das palavras,
E delas nada tece.

Seu modo de caminhar é tão discreto,
Julga-se esperto, camarada,
Se embriaga com a riqueza,
E da pobreza, execrada.

Esse ser não morre,
Ele dá frutos!
Tantos que o amam,
E de noite viram defuntos!

A justiça é dele,
Nada se pode fazer,
Racional e perspicaz desde a infância,

Tem trauma de ignorância,
E tem medo de perder.

Esse é o nosso herói de hoje,
Cujos sonhos são nossos pesadelos,
Sua alegria, nossa dor,
Mal caráter e conselhos...

Esse é o amado dos homens
Que se consomem na matéria,
Se procriam como bactéria,
E o amam como salvador!

Dele somos criadores,
Somos pais e protetores,
Agentes bestiais,
Versos do terror...

Não adianta a morte,
Como fuga do desamor,
Pois fomos firmes em fazê-los,
Entreguemos a ele, então, nossa sorte

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