Alquimia: transmutar sempre. |
Há muito, alquimistas de várias civilizações, entre elas Antigo Egito, Grécia Clássica, China, Mesopotâmia entre outros transformavam metais de pequeno porte em ouro. Não apenas, como também minerais, como o carvão, de modo a misturar elementos químicos, antropológicos e filosóficos para a realização de tais façanhas.
Para os alquimistas, era uma questão de transmutação – transformar um núcleo de qualquer forma vital em outro, completamente diferente --, além de idealizar a cura para todas as doenças, e de criar uma forma humana artificial talvez... Mas não no sentido literal da palavra: era uma questão de consciência. O mais rasteiro de tais objetivos, de que temos notícia, era o enriquecimento fácil da realeza...
Porém, aquilo que nos fica mais na memória talvez não seja a decadência de tais seres incríveis, os quais, um dia, tentaram produzir com parcas ferramentas o que, hoje, não se produz nem em sonho... O que nos mais vem à memória é a possibilidade de encontrarmos o verdadeiro ouro perdido, e os alquimistas nos deram esse real sonho.
Esse legado, com certeza, já nos vem sendo trazido como ondas no presente, que nelas há muito surfam os tradicionalistas da cultura Oriental e não menos da Ocidental, como Platão, Sócrates, Plotino, Heráclito, Zoroastro, e na Oriental, Confúcio, Buda, entre outros que sempre deixaram a essência humana a ser buscada em forma de mitos e segredos cujas portas ainda titubeamos em adentrar, pois chaves de algumas das filosofias mais necessárias “sumiram’.
Não por isso deixamos de estudar e nos aprofundar em matérias relativas ao que nos trazem ou ao que nos sobraram, como a grande República de Platão, suas Leis, o Banquete, e assim por diante, ou o Tao, de Confúcio, além da sabedoria budista! Quantas maravilhas que, aos poucos, tornam-se ouro em nossos caminhos tão parcos e sofridos.
É sempre bom, no entanto, entender um pouco mais sobre alquimia, essa arte bela que nos ensinou a acreditar que temos possibilidades, ainda que em tempos como o nosso, de mudança, cada um dentro de sua justiça, de seu caminho, com suas ferramentas, sejam elas filosóficas ou não, grandes ou pequenas, mas que, por serem pequenas chaves de acesso aos mistérios mais simples da vida, nos fazem crer que a humanidade tem jeito, que nós temos jeito, e podemos ser bons, semelhantes a essa essência incorruptível que subjaz à nossa alma.
Egito
Dizem que umas das primeiras civilizações a abordar o alquimismo foi a Egípcia. Seu nome, dizem, teria, no fundo, uma evidência natural. Não falo do nome “Egito”, que se significa, em grego “segredo”, mas ao nome Ken, deste pais, há mais de cinco mil anos – antes mesmo até das pirâmides. A palavra Alquimista, segundo contam, viria de Alken, que, mais tarde, daria “alquimista”.
Ali, os primeiros sacerdotes que estariam sempre voltados à formulas sagradas, entravam em contato com os deuses, e com suas fórmulas, transformavam pedra em ouro, dando margem a uma provável escola, muito depois, de alquimistas, que resguardavam segredos do como ser, do como fazer e do ser.
Grécia
Na Grécia clássica, assim como no Egito Antigo, teriam escolas de alquimistas a toda prova, no que mais tarde veio a se transformar em escolas iniciáticas de filosofia, as quais sintetizavam o saber clássico de todas as eras, realizando, por assim, dizer uma alquimia mais difícil, mais profunda: a alquimia humana.
Tal processo teve como base as filosofias tradicionais ocultas, nas quais até mesmo o mais sábio era um ser humilde, pois havia um processo tão longo quanto o próprio a que têm direito os seres vivos, era o ciclo universal de evolução.
Na escola de Pitágoras, por exemplo, havia os Acusmáticos, alunos que teriam que ficar, pelo menos, uns cinco anos sem se comunicar com qualquer pessoa, eram um sinal de transmutação para o discipulado.
Meso
Na Mesopotâmia, a paleomatémática e a astrologia foram meios pelos quais grandes alquimistas se concentraram para adotar uma filosofia mais prática, com relação à transmutação dos metais, a qual, mais tarde, graças a Zaratustra para trazer aos homens a palavra Verdade.
Índia
Antes de ser Índia, havia uma civilização mais voltada ao mítico de forma mais organizada, era a cultura Ariana, de Ariavarta. Nela, passavam-se os segredos de modo oral: eram os Mitos, nos quais a cultura se fechava e ao mesmo tempo permitia a compreensão a partir de elementos da própria natureza humana, se enraizar em preceitos universais. Até hoje.
Ou seja, os segredos alquímicos eram, de acordo com a tradição ariana (ou mais tarde hindu), a transformação do homem em algo maior, ou melhor, um ser capaz de, com sua própria ferramenta interna, a ser um sábio.
Alquimia de Hoje
Atualmente, não há laboratórios nem homens que transmutam a matéria. Se houver, talvez o façam da forma científica, mas não transmutando. Os reais homens do passado que o faziam era tão simples quanto qualquer ser que se encontra debaixo de uma árvore a descansar. Este homem ambiciona apenas em ser homem, uma junção complexa de éteres materiais e espirituais, dentro dos quais move-se um universo de leis aí sim complexas ao nosso olhar.
Porém, além de “éteres materiais e espirituais” somos a realização mais bela e perfeita que a natureza pôde fazer. Nós somos o ouro a que tanto procuramos, e quando digo nós, pode ter a certeza de que estou falando de algo que brilha no mais intenso escuro.
interessante essa materia..intensa,mas muito boa...
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