sexta-feira, 17 de agosto de 2012

A Idade, o Tempo e o Homem...

Cronos, o devorador de tudo.


A Idade e o Tempo
Em tudo que se toca, em tudo que se vê, há muita juventude, mas há também a perecividade. Nós, com certeza, não somos diferentes, simplesmente porque somos humanos. No entanto, em tudo que é inato ao homem e que possui a beleza real, transfigurasse em imortalidade, assim como as flores, que são perecíveis, ao passo imortais em sua essência. Assim, como o vislumbre dos raios do sol, os quais, na manhã edificam nossas mentes , corpos e alma, possui a eternidade... No homem, também. Pois temos a essência eterna.
O tempo, o grande Deus que consome a idade, as partículas relativas da vida, seja aqui ao lado de nossos semblantes, seja no infinito, alimenta-se das mudanças do grande Espirito imutável, o qual, estático, vê em seu corpo tudo ser sugado pelo Tempo, assim como um homem vê os frutos de uma árvore serem levados pelo vento, menos o inviolável tronco.

Cronos
Cronos, o grande deus do Tempo, começou a devorar os seus filhos, em uma carnificina sem tamanho, o que fez Zeus tomar partido e retira-lo do trono, tomando-o.  Simbolizando, portanto, uma evolução natural do universo, dentro do qual, mais tarde, significaria o aparecimento de espiritualidade no homem.
Cronos, o Tempo encarnado, ao devorar seus filhos, significando o próprio tempo voraz em todas as coisas sejam elas providas ou não de subjetividade, é um mistério para o ser humano, mas nem por isso deixa de ser devorado, pois faz parte do todo.
Por isso é que se diz que o próprio Cronos o criou (se fez), pois quem o criaria senão o próprio tempo? Até mesmo o tempo é corroído por ele mesmo!

Homem e Tempo
O homem tem um pouco de Cronos em si. Pois devora a vida, seu tempo, suas atividades, mas ás vezes esquece que ele mesmo se vai, e quando se depara com seu rosto enrugado perante o espelho – ou quando olha para trás e percebe mudanças no presente tão fortes quanto às do passado... – sente que Cronos bateu à sua porta, e que é hora de realizar-se espiritualmente. Aqui, Zeus aparece.
E este deus, em forma de pássaros, leões, visita o homem, mulheres, alimenta os desejos fêmeos, traz os semideuses como esperança ao mundo e sente na obrigação de tomar conta da humanidade, sempre a comandar os grandes Titãs – seus irmãos.
Estes, tão representados pelos elementos que formam o universo, demonstram, na relatividades natural da vida, que o homem é sombra e pó, contudo, possui, em si, a sacralidade natural dada pelos deuses.
Por isso e por muito mais, devemos nos encontrar sempre com os deuses quando podemos, em uma natureza que está logo ali, nos esperando para ensinar que até ela se vai, ainda que demore, porém sua beleza real não se encontra diante de nossos olhos, mas dentro de um espirito maior, perfeito, eterno.

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