terça-feira, 14 de agosto de 2012

Projetos, Idealismo e Ideal

Projetos, idealismo e Ideal...

O ideal constrói e modifica o homem.

São questões meramente humanas. E por isso, talvez, haja uma pitada de complexidade no quesito compreensão, quando elencadas, assim, uma atrás da outra. Na realidade, há uma pitada de subjetivismo, pois a depender de conceitos, podemos pegar dicionários, opiniões, sejam coletivas ou individuais, e trazer à tona semelhanças ou não à verdade ao que realmente são.
Mas uma coisa é certa, quando tratadas à luz do coração, todas se parecem. Pois é do homem trabalhar em projetos de forma bela e arquitetar, transformar e concretizar casas, edifícios, cidades, como se fossem filhos do próprio útero, do qual saem ideias magníficas e ao mesmo tempo temporais.
Desse Homem, podem sair pirâmides retiradas de um universo que pede para ser descoberto, e ao mesmo tempo resguardado para o próprio bem da espécie. Saem cidades sagradas, em homenagem aos deuses, e nela guerreiros para a sua proteção. É o idealismo humano tomando conta da alma, se alastrando como constelações, com intuito de iluminar o caminho do homem.
No entanto... A luz real vem do ideal que trabalha os aspectos internos do homem no sentido de fazer não apenas uma casa, um edifício, ou mesmo cidades, mas principalmente para trabalhar a si mesmo, em consonância com o universo...
Por isso, dizia-se na tradição “o que está em cima, também está embaixo”... Quer dizer que, diante do que temos, precisamos nos harmonizar com o Todo no sentido de nos igualar à Ordem cósmica, caso contrário serão apenas peças aleatórias, reflexos da imaginação humana...
Hoje, quando observamos os grandes edifícios, podemos nos questionar acerca de sua beleza, de sua grandiosidade, porém nunca por sua ligação com Deus, pois não há nenhuma.  Há a beleza relativa humana – o que não é pouco --, mas não chega a ser uma obra de arte atemporal , que permeará até mesmo depois da extinção humana...
A atemporalidade pode ser buscada nas obras de arte reais – em quadros, em esculturas, em músicas nas quais permeiam o simbólico, o mítico, e por que não dizer o mistério de cada um e do próprio universo? (já ouviram a Nona Sinfonia toda?)...
É uma das características que se pode perceber em  obras quando religadas com o Todo, quando estão em sintonia com a Natureza. Uma prova disso, claro, está na reunião de vários trabalhos feitos na antiguidade – dos gregos, egípcios, persas, hindus, etc – evidenciando quão somos despercebidos no quesito espírito, pois este é que norteou o homem no feitio das obras divinas.
No Egito, homens e mulheres, frutos da grande árvore universal, trabalhavam como crianças na estruturação das grandes pirâmides, as quais sintetizavam representações simbólicas, desde o primeiro tijolo ao último, dádiva não apenas a elas mais a tudo que faziam – suas casas, seus fogões, suas ruas, sua agricultura... Até mesmo, suas batalhas.
E disso nos despercebemos também, que, em nossas casas, moramos nós, seres que querem o respeito do próximo, do(a) parceiro(a)-conjugue, do filho(a); queremos dormir e viver como príncipes e rainhas, e comer e beber como reis. Além de tudo, queremos nos acomodar religiosamente e fazer daquele templo nosso de cada dia uma ponte entre os deuses e nós.
Com esse pensamento, talvez, serviam os egípcios o faraó, que era o homem-deus, cujo trabalho era realizar feitos em prol dos cidadãos daquele país. Porém, hoje, penso que seja muito mais que isso... Penso que somos escravos de pensamentos mesquinhos que traduzem nossa ambição fria ante o dinheiro e suas consequências, boas ou más.
Penso que não compreendemos os grandes cidadãos egípcios graças à nossa falta de espiritualidade, que se perdeu com a decadência humana na ascensão do capitalismo doentio.
Mas os projetos sempre vão existir de algum modo, até o ultimo homem; o idealismo, assim como os projetos serão filhos dos homens com vontade de mudar uma época, um mundo, com seus textos, com suas palavras, seus gestos, mas nunca irão muito longe se não houver ideal em seus atos, porque ele, o ideal, transforma o homem em divino apenas com seu pensar, e quando seus atos são feitos pelo ideal, a glória se faz, o universo dentro do sujeito homem se manifesta, e o mundo inicia seu período de esperança.

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