quarta-feira, 22 de agosto de 2012

E o Filósofo se foi...

 

 

 

 

 

Nas folhas que se vão nas águas

Tão frias e sem mágoas

Em divinos ribeirões,

Onde nasce meu coração

 

E colhe o homem na terra

Seu fruto embebido

De chuvas e segredo,

Nos mistérios que se vão.

 

E olha para o céu

Semeia a sabedoria,

Tão azul no seu dia a dia,

Tão bela na escuridão.

 

E as águas se vão...

Torneando seu espirito

Ainda cheio de pedras,

Naturais de uma imensidão.

 

Seu universo se abre como véu

E o mundo se fecha no Alcorão,

Corre como filho da vida,

E descobre o simples prazer do pão.

 

Nada mais se vai,

E desaba estático em seu duro chão,

Morre na ignorância eterna,

E na relutância arcaica do não.

 

E o Filósofo se foi...

nas cavernas do seu dia,

Alimentado pelo fogo dos amos,

pelas sombras da vida.

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