Somos tudo e nada. |
Sabe-se que somos mais que Corpo,
Mente e Alma. Somos peças fundamentais em um universo que necessita ser
compreendido para que a nossa própria existência não se torne apenas um joguete
de pequenos seres humanos que detêm a maioria das informações acerca dos
mistérios da vida e do mundo... Nossa existência tem um sentido, tem um
processo dentro do qual nos permite evoluir em todos os sentidos.
Alguns desses pequenos, a de
saber, progridem em seus objetivos com a finalidade de manipular outros seres
humanos; outros, no entanto, baseados em premissas clássicas, nas quais o
conhecimento e a sabedoria são nortes do homem, nos fazem repensar essa
estrutura bela chamada universo, não apenas o de fora, mas principalmente o de
dentro de nós.
E, hoje, como alvos de um
processo discriminatório-voluntário por parte daquela minoria que nos confunde
o racional, somos obrigados a lutar como guerreiros em nome de uma verdade que
há muito se desconhece, a verdade sobre nós, seres humanos. Obrigados a
batalhar, como grandes generais, contra mentiras que governam mentes, corpos e
almas de gerações, desvirtuando a real educação a precipícios metafóricos,
porém tão reais ao ver do filósofo, que produzem efeitos piores tanto quanto o
precipício literal.
Contudo, dentro caverna-mãe, na
qual nascemos, morremos... e nascemos... Possuímos semânticas que nos fazem, às
vezes, pensar que somos tudo e nada. Que somos deuses ou meramente vermes, em
busca de justiça, verdade, coragem, cada um dentro de suas possibilidades.
E realmente, somos tudo e nada,
ainda que acreditem que somos apenas sombras e pó ambulantes, em vias
tortuosas, em um mundo que nasceu para viver e conosco harmonizar-se. Somos
vermes, árvores, plantas, terra, sol... etc, os quais burlam em nossas almas,
às vezes, em características tão evidentes, que precisamos, dentro delas, nos
enxergar melhor e quem sabe voltar a ser humanos-humanos.
Símbolos do Homem
Antes, porém, teremos que seguir os degraus dessa identidade metafórica e galga-los com a finalidade de sermos o que pretendemos ser: humanos.
Homem-verme
O homem-verme rasteja junto com
seus entes, em busca do lodo, da dor, e tentando subtrair do próximo o que não
tem, bate no peito e sorri ao conseguir, por meio escusos, um pouco da lama
fria que o alimenta.
Homem-terra
O homem-terra, pela sua
materialidade, não perde nunca meios de subir, seja no lodo ou mesmo em cargos
em repartições públicas, pois, para ele, o que importa é está acima das
possibilidades terrenas, dos outros. Para isso, vai sorrir forçosamente ao
amigo, ao irmão; vai enganar seus pais, e passará ao seu filho o que muitos
homens, até agora, em uma educação falsa, o fazem: “o que importa é ser simples”, vão dizer, e, na
prática, terá o prazer de ver seu filho como um advogado, antes de sua vocação para gari...
Ao contrário do que pensamos,
somos todos terra, mas, dentro de nossa natureza, alguns se conscientizam da
necessidade de sê-lo, pois acreditam (os) que a terra e o valor dela são apenas
sinais de que podemos transcender dentro de possibilidades que ela mesma dá.
Homem-árvore
E na terra, o homem-árvore é aquele que não
se abala com a tempestade, com o sol em excesso, com opiniões, como a
escuridão, e, graças a terra – aos seus valores básicos (de pai e mãe) –
edifica-se, mas, às vezes, por ter tais valores tão fortes, não consegue
destituir-se das raízes de seu passado, dando margem a ficar eternamente preso
a eles.
Esse homem também dá frutos,
sejam eles doces ou amargos. Os doces não só nos revelam a face da doçura, mas
da simplicidade, ainda que advinda de uma estrutura arcaica, porém necessária
para lidar com outros homens. Daqui vem o papel da religião moderna, da qual
saem seres que juram que vão para o céu, mas estão presos à ignorância gostosa
e por isso não querem abrir mão de suas convicções, por isso, não ouvem, e
adoram falar, e vivem muito pouco, como medo da verdade.
Os frutos amargos são dos homens
feitos apenas para maltratar verbalmente o próximo, pois não conseguem ascensão
na vida, ou menos que isso, não gostam de elogios, não gostam de si mesmos, e
reclamam diariamente das mínimas
coisas, pois lhe convém. Esses seres amargos denotam um falecimento antes da
cova, pois, além de não dar valor à raiz da qual veio, não prova do fruto doce
e nem se interessa em buscar saber o que há do outro lado da vida.
Homem-vegetal
A vida, para os homens-vegetais,
filhos não apenas da terra, mas do processo cíclico, da inércia, da involução
espiritual, é apenas uma viagem sem rumo, na qual canteiros imensos de pessoas
de sua classe são regados todos os dias por opiniões racionais que não combinam
com a ação, com o fazer, e sim, com a preguiça, com a mesmice, e ganham muito com isso.
Tais canteiros são regados por homens que
acreditam que ir às ruas reclamar seus direitos é apenas de pessoas que não têm
nada mais a fazer na vida e vão clarear as ideias num sol odioso; para esse
vegetais humanos, levantar da cama é um sacrilégio, ou uma forma de
castigo. Destes, esperamos a leitura de
clássicos, de textos incríveis, de opiniões formidáveis, mas são contra a
mudança literal do mundo, pois não têm força para tanto, e esperam que todos o
sejam da mesma forma – vegetais. Nestes homens, o crescimento espiritual é
apenas aparente...
Homem-animal
Para o homem-animal, somente o aspecto sexual lhe interessa.
Depois de encontrar sua natureza, tenta esconder-se por trás de sua força, seus
músculos – no caso da mulher – de seu corpo --, ama sair em grupo para
destacar-se com floreios físicos, o que na realidade, nada mais é que a busca
por uma matilha humana, com a finalidade de juntar-se a outra ou outro e fazer
o que vários animais o fazem. A diferença é que animais podem fazer o que
quiserem (e onde quiserem), mas dentro de sua natureza. O homem-animal está
entre o vegetal, que sente, e o animal, que não segue as leis éticas de sua
própria..
Esse homens instintivos, mal direcionados sexualmente, desde a infância, crescem, se formam, são hiperinteligentes, porém, em suas mentes, nada mais fica senão a ideia de realizar seus desejos mais frios. Daqui nascem os padres pedófilos e outros tipos de seres, cujo caráter patológico pode traduzir em um dos mais tristes da espécie.
Homem-sol
Contudo, temos o homem que venceu
as etapas acima. Passou por deveras provas virulentas da vida, compreendeu seu
papel da vida, no universo, tornou-se reflexivo em seus atos, encontrou meios
de elevar-se, ainda que com parcas e poucas ferramentas, tornou-se sábio, dentro
do seu meio e é dono de si. É o homem-sol.
Este, podemos dizer, brilha no
escuro. Seu olhar é de um ser que atravessa nossas almas, e alcança nosso
espírito, ainda que sejamos brutos. Desse ser esperamos o Amor, a Justiça, a
Verdade, a Coragem, dentre outros valores pelos quais lutamos, lá dentro de
nossos corações, mas não entendemos direito, pois as sombras do dia a dia nos
perturbam e nos deixam cegos pelo materialismo frio e constante, a nos deixar
sem rumo.
Este homem-sol é a tocha da vida
que precisamos para nos alimentar todos os dias, e nos basear em suas máximas,
em seu trabalho, revelando-nos o que somos e o que podemos fazer pelo mundo,
essa pequena partícula na qual somos tão pequenos, porém tão importantes quanto
uma folha que nasce.
O homem-sol nos dá medo. Pois
traduz o que precisamos ser aqui e agora para “salvar” um mundo que se revela,
a cada minuto, símbolo da morte em vida.
Humano-humano... É alem do homem
sol.
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