quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A Criação do Homem-Símbolo



Somos tudo e nada.



Sabe-se que somos mais que Corpo, Mente e Alma. Somos peças fundamentais em um universo que necessita ser compreendido para que a nossa própria existência não se torne apenas um joguete de pequenos seres humanos que detêm a maioria das informações acerca dos mistérios da vida e do mundo... Nossa existência tem um sentido, tem um processo dentro do qual nos permite evoluir em todos os sentidos.

Alguns desses pequenos, a de saber, progridem em seus objetivos com a finalidade de manipular outros seres humanos; outros, no entanto, baseados em premissas clássicas, nas quais o conhecimento e a sabedoria são nortes do homem, nos fazem repensar essa estrutura bela chamada universo, não apenas o de fora, mas principalmente o de dentro de nós.

E, hoje, como alvos de um processo discriminatório-voluntário por parte daquela minoria que nos confunde o racional, somos obrigados a lutar como guerreiros em nome de uma verdade que há muito se desconhece, a verdade sobre nós, seres humanos. Obrigados a batalhar, como grandes generais, contra mentiras que governam mentes, corpos e almas de gerações, desvirtuando a real educação a precipícios metafóricos, porém tão reais ao ver do filósofo, que produzem efeitos piores tanto quanto o precipício literal.

Contudo, dentro caverna-mãe, na qual nascemos, morremos... e nascemos... Possuímos semânticas que nos fazem, às vezes, pensar que somos tudo e nada. Que somos deuses ou meramente vermes, em busca de justiça, verdade, coragem, cada um dentro de suas possibilidades.

E realmente, somos tudo e nada, ainda que acreditem que somos apenas sombras e pó ambulantes, em vias tortuosas, em um mundo que nasceu para viver e conosco harmonizar-se. Somos vermes, árvores, plantas, terra, sol... etc, os quais burlam em nossas almas, às vezes, em características tão evidentes, que precisamos, dentro delas, nos enxergar melhor e quem sabe voltar a ser humanos-humanos.


Símbolos do Homem

Antes, porém, teremos que seguir os degraus dessa identidade metafórica e galga-los com a finalidade de sermos o que pretendemos ser: humanos.



Homem-verme

O homem-verme rasteja junto com seus entes, em busca do lodo, da dor, e tentando subtrair do próximo o que não tem, bate no peito e sorri ao conseguir, por meio escusos, um pouco da lama fria que o alimenta.

Homem-terra

O homem-terra, pela sua materialidade, não perde nunca meios de subir, seja no lodo ou mesmo em cargos em repartições públicas, pois, para ele, o que importa é está acima das possibilidades terrenas, dos outros. Para isso, vai sorrir forçosamente ao amigo, ao irmão; vai enganar seus pais, e passará ao seu filho o que muitos homens, até agora, em uma educação falsa, o fazem: “o que importa é ser simples”, vão dizer, e, na prática, terá o prazer de ver seu filho como um advogado, antes de sua vocação para gari...
  
Ao contrário do que pensamos, somos todos terra, mas, dentro de nossa natureza, alguns se conscientizam da necessidade de sê-lo, pois acreditam (os) que a terra e o valor dela são apenas sinais de que podemos transcender dentro de possibilidades que ela mesma dá.

Homem-árvore

E na terra, o homem-árvore é aquele que não se abala com a tempestade, com o sol em excesso, com opiniões, como a escuridão, e, graças a terra – aos seus valores básicos (de pai e mãe) – edifica-se, mas, às vezes, por ter tais valores tão fortes, não consegue destituir-se das raízes de seu passado, dando margem a ficar eternamente preso a eles.

Esse homem também dá frutos, sejam eles doces ou amargos. Os doces não só nos revelam a face da doçura, mas da simplicidade, ainda que advinda de uma estrutura arcaica, porém necessária para lidar com outros homens. Daqui vem o papel da religião moderna, da qual saem seres que juram que vão para o céu, mas estão presos à ignorância gostosa e por isso não querem abrir mão de suas convicções, por isso, não ouvem, e adoram falar, e vivem muito pouco, como medo da verdade.

Os frutos amargos são dos homens feitos apenas para maltratar verbalmente o próximo, pois não conseguem ascensão na vida, ou menos que isso, não gostam de elogios, não gostam de si mesmos, e reclamam diariamente  das mínimas coisas, pois lhe convém. Esses seres amargos denotam um falecimento antes da cova, pois, além de não dar valor à raiz da qual veio, não prova do fruto doce e nem se interessa em buscar saber o que há do outro lado da vida.

Homem-vegetal

A vida, para os homens-vegetais, filhos não apenas da terra, mas do processo cíclico, da inércia, da involução espiritual, é apenas uma viagem sem rumo, na qual canteiros imensos de pessoas de sua classe são regados todos os dias por opiniões racionais que não combinam com a ação, com o fazer, e sim, com a preguiça, com a mesmice, e ganham muito com isso.

Tais canteiros são regados por homens que acreditam que ir às ruas reclamar seus direitos é apenas de pessoas que não têm nada mais a fazer na vida e vão clarear as ideias num sol odioso; para esse vegetais humanos, levantar da cama é um sacrilégio, ou uma forma de castigo.  Destes, esperamos a leitura de clássicos, de textos incríveis, de opiniões formidáveis, mas são contra a mudança literal do mundo, pois não têm força para tanto, e esperam que todos o sejam da mesma forma – vegetais. Nestes homens, o crescimento espiritual é apenas aparente...

Homem-animal

Para o homem-animal, somente o aspecto sexual lhe interessa. Depois de encontrar sua natureza, tenta esconder-se por trás de sua força, seus músculos – no caso da mulher – de seu corpo --, ama sair em grupo para destacar-se com floreios físicos, o que na realidade, nada mais é que a busca por uma matilha humana, com a finalidade de juntar-se a outra ou outro e fazer o que vários animais o fazem. A diferença é que animais podem fazer o que quiserem (e onde quiserem), mas dentro de sua natureza. O homem-animal está entre o vegetal, que sente, e o animal, que não segue as leis éticas de sua própria..

Esse homens instintivos, mal direcionados sexualmente, desde a infância, crescem, se formam, são hiperinteligentes, porém, em suas mentes, nada mais fica senão a ideia de realizar seus desejos mais frios. Daqui nascem os padres pedófilos e outros tipos de seres, cujo caráter patológico pode traduzir em um dos mais tristes da espécie.


Homem-sol 

Contudo, temos o homem que venceu as etapas acima. Passou por deveras provas virulentas da vida, compreendeu seu papel da vida, no universo, tornou-se reflexivo em seus atos, encontrou meios de elevar-se, ainda que com parcas e poucas ferramentas, tornou-se sábio, dentro do seu meio e é dono de si. É o homem-sol.

Este, podemos dizer, brilha no escuro. Seu olhar é de um ser que atravessa nossas almas, e alcança nosso espírito, ainda que sejamos brutos. Desse ser esperamos o Amor, a Justiça, a Verdade, a Coragem, dentre outros valores pelos quais lutamos, lá dentro de nossos corações, mas não entendemos direito, pois as sombras do dia a dia nos perturbam e nos deixam cegos pelo materialismo frio e constante, a nos deixar sem rumo.

Este homem-sol é a tocha da vida que precisamos para nos alimentar todos os dias, e nos basear em suas máximas, em seu trabalho, revelando-nos o que somos e o que podemos fazer pelo mundo, essa pequena partícula na qual somos tão pequenos, porém tão importantes quanto uma folha que nasce.

O homem-sol nos dá medo. Pois traduz o que precisamos ser aqui e agora para “salvar” um mundo que se revela, a cada minuto, símbolo da morte em vida.

Humano-humano... É alem do homem sol.








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