segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Filos Menino, Reflexões Quintas!


Noutro texto, antes deste que vou escrever-vos, eu disse que a maioria das ideias são concebidas por ligações feitas com outras ideias, e dei exemplos da Igreja na Idade Média, a qual desvirtuava ideias cristãs com interesses de transformar o individuo em um ser tal qual eles quisessem, à época.
Mas quando digo isso, parece que falo de uma Idade Média que ainda vigora, não é? Há muitas ideias – com eu já havia citado em textos anteriores – das quais podemos tirar o sumo do que quero retratar.
Porém, não só Igreja, uma instituição que nos manipulou (e manipula), é culpada por ideias difundidas que se alastraram como pragas na mente de indivíduos necessitados ou mesmo forçados a ter tal ideia, mas a politica – que virou sinônimo de roubalheira, canalhice, mentiras... – revela-se uma das mais perigosas formas de ideia a que se propõe em nossos dias...
Mas o mais importante, porém, foi ressaltado, levado de proposito, no final daquele texto – que disse “Mas por que caímos (em outras formas de ideias sutis) como crianças em bolinhas de parque...?
Pergunta fácil de responder, no entanto difícil de resolver, pois somos meros humanos com desejos e vontades quase que encabrestados por um mundo no qual os valores reais, em raros momentos, foram adquiridos. Criaram-se novos valores. Para ser mais exato, o preço.
Nada se faz hoje sem que haja o preço, o valor, a compra ou a venda de algo ou de alguém. Não se pode deixar de trabalhar, de ganhar seu dinheirinho no final do mês, de comprar o almoço, o lanche, o jantar de cada dia.
Não se pode deixar de casar, de ter filhos, de educa-los, lutar por uma boa educação, sem que não haja o preço por trás disso. Somos, atualmente, filhos desordenados de uma organização voltada ao preço, ao valor...
E baseado nisso, extrapolam nossos desejos, por meio de propagandas, vendas baratas, ou a venda cara com o produto bom. Fazem-nos escravos da televisão, na qual produtos elegantes transitam como bailarinas em um espetáculo circense. E... Escolhemos, e compramos, e nos sentimos bem, e queremos mais, e sorrimos, e festejamos a chegada do produto o qual ficará inerte durante anos em um depósito, sem termos, sequer, usado deste dez ou vinte por cento de sua capacidade...
É como se nadássemos em bolinhas de parque de diversão. Ficamos algum tempo, pulando, mergulhando, nos saciando... Mas, quando nos cansamos, adeus! – queremos outra coisa... (mas nunca usamos a piscininha em sua totalidade...).
Caímos facilmente em tudo, pois estamos dentro de inconscientes coletivos, nos quais razões de estar vivo são as mesmas;  nas quais as de estar doente, também são as mesmas; na qual pessoas que se julgam diferentes – na tentativa de tangenciar seu comportamento em relação as leis – se deparam com milhões de pessoas cujo comportamento rebelde é o mesmo... !
Não adianta dizer , lá no meio de sua família ou sociedade (ou mundo), que somos assim, diferentes porque temos raiva de um governo, indiferenças à certas raças, amor aos vermes, discordâncias com o sagrado, sei lá... Mas, nesse nosso mundo, ideias assim pairam todos os dias na cabeça de pessoas que querem ser... Diferentes, pois acreditam que isso as fazem melhor do que os outros... Que sintam! (mas) isso, no entanto, só as fazem afastadas de uma resolução para os reais problemas aqui e agora...
Se não houver uma indiferença útil, por assim dizer, que nos faça ter resoluções, somos realmente iguais ao objeto da critica, seja do governo, da família, das religiões... Enfim, é preciso que haja em nossa mala de intenções não apenas a foice, mas martelos, pregos, chaves de fenda, fita métrica, furadeiras... entendem?...
Como fazer então, já que criticamos tudo?...
É da nossa natureza criticar, mas é muito mais de nossa natureza realizar, concretizar, por meio de decisões ou mesmo como nossas mãos afincadas no desejo de ajudar o próximo (ou mesmo o distante), e nos sentir melhor por isso.
É de nossa natureza, nos levantar, fazer uma saudação a Deus, de diversos modos, orando, rezando, nos ajoelhando perante o sol, agradecendo o dia a dia em nossas vidas; é de nossa natureza tentar desviar do mal, e entender que este é tão necessário quanto o bem, pois é preciso sentir a dor, a morte, os problemas, já que não somos nenhum Buda ou Jesus – os quais tiveram suas dificuldades em seus níveis –, e sorrir quando for para sorrir, e chorar quanto preciso.

Para mim, hoje, que tento me espelhar em meu mestre, sinto-me tão distante dele quanto à lua da terra, mas vejo-o como um sol que me ilumina todos os dias, pois não acredito que nascemos apenas para casar e ter filhos – uma mera forma sutil de nossa raça se não fosse o altar simbólico seriamos tais quais os animais --; não acredito que viemos somente para aprender da hora da morte, e sobreviver comendo, bebendo, com ou sem dinheiro. Não acredito no inferno tal qual os cristãos o veem, muito menos o céu, pois é fácil demais antes de morrer e se entregar aos infernos ou ao céu, sob os desejos de um ser chifrudo e outro com barba imensa, caduco, com um cetro, além-nuvens, além-estrelas...
Acredito que as civilizações antigas souberam lidar com as potencialidades da natureza transformando-as em figuras simbólicas, de modo que resguardassem toda e qualquer realidade do homem, de Deus. Acredito que Ele está em mim, até mesmo por meio de uma energia desconhecida e que me pode fazer o bem ou o mal, a depender de meu uso.
Deus estaria, assim, nas organizações totais do universo – até mesmo desconhecido – não como um ser, mas sim como uma totalidade a qual, sem qualquer objeto, não existiria nem eu, nem você que me lê...
É difícil explicar...
Mas, já queremos um caminho para compreender tudo isso, que elejamos nosso mestre, seja ele interior ou exterior, com a finalidade sagrada de nos mostrar uma trilha na qual possamos entender a nós mesmos, como um sinal ínfimo (e precioso) para entender Deus.

Por que entender Deus?
Não há ninguém, até mesmo o mais errôneo ser, que não diga “obrigado, Deus!!”. Não há ser humano – até o mais mafioso, o contrabandista, traficante, político, trombadinha, pseudo-religioso, etc, que não diga “Deus me livre!”.
A intenção é a de todos. Livrar-se dos problemas e, quando o faz, agradecer à entidade em qualquer lugar que estiver. Contudo, os mais próximos do caminho – os reais sacerdotes, os quais tentam ser melhores todos os dias (poucos) – são nossos referenciais.
E, como pessoas de bem, não devemos ser contraditórios. Busquemos nossos caminhos em nós, e se não der, elegemos uma pessoa que possamos ouvir os conselhos, de modo a praticá-los com nossas próprias ferramentas, assim, como diria um samurai moderno, estaríamos indo para o infinito (para cima) e não para o infinito de baixo, ainda que Deus esteja em ambas posições. Vamos conhecer o lado superior.

Falta o último texto, calma!

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