terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Filos Menino, chegamos ao Ideal!


Perguntas são boas, mas o interessante é buscar a resposta.

...E nossas reflexões de menino estão por “terminar”. Mas, já que eu coloquei propositalmente aspas no último verbete antes do ponto final, quer dizer que ainda temos uma jornada a enfrentar, temos mais diálogos, mais dúvidas, e questionamentos longos. Mas como diria um grande professor de filosofia... “Melhor que perguntar é praticar rs”.
E ele tinha razão... Os mistérios são encontrados debaixo das pedras – onde posso encontrar Deus, como diria um texto bíblico visto nas ruinas de uma cidade de Israel, sem autor. E como já aprendemos, Ele está em tudo, é tudo, assim como uma Onipotência, Onisciência, Único e Um. Por isso, abrange uma totalidade não humana.
E nunca podemos duvidar disso. Porém, “mais vale a prática do que  perguntas”, então, tentaremos iniciar um assunto que, deveras, de tudo que falei até agora é o mais difícil e ao mesmo tempo mais fácil. Por quê? Porque é algo que transcende a compreensão nossa de cada dia. E para que possamos entendê-lo, é preciso nos despir de nossos preconceitos, de nossas religiões interiores, de nossos partidos, de nossas opiniões...
Falar dele (ou Dele) é falar do nascer de uma pétala de rosa ou do mais complexo sistema desconhecido pela raça humana. É falar de Amor, e ao mesmo tempo de um racional frio que nos mergulha no gelo mais ácido do mundo. É tentar entender os anjos, caídos ou não; falar de todos os mitos, lendas, contos, histórias e ao passo de reflexão.
Não precisarei falar de tudo isso, especificadamente claro, e sim apenas de sua sombra que já com um grau elevado de temperatura nos conduz ao sol real.
É... Para o cristão mais ortodoxo, eu estaria a falar do Deus pessoal, pois a Biblia deles está cheia de passagens que nos fazem lembrar o que eu vim dizendo até este minuto. Porém uma coisa é certa, falarei realmente de Deus, mas não nesse aspecto o qual traduz uma forma desvirtuada de compreensão do que realmente vou dizer...
Vamos parar de mistério... Eu estou me referindo ao IDEAL.
Um grande filósofo nos disse um dia, “O ideal pode ser encontrado no fundo de um copo, na borra de um café”.
O que seria então ideal?
No universo há leis que nos ordenam; um infinito que nos move; um Todo, cuja Inteligência, em forma de energia, move a todos os seres, do mais simples ao mais complexo.  Temos várias complexidades que já foram descobertas pela ciência, temos os mistérios das ações e reações que foram rotuladas como “mistérios de Deus aos ignorantes”... , mas isso não nos faz conhecedores da verdade, que é maior que todas as religiões juntas. Faz-nos racionais em demasia, no pior sentido humano possível, só isso.
Mas... E o Ideal?
A realidade nossa de cada dia nos impede às vezes de entender o mais simples pio do pássaro, quiçá o que desconhecemos, então rotulamos. Nada melhor. Porém, antes de rotular qualquer coisa, é preciso que tenhamos a mente aberta, o espirito leve, a alma forte e o físico preparado.
É preciso mais que isso... É preciso ser filósofo. Amor à sabedoria, à verdade, ao conhecimento do sagrado e do profano. Fazer-se conhecedor das culturas antigas, respeitá-las e encontrar nelas um pouco de si, pois, de algum modo, estivemos lá em meio àquela multidão que orava aos deuses, e que trabalhávamos  em função de algo maior que nossos salários.
Entender que estivemos ao lado dos grandes heróis, e que não rotulamos o passado através de nomes  como Zeus, Hera, Poseidon, Atena, Ceres, Prometeu... Enfim, não foram nomes que retratavam nossa ignorância, mas o segredo do Um. E nós nos esquecemos de tudo isso... Por isso, como diria Platão “Somos deuses e disso nos esquecemos”.
A linha de raciocínio, no entanto, que temos hoje é de que tudo é manipulado por um grande ser, ao contrário do que diria os romanos, gregos... “pelos deuses”, e que não podemos sair de nossa linha imaginária – como diria na linguagem jurídica, de “nossa jurisprudência”, de nosso quintal – senão teremos o castigo terreno ou celeste (ou a depender de nosso pecado... castigo eterno)...
Esse rascunho de tolice colide com uma grande filosofia a que se propunha na antiga Índia, cujo nome nem mesmo era esse e sim Ariavarta (de onde vem o termo ariano), na qual os termos Dharma e Kharma eram leis opostas, sendo que a primeira era a ação individual, coletiva, ou universal – ou a Retação, para ser mais claro, englobando todos os  princípios naturais a que temos ou não acesso.
O segundo, Kharma, talvez o mais popular – já vi cristãos dizerem “ah, isso é carma na minha vida!”, sem terem noção da lei, vem ao encontro do que vivemos no presente. O Kharma é a lei de reação a todos os atos, a todos os movimentos, dessa vida ou da anterior – como acreditavam. Sim, pois, se se nasce, já estamos a “pagar” pelos erros do passado (vida anterior). Se cometemos erros, se somos justos, há ônus ou bônus...
E entender isso de modo universal... É complexo, pois se desliga um sensor de compreensão e nos faz partir para o mais fácil e dizer “Deus, por que comigo??” ou “Obrigado, Deus, obrigado por isso ou por aquilo!!” – é muito melhor. E no fundo estão inconscientemente certos, pois se Deus está em todas as coisas...
E a borra do café??!
Calma!!
O Dharma, a Retação universal, como disse acima, encontra-se como lei universal, abrangendo dharmas individuais, coletivos, etc, de modo que todos se interligam em uma só Lei. Quando o filósofo disse “o Ideal se encontra até mesmo no fundo de um copo, na borra de um café”, estaria a dizer acerca do reflexo do Ideal, que estaria nas mínimas coisas das quais a simplicidade surge.
Estaria, ainda, como reflexo, no nascer de uma planta, no desabrochar de uma flor, de um espinho; do pousar de uma abelha, de um beija-flor; do rápido de um filhote por um predador, em um bater de asas; em um andado humano, no cruzar de braços, no olhar ao horizonte, na lágrima que deságua por emoções simples; no correr de um rio, no transpassar desse rio nas pedras, nas cascatas... Nas cores das coisas, no porquê de cada cor, na luz que brilha sobre as plantas a alimentá-las.
O Ideal, ao se confundir com o Dharma, estaria no amor incondicional, na atitude cheia de Vontade inegoista, no ato impensado voltado ao coração, no heroísmo natural do homem, na intuição bela da mulher, na dor necessária, na vida natural, no Uno. E muito mais.
Enfim, o Ideal é a lei que se une ao todo e que se iguala a Deus. Ai daquele que conhece o Ideal, pois este alcançará a Glória.




Um grande abraço a todos!
Feliz Natal!

Desculpe-me, mestre, pelos erros.

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