segunda-feira, 29 de abril de 2013

Processo Iniciático:caminhos para o sagrado VI


SACERDOTES



Sacerdócio: reservado ao homus divinus








Sabe-se que na antiguidade as nações que acreditavam no poder do ritual eram regidas por mitos – contextos análogos a uma realidade dentro da qual deuses e homens predominavam ---, lendas, histórias de heróis, enfim, uma credibilidade religiosa afincada nos desejos de cada uma das civilizações.

E assim, por meio dos deuses, potencialidades universais, o homem vivia. Há vários autores – inclusive egiptólogos – não se contentam com explicações superficiais acerca de determinadas nações que no passado tiveram seu ápice em todos os aspectos – como medicina, educação, governos, os quais sintetizavam outro universo, sendo que este último o reflexo do primeiro – o universo maior.

Dessa forma, um pouco mais abrangente, claro, o iniciado nos mistérios tinha um ideal a cumprir. Respeitar as leis universais. Respeitar as leis internas e externas. Honrar os deuses com seus atos. Ser puro nas palavras, reflexo do coração. Ser puro em pensamento. Ativo. Trabalhar em prol de um mundo ritualístico no qual até o último individuo compreenda a necessidade do sagrado na vida do homem.

Hoje, quando acordamos, colocamos os pés no chão e não sentimos a mãe terra, a qual se chamava Gaya, entre outros nomes em culturas diversas, e nela andamos, plantamos, colhemos... Olhamos para o céu, e não vemos Zeus, Júpiter, ou qualquer deus que há muito fez parte de uma lógica constante em nossas vidas no passado. Poderíamos pelo menos entender o por quê...

Porém, continuamos, e comemos, de uma agricultura rica, de terras mais ricas ainda, o alimento que nos chega limpo e saudável. Para alguns, apenas uma mera formalidade de uma civilização que deve, por obrigação, alimentar o próximo; para outros, a semântica perfeita entre o homem e ao que ele deve acreditar. Ou seja, nada, nem mesmo o alimento que surge no prato, é por acaso.

E não é. Pois as tempestades existem, as pragas das plantações, idem. Os terremotos que surgem do nada, eliminando vilas, as maremotos, os tsunamis, os quais devastam populações... Enfim, são realidades concretas advindas de uma semântica – como disse – explicável cientificamente, e ao mesmo tempo religiosamente.


SACERDOTES


Contudo muito mais para os grandes sacerdotes que sonhavam com as grandes catástrofes que advinham dos deuses predizendo uma nova civilização ou, antes disso, uma dor de perder o que há muito criaram. Tais sacerdotes, iniciados nos segredos divinos, donos de uma Ciência que os fazia incorruptíveis – pelo menos até o inicio da derrocada humana – tinham o poder de predizer o futuro pelos sonhos, pelo olhar no universo; tinham o poder de cura; o poder de compreender a metafísica que rege o homem. Não o sacerdote de hoje.

Em todas as culturas há o sacerdote. Tão forte quanto qualquer entidade representativa, o representante sagrado tinha a obrigação de dirigir ou participar de um rito sagrado. Fossem nos sacrifícios, fossem expiações de divindades ou divindade... E assim, na condução dos indivíduos aos templos, ou mesmo em Igrejas, ele revelava o papel simbólico a ser representado, alí, naquele ritual, de modo a fazer do individuo um iniciado nos mistérios... Porém, se fosse do seu desejo fazer com que aquele esperasse mais algum tempo, que o fizesse, pois dizia que não era hora, ou não estaria preparado.

O sacerdote, imaculado, estaria em toda trajetória do discípulo à sua consecução. Servindo de farol em um mar escuro, o homem-divino não tinha medo da morte, pois sabia que a Vida nada mais era que uma organização da qual apenas o homem fiel às leis divinas, à sua vocação, ao seu chamado, teria acesso.


Decadência


Muitos se questionam, quando no fim do processo de evolução das grandes sociedades ameríndias, o sacerdote maior exigir sacrifícios extremos do fiel, como a morte, ou melhor, o sacrifício aos deuses. Não sabem, ainda, se tais homens divinos era ou não eram portadores de uma sabedoria infinita, da qual vivia aquela civilização...

Pode-se dizer que toda (Toda mesmo) civilização tem seu auge (ápice), e seu período de decadência e morte... Mas o que não sabem é que a maioria das nações que se vão, ainda que não compreendamos isso, aparecem sob a forma de outra, só que agora com uma roupagem diferente e modos complexos, mas que podemos identificá-la por pequenos atos civilizatórios...

E os sacerdotes, também filhos de uma civilização em decadência, em razão de modificações que nela foram feitas durantes séculos que se passaram, também decaem, porque o processo é para todos, ou melhor, quase todos. Os sábios, aquele que semearam a real filosofia, se vão, e deixam para futuras civilizações apenas reflexões acerca do passado.  Os sacerdotes, infelizmente, quando não tão sábios – pode ocorrer – em razão de uma vocação destorcida ou instintiva, revelam-se juízes do caos.

Como em uma partida de futebol sem juiz, na decadência, o sacerdote seria um dos jogadores que assume a arbitragem, e sem parâmetros, inicia uma nova forma de jogar semelhante a do antigo ou completamente diferente, de modo a ficar apenas o resquício do que fora dado no passado...

Assim explico os representantes (agora não) divinos quando submeteram civilizações a sacrifícios dantescos, dos quais havia até retiradas de coração, de cabeças, de membros (falos), os quais em uma época de ouro eram símbolos de um segredo que, inicialmente, significavam pureza, respeito e fortaleza... E terminaram, nas nações ameríndias, a significar algo literal... 






(Voltamos mais tarde com mais iniciação)

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