terça-feira, 2 de abril de 2013

As Árvores da Vida



Sesóstris III. 

Por volta de 1878 a.C a 1842 a.C, no Antigo Egito, havia um faraó que reinou esplendidamente aquele país, tentando, com todas as suas forças, evitar o mal que vinha de um outro iniciado nos mistérios, só que dessa vez das forças contrárias à de Maat, a deusa da ordem, da disciplina. Um mal que, ainda que fosse de encontro aos deuses egípcios, sabia que teria que usar forças quase semelhantes para exterminar a cultura das pirâmides. O mal foi obrigado a usar as força de Seth, o deus das sombras.

Sesóstris III, reto, alto, moreno, com um leve aclive no nariz, cultivador dos mistérios sagrados, tinha como objetivo cultivar o Bem, afim de que o povo egípcio fosse beneficiado pelas leis divinas as quais defendia com todo o seu espírito. Porém, nos meandros do deserto, forças escuras nasciam com o objetivo de transformar a sociedade daquele país em cinzas,  usurpando, corrompendo, exterminando da mesma forma que o próprio faraó o fazia para o Bem, tal individuo o fazia para o Mal...

Assim, com o passar dos anos, as forças se colidiriam, e o povo egípcio foi-se dizimando, ainda que nascessem esperanças e frutos benignos ao longe, o grande país e sua cultura mítica iniciou seu processo de queda.

Assim o foi entre Sesóstris e o Anunciador, nome do feiticeiro do mal, que jurava fazer o que fazia em nome de um deus único. E no meio dos dois... A Árvore da Vida. Uma pequena acácia, guardada em Ábidos, cidade espiritual do país, dentro de um centro no qual se chamava templo iniciático dos mistérios sagrados egípcios.

Ali, apenas os reais discípulos que, de coração, se entregavam aos deuses – Maat, Num, Osiris, Isis... entre outros – tinham possibilidade de ver a pequena árvore que crescia à medida que a temperança e luz reinavam no reino das duas terras, e, naturalmente, perdia a essência que singularizava o espírito de tudo quando as trevas se faziam no país...

A luta de Sesóstris pelo antigo Egito não fora em vão, pois singularizava o valor a ser dado ao humano, ainda que houvesse mentes contrárias a suas atitudes benéficas fossem advindas dos deuses ou não.  Singularizava o valor a ser dado à humanidade, que, como diria certa professora, “não nasceu para ser sábia, mas também não nasceu para ser injustiçada”.

As árvores da vida, como a acácia, assim se vão em nossos dias. Pois a preocupação com a humanidade se resvala em atos ditatoriais, com presidentes que se dizem democráticos e acostumam o povo a amá-lo simplesmente para transformá-los em cordeiros em uma futura ditadura. Assim o foi na Venezuela, e o será até o fim, pois há pessoas que acreditam na “bondade” de um tirano que, graças a Deus, se foi, mas que, porém, deixou mais que rastros, sua família...

Assim o foi em Cuba, a qual, no passado, se transformou em potência idealista com Che Guevara, Fidel Castro e seus amigos, no entanto, hoje, para não dizer há tempos, com portões fechados a nações civilizadas economicamente, respinga contradições, pois vive de mentiras, dentro das quais a Saúde, dita como de primeiro mundo, que não é, morre em hospitais tais quais qualquer país democraticamente corrupto; outra, a da medicina, que, até mesmo eu acreditava, transformava a mente dos iconoclastas da medicina a dizer que era a melhor do mundo...

E quando tentam vociferar a verdade, tentam encontrar razões para calá-la. Motivo: Cuba foi potência e que se mostrou forte na principal revolução... Contudo, não adianta revoluções se o principal foco de mudança não for as pessoas que a promovem.

Aqui, em nossa época, tão falha ideologicamente, não há nem mesmo as revoluções naturais que fazem o homem se importar com o ser humano. Razão... Tudo soa com interesse espúrio, do pastor ao político!
A acácia que resguardava a essência dos valores com certeza teria sido destruída. A exemplo temos dois países – Coreia do Norte e do Sul – em pé de guerra. A do Sul infiltrando-se no capitalismo, tentando manter, apesar de tudo, sua cultura. A do Norte cultivando a miséria, a falsidade, sangue, em nome de uma economia que os ditadores do passado deixaram para o atual.

O pior, no entanto, é que estamos tão estagnados e dormentes com tantas dores, que não sabemos como e por quem chorar primeiro... E isso, em uma época de grandes edifícios, terminais de computadores em todos os lugares, sem falar nos tablets, iphones, facebooks, sempre nos vem o pensamento de que tudo isso vai nos socorrer do mal... o que é um pensamento mais que falho.

Nenhuma máquina, por mais moderna que seja, se não tiver o objetivo de auxiliar o ser humano em todos os sentidos, pode-se dizer que é uma máquina para o Bem, pois haverá a dúvida em sua utilidade junto aos homens, os quais, com desejos, instintos, e ideologias, podem literalmente mudar da noite para o dia.

E mais, podemos estar presos a atmosferas que nos sucumbem diariamente, com o medo de sair de casa, medo de criar os filhos, medo da solidão, medo do próximo, o que nos prova que a acácia interna do homem atual está morrendo tão velozmente quanto o foi no passado...

A árvore da vida pode até existir, mas somente àqueles – homens de bem, sociedade, grupo, instituição, seja filantrópica ou não, filosófica ou não – que tenham ideais nobres voltados à humanidade, o que, para nós, atualmente , é apenas uma lembrança de alguém que defendia em algum lugar um povo, visando todo universo... aos deuses.

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