Ritual druida: pisar nas brasas da fogueira. Para nós, virou folclore. |
Mas não eram somente no Antigo Egito os grandes processos
iniciáticos, e sim em todas as nações cujas potencialidades sagradas eram
respeitadas como divindades, fossem elas para o Bem ou para o Mal... Em Grécia
e Roma, com filosofias gêmeas, Hades possuía tanta credibilidade quanto Zeus!
Enfim, todas sabiam que, para as regras daquelas
civilizações, baseadas em leis universais, o mundo necessitava de deuses, os
quais se encontravam nas minúsculas partículas atômicas ainda que não
precisassem citar, mas que, em razão da crença que lhes cabia representar, a
iniciação aos mistérios era mais que a união do homem com Deus, era o próprio
encontro consigo mesmo.
Por isso, o nome de iniciação. Um começo a partir de
elementos que temos em nós. E por isso, e para preservar a consciência em
relação aos deuses, tínhamos que nos abster de nossos próprios interesses
mundanos, pelo menos algumas vezes, ou menos que isso, quando realmente nos
iniciamos e ativamos nosso caráter espiritual em nossos contextos vitais...
A palavra iniciação nos remete também aos grandes homens, que
um dia, iniciados, trouxeram valores que jamais foram apagados, ainda que
persistíssemos no ato. Assim o foram Platão, Anaxágoras, Pitágoras, Anaxímenes,
dentre muitos, os quais passaram pelo mesmo processo, segundo nos contam os
historiadores, no Antigo Egito.
Mas, para facilitar nosso diálogo, poderia dizer que todos,
de alguma forma, passamos por um processo de iniciação, pois os problemas
vitais nada mais são que provas incontestáveis, com finalidade de crescimento;
e qual era um dos maiores problemas da humanidade no passado? – As guerras.
E jovens por completar a idade de treze ou quatorze anos eram
iniciados às batalhas. Contam-se histórias em que o menino espartano enfrentava
leões, touros, com olhares balbuciantes de terror, como se aludisse o inimigo
no campo.
Hoje, iniciações tais quais àquelas não existem, mas sim o
sofrimento de crianças que são obrigadas a serem assassinas desde a mais tenra
idade, com ideologias falsas em relação ao seu país ou religião, a qual, por
mais significativa que acreditem ser, são meramente espelhos políticos de um
mundo.
Porém, normalmente, o processo é bom, é natural e necessário.
Então falemos um pouco desse processo, que nos induz a refletir sobre a sua
necessidade em nossos tempos...
A iniciação do Druida
Significando o inicio de tudo, até mesmo de uma nova vida, a
iniciação era feita normalmente com um veterano conduzindo um novato a um nível
superior – estamos falando espiritualidade. O ritual era uma cerimônia na qual
o discípulo renovaria seu voto ou iniciava um processo de conhecimento secreto,
de uma determinada sociedade (religião, escola, entidade...).
Nela o fortalecimento interno era visado ao ponto de se
tornar um homem, um senhor ou um mestre; um tanto quanto isolado dos demais,
por um tempo determinado, assim, em meio a um caos civilizatório, seja em
relação à credibilidade em sua época, ou aos valores que ela pratica, o jovem
iniciado se portaria de maneira fiel aos seus conhecimentos adquiridos após o
processo...
Na civilização Druida, era de saber que rituais sempre eram
feitos no sentido de ampliar os conhecimentos acerca da espiritualidade, a qual
já fazia parte de suas vidas, porque, segundo nos contam, eram senhores que,
por terem realizado façanhas em um passado equidistante, assim como um romano
no senado, após vários anos de batalha, o druida era a encarnação da sabedoria,
e que viviam entre as árvores, meditando, filosofando acerca do conhecimento,
que era passado por várias gerações de druidas.
Muitos historiadores dizem que os druidas tinham seus
rituais, e neles o sacrifício humano, porém lanço dúvidas acerca disso pois,
assim como o fim dos ameríndios se baseou em práticas gêmeas de rituais, os
druidas o fizeram no fim com o mesmo sentido. Contudo, não acredito que o
fizeram no inicio da Idade de Ferro na qual eram respeitados até pelos romanos,
os quais possuíam rixas naturais com os germanos!...
César já dizia, "A
doutrina cardinal que eles buscavam era ensinar que a alma não morre, mas após
a morte ela passa de um para outro; e essa crença faz com que eles não temam a
morte, e sim a deem valor".
Os druidas possuíam uma ordem moral, a qual, dentro, não admitia
processos que tangiam a universalidade do conhecimento, assim como os celtas,
maias, incas... E seus rituais espelhavam isso, pois normalmente consagravam o
lugar, antes de meditar e trazer a paz, em oferendas, assim como em muitas
tradições para que haja aceitação divina no local, aos deuses. E passavam por
práticas simbólicas, como passear com os pés descalços no fogo, realizando
danças, marcando áreas sagradas em torno de um ponto central, tudo em nome da
Terra, Céu, Mar e Fogo.
Na iniciação druida, ao contrário do que se espera, não era a
iniciação aos mistérios ou elevação ao nível superior de qualquer participante
jovem com vistas ao crescimento, mas em transmitir uma linhagem, como se o
iniciando estivesse entrando numa família.
“Vale dizer
que no druidismo qualquer praticante pode celebrar seus rituais pessoais,
erguer seu altar para os deuses, fazer suas oferendas e suas conexões com o
mundo invisível. No caso dos grandes ritos maiores - públicos ou fechados -
aconselhamos que seja conduzido por algum sacerdote, principalmente se envolver
ações de cura, limpeza espiritual e magia. Esses exigem, além de uma grande
dose de responsabilidade, muita prática e alguns conhecimentos que são passados
em treinamentos específicos.”
É belo!
Voltamos com mais iniciações!
Voltamos com mais iniciações!
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