terça-feira, 23 de abril de 2013

Processos Iniciáticos: Caminhos para o Sagrado - V


Escolas de Mistérios Gregas

Platão e a Iniciação.


Platão: o melhor.


As Escolas de iniciação grega tinham em si uma influência profunda de outras escolas, nas quais se praticavam rituais quase homogêneos aos egípcios, os quais foram raízes daquela cultura. Prova disso, temos no texto anterior, o grande Pitágoras, que iniciou seu processo de iniciação no país do Nilo, mais tarde partindo para a Babilônia, onde se realizou mais espiritualmente.

Cogita-se que até mesmo o mestre Platão, tão influenciado por Pitágoras, tivera seu momento na cidade das pirâmides – Egito, mais especificadamente em Sais. Alguns autores, em busca de detalhes a respeito, salientam que o mestre chegara ao templo e tivera que responder a diversas perguntas, entre elas “O que vieste fazer aqui?”, pergunta o sacerdote do templo... e que o filósofo lhe responde... “Vim em busca da sabedoria”.

Platão também teria respondido “Em busca do conhecimento do bem e do mal, da justiça e da injustiça, pois ela é o amor de uns e o rancor de outros”.  Além do que, o buscador não teria apenas lhes respondido acerca do abstracionismo filosófico, mas também da ciência como um todo.

“O que é Ciência?”, perguntaram-lhe, e de pronto, Platão teria dito “A compreensão da causa e efeitos, quando o espírito de Deus desce sobre o peito dos homens.”. Assim, em respeito às leis egípcias, o discípulo que mais tarde viria a ser o ícone do conhecimento ocidental não só respondia, mas aprendia a respeito das leis universais, segundo a tradição, sempre considerando a perenidade do corpo, da personalidade e acerca da imortalidade do ser, somando a desfechos positivos, em respeito ao conhecimento maior.

Platão estava sendo preparado para a luz, pois, para os sacerdotes osirianos, estava perto de se integrar grande Lei. Assim, o neófito, candidato à iniciação, aprendera acerca de Anki, um objeto semelhante a uma cruz cristã, a qual teria o significado infinito aos olhos egípcios, contudo, para ele, que estava no inicio, entenderia, com seus olhos e alma, que significaria a imortalidade, o infinito, Deus. Anki, para o povo mítico, seria a chave da vida...

Aqui, Platão vira o universo em um microuniverso. O eixo da cruz, para ele, simbolizaria o caminho do discípulo, e o horizontal, o seu limite. Tudo isso demonstrado pelo círculo, no final dos eixos, representando a consciência espiritual.

Os dogmas, aprendeu, os preceitos, tudo, de alguma forma, deveria existir, mas não no sentido relativo, até vulgar, mas no sentido restrito da palavra, pois o próprio universo necessitaria de um dogma para se cobrir e para velar seus mistérios... Por isso, Sócrates, mais uma vez, estava certo, quando disse “só sei que nada sei”... Pois, por mais que soubesse acerca dos mistérios, haveria uma restrição necessária aos mortais, aos mestres, indicando que as leis universais são parcamente compreensíveis por intermédio dos mitos e ritos, contudo necessários ao homem.



Platão e sua Academia: eternos.




Para Platão, após sua volta à  Grécia, escreveu... “as iniciações são a conquista progressiva dos estados de consciência”, e mais, para os Neo Platônicos, é a união da parte com o Todo. E depois, de sua volta, o grande filósofo fundou uma academia, aproximadamente em 387 aC, em Atenas, consagrado a deusa.

Nela, Platão, depois de se iniciado nos mistérios, e já um admirador de Pitágoras, além do que, há época, teria uma relação estreita com discípulos, continuou, a principio, do mestre iniciado na Babilônia, aliando, mais tarde seu grande discípulo, Aristóteles, o qual se tornara seu melhor aluno, durante vinte anos.

Em sua escola, ressaltava a dialética, a primazia pela busca individual da verdade, pelos questionamentos. E assim, além do que aprendera em sua iniciação, e principalmente depois da morte de seu mestre maior, Sócrates, dera ao mundo diversas formas de compreender seus ensinamentos à humanidade. Ensinamentos estes que foram desvirtuados com o tempo, porém que não se perderam, graças a certas entidades que não souberam interpretá-lo ou que preferiram leva-lo ao descaso...

Publicou vários livros:
Apologia de Sócrates
Críton ou Do Dever
Íon ou Da Ilíada
Laqués ou Da coragem
Lísis ou Da Amizade
Cármides ou Da Sabedoria
Eutífron ou Da Santidade
Eutidemo ou Da Erística
Hípias menos
ou Da Mentira
Crátilo
ou Da Etimologia
Hípias Maior
ou Do Belo
Menexeno
ou Do Epitáfio
Górgias
ou Da Rétorica
República
- livro I
Protágoras
ou Dos sofistas
Ménon
ou Da Virtude

Fédon ou Da Alma
Banquete
ou Do Bem
República - livros II a X
Fedro
ou Da Beleza

Parménides ou Das Formas
Teeteto
ou da Ciência
Sofista
ou Do Ser
Político
ou Da Realeza
Filebo
ou Do Prazer
Timeu
ou Da Natureza
Crítias
ou Da Atlântida
Leis
(inacabado)

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