quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Caos, Teos... Paz.




Caos


Em manhã de agosto,
Estive febril,
Andei por janeiro,
Fui ao seu ninho matreiro,
Amei o teu corpo,
Senti os lírios de abril.

Viajei em teu espaço,
Nele fui obreiro,
Construí estrelas cadentes,
Cometas meninos,
Pontes de aço,
Voltei em março,
Como belo guerreiro.

Venci guerras em Netuno,
Amei mulheres em plutão,
Aos teus olhos profundos
Voltei em junho,
E perdi a batalha do coração.

Teos

Em janeiro descansei
Das lembranças que aludi,
De tua alma criança
Em tão severa dança,
Como astro me perdi...

Em fevereiro,
Cantei palavras ao teu ouvido,
Em conflitos fui ferido,
E tornei-me só teu.

Em março,
Um deus me chamou,
Deu-me forças em terras,
Em céus, em luas belas,
E me fez o que sou...

  
Sou abril que se fechara,
Das tormentas que passei,
Conheci infernos santos,
Céus tão severos,
Vi teu vermelho manto,
E te amei.

Em maio morri,
Ressuscitei do amor,
Casei-me com teu semblante,
Em meu ser ausente,
Ao passo tão presente,
Tornei-me errante...

Andei em junho,
Tão jovem quanto vós,
Semeando poesias,
Em meio a feridas,
Que me fizeram só.

Meu Julho não era César,
Nada tinha de romano,
Enfraquecera em batalha,
Caíra em fornalhas,
Enfraquecera em anos,,,

Não sucumbi em agosto,
Em minha língua, teu gosto...
Em minha alma, a lembrança,
Mas em meu espírito lírico,
Desgosto...


Num


Flores e amores de setembro,
Prestes a desabrochar um novo mundo,
Vivas em sabores, em cores,
Penetrei em meu eu mais fecundo,

Mas outubro me veio,
E dele me cuidei,
Entrei em meu corpo,
E nele fiquei,

Levantei em novembro,
E o sol em mim se prontificou,
Cortando nuvens cinzas,
Cascatas celestes finas,
Enfim, o vento levou...

Não levara tudo,
Deixara o verdadeiro Amor,
Tão dezembro, tão divino

que, antes de ir, saudade me deixou...

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