Mitos Egípcios: como uma lua inalcançável. |
É muito fácil um historiador pegar tudo que sabe, e dentro de sua grande experiência (como historiador), fazer comparações, interpretar à luz de sua matéria, que o fez especialista, um profissional na área, qualquer versículo, até mesmo lendas, mitos, tudo que seja clássico.
Não diferente seria um radical ideológico (um comunista, um xiita islâmico, etc) fazer o mesmo, tentando, com as ferramentas que possui, interpretar um clássico que há séculos resguarda informações acerca do mundo, do universo...
Enfim... O que nos atrai nessas figuras é que, ainda que tenham suas parcas ferramentas para interpretar qualquer texto simbólico, eles o fazem como se fossem reais intérpretes de tudo aquilo que nos foi deixado, de propósito, sem as chaves necessárias para abrir e entender.
Champollion
No caso de Jean Francoi Champollion, considerado o primeiro egiptólogo francês, considerado o pai da Egiptologia, quando Napoleão invadiu o Egito, levando para a terra sagrada seus maiores filósofos e cientistas da ápoca, somente com o intuito de tentar revelar o que estava por trás daqueles monumentos, podemos fazer um adendo...
O grande Champolion foi um dos primeiros a entender que, naquele país, existia algo maior que seu parco entendimento acerca de tudo, mas mesmo assim, em nome da Ciência, tentou descobrir o que estava escrito em alguns pergaminhos, os quais foram demonstrados como hieroglifos (escrita sagrada), nos quais a síntese de um passado perturbador aos olhos do homem moderno estava apenas começando a aparecer...
Com essa visão, a de respeito aos valores de um passado que se foi, não apenas Champollion, mas outros foram ao encontro de muitas descobertas maravilhosas, no entanto, a maioria se desfez desses valores e iniciaram muito mais um sentimento capitalista e intelectual, ao contrário do nosso primeiro personagem,,,
Hoje, pouquíssimos egiptólogos traduzem pergaminhos, respeitam os homens-deuses, os mitos, as lendas e histórias egípcias como deviam. E como precisamos de respeitar a história das grandes nações, surgem sentimentos negativos em relação a elas, e mais, o que devia ser revelado e levado às gerações que buscam a verdade, temos pessoas que ainda acreditam em histórias absurdas do tipo... "os egípcios foram um povo mal, porque escravizaram os hebreus"... "O mar vermelho nada mais foi que a vingança de Deus ao povo que um dia amava homens acima Dele", e mais... "As pirâmides do Egito foram construídas por ets", e assim por diante...
Enxovalhadas de absurdos advindos de leitores tortos, de autores mais tortos ainda, frios telespectadores de filmes americanos, que, repito, assassinam gerações que poderiam, hoje, dar valor às suas origens, com buscas sensatas, feitas de coração, em autores, como o Cristian Jac, um dos melhores do mundo -- que escreveu a saga de Ramsés II, -- e muitos mais, -- os quais segredam valores dessas nações, e nos fazem perseguir ideais dentro de histórias romanceadas, feitas com todo cuidado para não desfazer a crença nos mistérios antigos, dentro dos quais o próprio homem se sente dono de uma capacidade maior ao que nos colocam atualmente... a de ser meramente um ser existencial, que coexiste em função de outros valores, o monetário, por exemplo...
Não se pode ser apenas um profissional e acreditar que pode tudo. As escrituras, não apenas a Bíblia, mas muitas outras, como o Bagava Gita, os Vedas, Mahabarata. além de hieroglifos, e obras apócrifas que se encontram aterradas à espera de nossa ignorância, não podem ser apenas lidas e traduzidas à luz de nossas visões capitalistas, xiitas, modernistas, frias, sem pudor. É preciso que se tenha amor à busca, respeito às obras do passado, que duraram até então, não pelo fato de durarem, mas muito mais por serem feitas por homens que entendiam tudo sobre o Céu e Terra.
Se houver uma busca, seja ela qual for, deve ser feita com amor. Amor à humanidade.
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