"Ele não poderia mudar de ideia. Ele simplesmente via. E Pronto"
Giordano Bruno. Eu viu e não abriu mão de sua visão. |
Giordano Bruno, aos trinta anos, tivera uma visão após ser expulso de seu mosteiro. Antes, apenas um rapaz que discordava às espreitas da Igreja, de seus mestres; antes, um rapaz que lia Copérnico às escondidas, e descobria, no sótão de seu abrigo, o que no seu âmago crescia, o que em nós sempre tem a grande tendência em aumentar... Questionamentos relativos a Deus.
Em sua visão,viu não somente o limitado universo a que Igreja o fazia (não somente a ele, mas a todos, na Idade Média) ver, mas muitos outros e assim por diante -- ele tivera um siting, uma visão além daquela propícia pelos olhos naturais. O ex-monge viu uma realidade a que somente hoje supomos, mesmo que tenhamos todas as ferramentas possíveis para vê-la.
E ao contrário dos homens que sabiam e resguardavam seus saberes, mesmo porque, à época, era um tanto quanto difícil, em razão das perseguições, Giordano foi além e não teve medo. Apenas com sua visão e com a certeza dela no bolso, e na grande credibilidade do grande Copérnico, o qual morrera na prisão, muito antes do ex-monge, Giordano, na tentativa de relatar sua experiência e fazer discípulos, como numa grande empreitada natural, por meio de artificiosos orais, sem provas convincentes, fora expulso várias vezes, de várias convenções, e de lugares nos quais questionamentos a respeito da Bíblia eram proibidos, por fim, todavia, fora convidado a fazer uma palestra na Inglaterra, ainda que seus argumentos estivessem fora da ótica da religião presente.
Lá, não abrira mão de sua visão a respeito de Deus. "Há outros sóis, há outras estrelas, há estrelas que são sóis, e sóis que podem ser estrelas, enfim, há outros universos!", e não se calava em meio a ofensas, a agressões, e por fim, fora julgado.
A Igreja, como poder político maior, não aceitava que duvidassem do poder de Deus, nem mesmo das palavras do Salvador, e o grande Giordano não a desrespeitava, muito menos fazia pessoas desacreditarem nos homens do passado arcaico, apenas dizia-lhes que havia mais do que ensinavam a respeito do universo -- muito mais.
E por isso preso ficou. E durante oito anos, em subterrâneos jamais conhecidos, nosso herói tivera que repensar sua vida, suas indagações, seus amigos, sua família, enfim, repensar nos valores que acreditara e os respeitar, aceitar ou não, enfim, ele teria que acreditar em sua visão -- ou sonho, ou como diriam os monges, em facetas do Diabo -- e se libertar.
Após cumpridos oito anos, Giordano foi colocado aos olhos dos mesmos homens que o haviam torturado, mas agora teria que dizer "aprendi a lição"... O que seria um adorno à Igreja, que estava, em nome de Deus, há tempos, defendendo o que muitos acreditavam ser a Verdade..
Giordano, olhando nos olhos de seu juiz, disse... "Nesses oito anos que estive preso, pude, com minhas poucas forças, redefinir o que é Deus. E hoje eu posso dizer... Não é o que vocês pensam"...
Giordano fora queimado e morto "em nome de Deus".
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