terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Um pouco de Giordano

"Ele não poderia mudar de ideia. Ele simplesmente via. E Pronto"



Giordano Bruno. Eu viu e não abriu mão de sua visão.




Giordano Bruno, aos trinta anos, tivera uma visão após ser expulso de seu mosteiro. Antes, apenas um rapaz que discordava às espreitas da Igreja, de seus mestres; antes, um rapaz que lia Copérnico às escondidas, e descobria, no sótão de seu abrigo, o que no seu âmago crescia, o que em nós sempre tem a grande tendência em aumentar... Questionamentos relativos a Deus.

Em sua visão,viu não somente o limitado universo a que Igreja o fazia (não somente a ele, mas a todos, na Idade Média) ver, mas muitos outros e assim por diante -- ele tivera um siting, uma visão além daquela propícia pelos olhos naturais. O ex-monge viu uma realidade a que somente hoje supomos, mesmo que tenhamos todas as ferramentas possíveis para vê-la.

E ao contrário dos homens que sabiam e resguardavam seus saberes, mesmo porque, à época, era um tanto quanto difícil, em razão das perseguições, Giordano foi além e não teve medo. Apenas com sua visão e com a certeza dela no bolso, e na grande credibilidade do grande Copérnico, o qual morrera na prisão, muito antes do ex-monge, Giordano, na tentativa de relatar sua experiência e fazer discípulos, como numa grande empreitada natural, por meio de artificiosos orais, sem provas convincentes, fora expulso várias vezes, de várias convenções, e de lugares nos quais questionamentos a respeito da Bíblia eram proibidos, por fim, todavia, fora convidado a fazer uma palestra na Inglaterra, ainda que seus argumentos estivessem fora da ótica da religião presente.

Lá, não abrira mão de sua visão a respeito de Deus. "Há outros sóis, há outras estrelas, há estrelas que são sóis, e sóis que podem ser estrelas, enfim, há outros universos!", e não se calava em meio a ofensas, a agressões, e por fim, fora julgado.

A Igreja, como poder político maior, não aceitava que duvidassem do poder de Deus, nem mesmo das palavras do Salvador, e o grande Giordano não a desrespeitava, muito menos fazia pessoas desacreditarem nos homens do passado arcaico, apenas dizia-lhes que havia mais do que ensinavam a respeito do universo -- muito mais.

E por isso preso ficou. E durante oito anos, em subterrâneos jamais conhecidos, nosso herói tivera que repensar sua vida, suas indagações, seus amigos, sua família, enfim, repensar nos valores que acreditara e os respeitar, aceitar ou não, enfim, ele teria que acreditar em sua visão -- ou sonho, ou como diriam os monges, em facetas do Diabo -- e se libertar.

Após cumpridos oito anos, Giordano foi colocado aos olhos dos mesmos homens que o haviam torturado, mas agora teria que dizer "aprendi a lição"... O que seria um adorno à Igreja, que estava, em nome de Deus, há tempos, defendendo o que muitos acreditavam ser a Verdade.. 

Giordano, olhando nos olhos de seu juiz, disse... "Nesses oito anos que estive preso, pude, com minhas poucas forças, redefinir o que é Deus. E hoje eu posso dizer... Não é o que vocês pensam"...

Giordano fora queimado e morto "em nome de Deus".





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