terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Lendo a Vida

Sekhmet. A poderosa gata.



Não é difícil compreender o mundo e o que nele acontece. Apenas nos distanciamos de questões que não nos interessam e ficamos distantes de uma realidade que está ali, do nosso lado... Mas é preciso entender e nos assegurar de que vamos levar aquilo como um simbolo eterno, dentro de nós.

Falo do mais simples, do mais louvável, de coisas com as quais lidamos naturalmente e deixamos de lado em razão de sistemas, ou mesmo por causa de problemas que nos afligem lá na medula óssea. Falo do pequeno ser que se encontra a caminhar pelas vias mais místicas da vida, ou melhor, não tão místicas, assim, porém, graças a nossa dificuldade em ter atenção ao mais óbvio, somos obrigados a chamar de místico...

Pequenos seres

Falo do caminho que a formiga percorre em direção ao seu abrigo, desse pequeno ser que nos desata a pensar e nos fazer refletir acerca do que é o mundo, esse universo, ou mesmo o principio de tudo. Falo das plantas que farfalham, que se coçam diariamente, com finalidade natural de crescer rumo a sua verdade... Além de pensar nas rosas, nas flores, nas minúsculas, que, em grupo ou não, esperam um brisa para jogar suas sementes ao chão e fazer crescer outras, mais e mais...

Queria falar dos animais, os quais nos ensinam, em sua horizontalidade, o quanto somos ainda débeis em obedecer regras, leis, ainda sejamos fortes, inteligentes, conscientes tanto quanto eles. Mas o que mais me faz me impressionar com os animais são suas figuras simbólicas que nasceram com o intuito de nos fazer ler a vida de uma forma mais profunda, na tentativa de compreender nosso papel nesse achatado planeta.

Os animais, sejam eles quais forem, ou mesmo os mais intrigantes, fazem parte de um  estrutura já criada pelos deuses, com o sentido de nos fazer alunos a observar as leis, entendê-las, não sucumbi-las, destruí-las, mas entendê-las e delas participar,

Talvez seja o mais difícil dos critérios -- entender as leis a partir de seres ditos como inferiores, 
-- mas se percebemos bem, temos vários animais que se comportam como meros professores, os quais refletem, às vezes, o que somos; a exemplo do cachorro, que, se não adotar um dono (no nosso caso, um mestre) será um eterno vira-lata, a fazer o que bem entende... E nós, sem nosso referencial diário, em algum ponto também seremos vira-latas.

O mais rebelde dos animais, o gato, dizem que foi criado com elementos místicos dos grandes felinos antigos, nos laboratórios tradicionais do Antigo Egito. Lá, como todos sabem, existem lendas em que os gatos delas fazem parte, além da deusa sekemet, a grande gata, da qual todos temem.  Não por isso, no entanto, devemos nos precipitar quando opinamos acerca daquele lugar ou de suas lendas, pois, graças à filosofia fechada de seus ancestrais, pouco se sabe de tudo que sobreviveu até então...

Mas, voltando, sobre o gato, esse felino místico, podemos perceber que nele a algo que nos revela uma certa independência, um distrato sutil com as pessoas que dele cuidam. Pode ser o mais belo gato, mas ele nunca se deixa domar... Essa é a lei felina, no entanto, podemos levar conosco o fato de que de alguma forma temos um pouco deles, ao nos sentir injustiçados com leis que nos querem escravizados, e portanto sempre queremos ir ao encontro do que nos pertence.

O leão, um outro felino, em várias culturas, é um símbolos solar, o qual iluminava nações, e o fez em várias civilizações, que, ao observar sua disciplina, sua ordem, justiça, sua natureza forte e cadenciada, prevalecer o bem.

Nós...

Enfim, quando temos esse mundo ao nosso redor, e tentamos lidar com ele em nosso aspecto humano, na obediência às leis, ao uno, que há muito nos propicia tudo isso, podemos iniciar um processo natural de consciência em relação às coisas com as quais lidamos diariamente. Não precisamos apenas ouvir pessoas -- mesmo porque todos nós possuímos uma sabedoria relativa -- mas sentir de perto o que tanto buscamos, a harmonia entre nós e o mundo que nos ronda.

Ler a vida é difícil. Temos que nos abster de nossos preconceitos, de nossas religiões rotulantes, de nossa política confusa, até de nós mesmos na maioria das vezes. Para muitos, isso nos fragilizaria mais, a nos fazer débeis, sem critério vital. Não. O que estamos fazendo nada mais é que seguindo nosso curso, a partir de leis existentes que com certeza nos ensinam mais que as leis que criamos, sem qualquer critério.

No passado, os céus, o uno, tudo que estava acima era um grande referencial ao que seria construído aqui, embaixo, como cidades, sociedade, leis, de modo que não estivéssemos desconectados com o Todo. 

Hoje, algumas leis, resquícios desse passado, ainda sobrevivem, no entanto, temo que sejam retiradas com o tempo, e outras sejam feitas à revelia do homem, dando margem a mais comportamentos aleatórios, em muitas sociedades atuais -- o que já é uma realidade.






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