O Corpo pede atividade, a mente, pensamentos: as mãos, ordem, articulação e organização; os pés pedem caminho; o coração, algo pelo qual se apaixonar, como um ideal. Os olhos pedem a arte a ser contemplada, os ouvidos, a poesia, a alma, elevação; o espírito, nada espera, apenas transita entre vidas.
Assim como as ondas do mar se movem com a luz da lua, nossa alma espera que nos sujeitamos ao belo, ao verdadeiro, ao justo para se movimentar. Não é de hoje, não é de agora, nem mesmo de há mil anos, mas de sempre que ela, em sua jornada limitada, se inclina em sua busca nos meandros dessa vida, dentro de corpo -- seja ele qual for, com intuito de buscar suas origens, seu verdadeiro porto: o espírito.
Uma verdadeira luta inigualável na qual a matéria, a principal fonte da separatividade, da qual vêm as paixões, embriagadas de emoções, formadoras de lendas e mitos, nos quais não apenas o homem, mas todo o universo se enclausura, se ergue a cada passo que a alma dá em favor de seu Ideal. Destas lutas, em suas entrelinhas, em suas reticências, o homem se pergunta "Por quê?", e a cada lua que nasce contra a escuridão nascem mais perguntas, entretanto, nem sempre há respostas..
Não se pode questionar, deveras, quando se encontra o homem à beira do abismo, mesmo porque questionará a respeito do próprio, que não tem fim, assim como aquele que sobe, que tenta se erguer em meio às lutas, que sabe que a longitude de suas respostas é algo natural, simplesmente porque somos homens, e a cada homem se dá aquilo que a ele pertence.
E o que pertente ao homem?... A busca por entender a si mesmo, dentro do que se faz e do que não se faz. Ao homem pertence a semente da humanidade, plantar em seu coração mais sementes diárias de amor e caridade, de paz e fé em relação a Deus e a Si mesmo. Ao homem cabe viver, sabendo que não responderá todas as perguntas de sua vida passageira, e não se lembrará de quase nada quando estiver em seus leito de morte. Mas suas obras humanas ficarão, não apenas a seus filhos biológicos, mas aos espirituais, aqueles que foram terras de sua plantação, nos quais sementes crescerão e darão frutos.
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