quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Blocos de Areia

Triunfos

O Universo é feito de detalhes nos quais residem os movimentos, gerando energia, a ação. E quando nos movimentamos para algum lugar, seja ele qual for, geramos também energia; no entanto, temos que direcionar nossos olhos internos com vista a entender para onde vamos e por quê. Não adianta apenas acordar e correr em direção ao sol físico para se alimentar da vitamina D, mas também para compreender o lado natural do homem que diz que temos um sol para ser alimentado com nossas ações.

Tudo no universo conspira; não a favor do homem, nem mesmo contra. Tudo se alimenta de vida, de força, de energias desconhecidas pelo cientista, pelo antropólogo, geólogo, enfim, por aquele que traduz sempre ao pé da letra suas descobertas, deixando de entender que nas entrelinhas daquela verdade há uma maior que sustenta um Todo. Assim pensa e trabalha o filósofo, que, ao contrário dos que sustentam, hoje vive somente da passividade reflexiva, salientando ideias, dentro das quais apenas ele retira a sabedoria... Ledo engano.

O filósofo, no passado, assim como qualquer pessoa, não apenas teorizava em função de algo melhor na sociedade, visando um mundo melhor, mas principalmente se encontrava em batalhas, assim como um dia o foi Sócrates, o qual fora condecorado por não deixar a linha de frente quando a ele fora proposto ficar e proteger a fronteira daquele lugar. Sócrates, como todos sabem, foi um dos heróis a morrer por um ideal de mudança na humanidade -- não apenas na Grécia Antiga --, indo de encontro à Democracia grega que, segundo ele, "parecia muito mais um navio com um capitão eleito pelo frágil povo, do que uma embarcação com um comandante apto e vocacionado ao seu papel".

Claro que não somos nem mesmo a unha desse ser maravilhoso, mas podemos nos colocar em situações nas quais nosso papel, assim como o do suposto capitão, é frágil, débil, frio e lastimável, simplesmente porque não nos observamos, nem mesmo nos questionamos "Quem somos nós, o que sabemos, o que posso fazer de melhor para mim e para a sociedade", e quando respondemos, as frivolidades nos tomam conta, os interesses, os preconceitos nos tomam a alma e não nos passa pela cabeça que um dia podemos ser úteis em qualquer coisa que nos faça um pouco melhor e ao outro.

Queremos ser advogados, ser juízes, doutores, arquitetos, engenheiros, não por vocação, amor ao próximo, ao mundo, com tendências idealísticas em nos conhecer, não; queremos boas profissões mesmo porque o sistema nos paga pouco, nos humilha e nos torna piores como seres humanos, se não alcançarmos a "pirâmide imaginária" desenhada pelos mais antigos moradores da grande caverna.

Não importa o que sejamos, penso, temos que olhar para o que somos, para a nossa natureza e fazer o que nos foi proposto da melhor maneira possível, e veremos que o sol está um pouco mais perto de nós onde quer que estejamos.

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