quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Despertar Inconsciente

da série: Triunfo.


Um dos piores males ao idealista jovem é acreditar que conseguir realizar seus sonhos, que se apoderou de sua vida e que não precisa mais de nada, nem mesmo do espiritual. Um grande engano. Tal ideia vem de nossas fraquezas ante ao básico, na tentativa de realiza-lo ou realizando-o com todas as suas forças físicas. Mal sabemos que precisamos dela, desse ânimo, dessa força que nos conduz todos os dias, no sentido horizontal, mas também e principalmente no sentido vertical da vida.

Há alunos que sonham em fazer faculdade, e o fazem; há outros que se engajam em concursos, e passam; outros que se detém a vida toda em algo semelhante porque o jogo das emoções financeiras nos ensinou a galgar nosso lugar ao sol -- ou à sombra, como diria minha querida genitora. Esquecem-se, no entanto, de refletir acerca do porquê de sua empreitada, que, ao longo da vida, nos engana com seu papel de parede sempre nos separando de nossas pretensões humanas. E nesse caminho, nesse colorido esforço, esquecemo-nos de questionar o que é a felicidade, o que é o triunfo, o que é realmente a vitória. A não ser, como diria uma grande filósofa, "que triunfo seja uma coisa, e felicidade, outra".

Se não soubermos a diferença, é porque temos um mal em nossa alma, que se apoderou em nossas emoções, e nos fez sucumbir às sombras de uma parede que nos diz que somos inteligentes, precisamos de medalhas, de algum brinquedo que nos faça parar de chorar pelo fato de sermos o segundo, ou terceiro lugar. Temos que ser os primeiros. Porquê? 

Esse sentimento nos separa do próximo, da família e dos amigos, de nós mesmos, porque caímos no jogo, fomos fracos e sucumbimos à matéria, a qual poderia ser nossa aliada, mas o dono do jogo sabe que somos imperfeitos e nos joga comerciais, produtos de altíssimo nível, luxos amodernados, como se fôssemos cães cansados da mesma ração. Emagrecemos, e nos suicidamos. É o triunfo das sombras!

Quando pensamos que tudo está perdido, fazemos falsos amigos, camaradas da moda, com linguagens idem, procuramos mestres em esquinas escuras, lemos revistas conceituadas, nos vestimos como pedem, nos rasgam roupas com efeito top, somente com vistas ao nosso ego que transparece em meio a um oceano à meia noite, como faróis aos perdidos semelhantes a ele, ao jovem.

Perceber que estamos indo para lugar nenhum, é uma tarefa árdua. Mas é humana. Levantar os ombros, ver as coisas como são, entender que necessitamos de referenciais, assim como qualquer um que precisa de uma placa quando se está perdido, agir, caminhar, não vacilar ou sair da linha que te conduz ao referencial adotado. Saber de onde partiu, assim como sempre devemos saber. 




O triunfo começou.


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