sexta-feira, 16 de abril de 2010

Educação, religião, filosofia... Ideal do homem comum.


Psiquiatras do mundo inteiro são dotados de um estudo voltado sempre ao relativo, isso atrapalha a concretização de uma resolução ao aprendizado não só dos jovens, mas também dos pequenos filhos, os quais são tão primordiais quanto os primeiros. Quando digo relatividade, quero opinar, não dissuadir, a todos que há uma possibilidade (ainda que remota) de montarmos uma forma de educar sob outros meios os filhos. Mas, como diria o filósofo maior, vivemos em meio a opiniões. Então, na minha opinião, temos sempre que nos basear em algum referencial que, ao contrário do que ao qual obedecemos, não deve ser um castelo de areia, e sim um muro com tijolos de aço. É um projeto.

O projeto deve ser visto como uma gota no oceano. Nós somos a gota. Não se pode visualizar apenas o oceano, de maneira separada, ou seja, sem que estejamos longe, de fato, do que nos é inerente. O oceano ao qual me refiro é o próprio mundo. A humanidade. O universo. O cosmo e além dele. Não é fácil. Todavia podemos fazê-lo por intermédio de um jogo imaginário, no qual nos vemos até mesmo como um grão de areia em meio a tudo isso...

Muitos mestres, assim, nos fazem pensar – ainda dentro do jogo semântico da imaginação – que o corpo é o próprio Uno, e nós, meras células trabalhando em prol dele. Ainda, na busca de uma racionalidade que nos aproxime da teoria, Deus é o corpo, e toda a natureza são seus elementos que o compõe e aqueles que o ajudam a trabalhar. Enfim, por meio de tais exemplos, é possível perceber o quanto estamos próximos em dizer que nada é por acaso. Nada é separado. Nada trabalha por si mesmo. Há uma consciência natural das células, assim como também o há em nós.

Nós, seres terrenos, acostumados a divagar em nossos momentos de solidão, tentamos buscar essa realidade, ainda que de maneira involuntária, pois sabemos que o sol, a chuva, as plantas, as hortaliças, as minhocas... Os animais trabalham em prol de uma lei a que estão acostumados e que são vocacionados para tanto. Por exemplo: não se pode pensar que o sol pode ser substituído por outro ser no mundo que não ele mesmo para a iluminação do sistema solar – ainda que haja pessoas que se julgam o centro do universo – não adianta.

Não há limites para esse joguete de consciência racional. Podemos até pensar que somos menos que o grão de areia citado, quando nos deparamos com a idéia de que o sistema como um todo é infinito, sem parada para descanso. E que, se não há finitos, não há ninguém, antes ou depois dele que o construa (gênese) ou destrua (apocalipse), mas há a lei que nos implica dizer que é preciso que alguém o tenha construído porque há coisa que não compreendemos, podemos muito bem dizer que o nome disso é mistério – ou, para os mais religiosos, milagres ocultos. Estranho...

Se nossos pensamentos nos dizem o contrário, por que temos que ler certas coisas que nos dizem o contrário do que se pode pensar e não o que reafirmam eles (os pensamentos)? A comunhão de ideias, no entanto, em nosso mundo é perigosa. Nos dá impressão de que somos fanáticos por algo. Mas onde ficam as respostas? Dessa pergunta nos vêm uma série de seitas, partidos, Ordens, ou seja, cada uma tentando abstrair uma relatividade que chega próxima da realidade divina. Outras, claro, fogem, e muito, da realidade a que idealizam.


Mas não fujamos do assunto.

Quando refletimos acerca de uma natureza, pensamos externamente, nunca internamente. Não nos sobrevoa o pensamento de que tudo aquilo que vimos (e vemos) todos os dias tem um sentido religioso. O que significa que há uma religação entre o sujeito (nós) e o predicado (o que está fora). Não nos passa pela alma a tradução do que está além dos olhos. Mesmo que o melhor do yoga nos faça ser superinteriores (vamos deixar assim) não há como entender esse reflexo.

É a educação.
Não há outro meio de compreender o que está de fora, se não tentamos nos compreender. É um trabalho educacional, religioso e filosófico. Tal trabalho não é inerente aos animais, plantas, pedras, planetas... Ou seja, jamais iremos nos deparar com a ideia de algum animal vislumbrando o sol como uma estrela bela, ou mesmo beirando uma rosa na tentativa de compreender sua beleza passageira. Esse serviço é nosso. É um processo. É um ideal. Regado a tropeços, mas também a glórias. É, além de tudo, exteriorizar o belo, o que há nessa alma louca para voltar ao seu ninho.

“O ideal se esconde até mesmo dentro de uma xícara de café”, dizia mestre Jal. A realidade de um ideal também se esconde em nossos atos, tão naturais quanto o café de dentro da xícara. Esconde-se no sorriso de um bebê, na gargalhada de um amigo, na paz de uma floresta, no levantar do sol, no cair de uma chuva... No aroma de uma terra molhada, mas também no mal. Até o mal é natural. É necessário.

E o que nos resta é ir atrás desse Ideal, dessa condição humana, que chega a ser divina, gloriosa. Uma condição espiritual, justa, dentro do que Platão chamara de o Bem em nós.

Talvez, por ser tão complexo de entender através de uma linguagem racional, é que os egípcios levaram séculos para deixar claro que somos limitados, por isso o segredo de muitos textos. O racional – por ser mente – dualiza, não direciona, de imediato, o que é, inclusive, espiritual. Mas o espiritual não dualiza, pois ele já é o caminho, a resposta. Contudo, por ter muitas vias de acesso, singulariza, em metáforas, símbolos, deuses, uma realidade somente compreendida aos iniciados nos mistérios.

O iniciado não é um homem incomum. É o que podemos chamar de ponte ao que queremos. O ser que reflete o divino. É o ser religioso por excelência.

A educação, assim, vista como uma problemática atual, por ser meio pelo qual se informa acerca de tudo, é mentirosa. A religião, aquela que separa o homem dos mistérios, também o é. A filosofia, que exclui o trabalho voluntário, a educação e a própria religião, não chega nem perto do conhecimento.



R

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