segunda-feira, 26 de abril de 2010

Formigas e Homens

Sim, hoje eu posso viver em nome do grande uno manifestado, na medida de minha vivência. Graças ao grande Espírito que em mim vive, questiono, pratico e vivo o que Ele me incumbe. É o serviço humano em prol da humanidade, quando o próprio homem se revela um pingo de um oceano em prol do oceano, que desemboca no Grande Oceano, o Desconhecido de todos.

Uma formiga, quando caminha com sua folha enorme em direção à sua toca, não pensa, não reflete, assim como todos os seres que trabalham e vivem a sua lei. Ao vê-la, sentimos todos um pouco dela, desse pequeno ser que caminha, trabalha, se comunica e provavelmente sorri na sua medida quando se deita.

Não há nada que a possa parar, nem mesmo o maior dos rolos compressores. Mesmo que se extinga a penúltima formiga no mundo, a última dará a vida para terminar sua tarefa.

Se fossemos tais quais formigas, teríamos honras, não pelo fato de fazer nosso trabalho, mas fazê-lo consciente em direção às nossas casas, ou mesmo – espiritualmente – em direção a Deus, em tudo que tocamos, falamos, vivemos e até mesmo morremos. Não somos formigas, no entanto. A lei que nos governa não é a mesma. Somos humanos. Isso nos dá uma lei pela qual viver, mas também questionar essa lei. Formigas não questionam, os animais em geral, também não.

Quando acordo, sempre me pergunto: “por que estou vivo?” , ou mesmo “o que é a vida?”. Por que essa insistência dos deuses em fazer um ser que digladia, todos os dias, com suas imperfeições, em direção a algo que ainda desconheço? É claro que tenho um filho que amo (uma mulher idem), mas ele vai crescer, amadurecer, morar longe dos pais, esquecer a maioria das experiências por que passou comigo e com sua mãe; quererá colher outros frutos... Enfim, se meu objetivo é meu filho, por que que ele, o objetivo, não é forte, eterno, como o céu que vislumbramos, e não um castelo de areia? Haverá um ideal maior e melhor por que lutar? Claro. Nós mesmos, nosso caráter, atitudes frente ao desconhecido, aos deuses, à nossa natureza – ao que realmente somos.

É um trabalho de formiga este? Talvez. Todos esse pensamentos em relação aos meus objetivos são como folhas enormes em meu corpo, que, às vezes, acorda dolorido, porém quente ao saber que tudo está apenas começando... É, eu, por mais incrível que pareça, ainda me sinto um guerreiro em minhas tentativas. Somos todos assim...

Então o que nos faz de pé todos os dias são nossas folhas enormes – filhos, mulheres, pais e mães, dinheiro, trabalho... em meio as crises de personalidades que temos ainda que não saibamos direcioná-la? Também. O que nos faz fortes são nossas vontades, nossas decisões corretas, nosso amor ao próximo, nossa relevância como ser humano e outros ingredientes que nos tornam melhores a cada dia...

Alem do que os deuses nos deram motivações para viver. Nos deram o fogo interno para a consecução de nossos fins, sejam eles de qualquer nível, grandeza.... Nos deram mais ainda: o maior de todos os títulos. Apenas nós, humanos, podemos compreender o universo um dia, o que significa entender Deus, mas para isso entender a grande lei que em nós vive. A lei da Formiga...

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"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....