sexta-feira, 30 de abril de 2010

Família (II)


A priori é necessário ressaltar que ainda temos alguns vínculos familiares, ainda que desligados do grande referencial, mas que fazem valer o respeito necessário à palavra Família. O cristianismo é um deles. Com leis difusas, confusas, cheias de interpretações literais de sua bíblia, o cristão segue à risca seus princípios, ainda que vazios de sentido, pois não se religam ao céu nem obedecem à terra. Todavia, traduzem fielmente um texto que diz “obedeci aos pais”. “Feliz é o filho que obedece ao pai” – coisas assim.

O problema maior é que, sem saber, que quando se referem ao céu – à totalidade do Uno – trazem à terra os valores celestes de maneira a serem incrustados na ponta da língua como se fossem realidades naturais, claras e únicas. Contudo, ajuda na educação cristã, a qual pressupõe a única saída para o mundo de hoje.

Assim como um fogo que acaba com todas as suas madeiras, e alimentado por outras, o fogo da desvalorização humana extinguiu os conceitos e tem, como nova madeira a ser queimada, quase que intacta, a educação cristã dentro do meio familiar.

Sem seguir qualquer referencial, seja tradicional ou não, apenas atropelando o que nos fez homens no passado e mulheres de bem, o cristianismo se equilibra na religião dos padres, dos pastores, dos papas, dos anciões, os quais, com lastros na figura de Cristo, mesmo assim, desencadeiam a falta de personalidade e caráter para lidar com a vida, levando à família – o núcleo a que tanto visam – a tortuosidade inerente ao homem sem sabedoria, ou seja, sem amor à história do próprio homem a qual o fez ali, reto, disciplinado, ordenador dos princípios na terra, religador do céu e da terra, com o foi há muito tempo.

Sem a educação – edutiere – principio avassalador do mal, o homem se torna o próprio mal, refletindo em suas leis a própria personalidade, o próprio caráter que não o liga mais ao Logus (ver texto 1).

Não se pode ter uma educação baseada em princípios falhos, pois é ela que nos conduz à nossa origem, seja aos núcleos, seja a nós mesmos. Uma prova disso são notícias de uma sociedade se adequando às suas necessidades mais falhas ainda, ou seja, como se não se houvesse porta, vamos fazer um grande buraco na parede, ainda que tenhamos todas as ferramentas para fazer a nossa porta...!

Mas já que estamos no caos – crianças sem pais; com pais violentos; com mães irresponsáveis; mães precoces que deixam filhos em lixos... – busquemos, pelo menos, olhar um pouco para a estrela que está ali, ainda, a nos ensinar que ela está ali não porque o homem quer que ela esteja ali, mas porque existem inteligências no universo trabalhando em prol de um Universo maior, e que não conhecemos, e se mantivermos a mentalidade voltada aos interesses frívolos, como dinheiro, duvidaremos sempre de nós mesmos, em qualquer quesito humano....

O Porquê da Educação

A educação é que nos gera princípios. Faz-nos viver deles. Ela é a massa que une os tijolos de nossa alma quando nos atemos a algo verdadeiro, justo, belo, sempre a religar o homem ao céu, assim como o fizeram os grandes homens do passado. Depois de todos unidos, como uma parede ou mesmo um muro, não há como derrubá-los. Lembram-se dos três porquinhos e sua casa de tijolos? Pois é, no fundo, queremos que nossos princípios sejam como aquela casa onde a Tríade – os três porquinhos – vive. Casa esta que nem mesmo o maior dos lobos – as depreciações de uma sociedade caótica – derrube.

A verdadeira família, a partir dessa premissa, só será tradicional, forte, bela, unida, religada com seus princípios, amada, quando houver essa reviravolta na educação – não a que estamos acostumados a ver e dela sobreviver – mas aquela que fazia o grego a acender um pequeno fogo em meio à sala de estar, religando com o grande fogo no meio da praça da cidade, a qual estaria ligada ao fogo maior – o fogo dos mistérios.

A família, hoje, não respeita os homens nem mesmos as mulheres, e sim a adequação de novas leis em favor do mal que não se conseguiu parar. Mal em forma de homossexuais que adotam crianças, mal em forma de pessoas, aparentemente de bem, que jogam crianças do sexto andar; mal que joga crianças em rios; mal que faz crianças pedir esmolas a pais miseráveis em todos os sentidos; mal que nos faz acreditar que o “importante é ser feliz”, enraizado em uma felicidade sem ponte para o sagrado, cheia de buracos, sem elementos visíveis do verdadeiro amor – mas o amor relativo, aquele que faz suprir a vontade de ter uma criança em nome de uma família moderna, sem o caráter daquela que um dia foi o maior núcleo de todos, no qual o homem se confortava até mesmo em pensamento...






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