Na semana passada, mais uma cena de horror deixou o mundo aterrorizado. Um louco, em nome de uma organização terrorista, assassinou vários jovens em nome de uma causa que, no entender dele, seria religiosa-política... ali, na Noruega, país, até agora, símbolo da paz, dos nobéis. Disfarçado de guarda florestal, o mentecapto se aproximou dos jovens em acampamento e iniciou a chacina, isso depois de ter explodido um prédio...
Como se justificasse seu ato monstruoso, ele, depois de preso, chegou a dizer que fizera aquilo porque a Noruega, país inventora no Nobel da Paz, abrigava não simpáticos a sua causa, os Judeus.
Assim como muitas no passado que assassinaram em nome de Deus, outras organizações atuais abreviram vidas por motivos iguais, mas de maneira mais contundente e horrível possível.
E assim, muitos se perguntam, o que podemos fazer com tais sujeitos (ou organizações) que destroem vidas em nome de Deus, Alah, Maomé, etc, ou por menos do que isso? Se fôssemos descrever tais crimes e suas formas, terminaríamos em um livro de terror, e mesmo assim não teríamos leitores satisfeitos.
Não há, pelo menos em minha visão, pena (justa) a quem mata ou maltrata crianças. Torturar tais monstros, maltratá-los, colocá-los em corredores da morte, a meu ver, chega a ser simpático à causa deles, ou melhor, chega a ser um presente...
Nada justifica a morte de seres inocentes que estão chegando ao mundo e aprendendo com ele, mas há aqueles que lhes ensinam da pior maneira possível valores inversos aos que aprendemos em casa, na escola... Tivemos, a exemplo, no inicio do ano, um fanático, em São Paulo, que o fizera em nome de sua religião, e que, depois assassinar mais de sete crianças em sala de aula, deixou cartas em que relata o porquê de tudo, e suas desculpas ao ocorrido. Antes de se suicidar, o monstro queria levar consigo tantos inocentes quanto o numero de letras em sua podre carta, na qual tentava justificar a morte dos jovens... Não nos interessa, claro, a sua justificativa.
Não adianta, há sempre um fanático por alguma causa. Não é de hoje. Há milhares de anos, já havia os xiitas assassinos por causas que nem mesmo poderíamos entender. Hoje, no entanto, graças à Mídia, podemos nos “inteirar” com opiniões de jornalistas, de especialistas nos assunto e, se quisermos, nos relacionarmos com indivíduos cujas mentes vagam entre o bem e o mal, tal qual aquele equilibrista que vai cair no chão, sem redes.
A questão é que, de tão perto que estamos desses insanos, que, na maioria das vezes, nos tornam seres medonhos em relação a outros seres humanos que não tem nada a ver com a loucura daqueles. A preocupação, assim, com aquele senhor que anda sozinho, do trabalho para casa, com aquele menino sozinho, nos cantos, sem a característica social própria, e outros comportamentos inerentes dos bestiais nos fazem temer a vida, sem que possamos nos aproximar daqueles e, quem sabe, auxiliá-los em sua solidão, em sua falta de carinho.
Assim, nos afastamos, pelo medo, de quem realmente precisamos nos importar, com as pessoas mais próximas de nós. Daqueles meninos que correm a nossa volta, em busca de alguém para comentar suas venturas, ainda que trôpego no assunto, na fala, contudo, cheio de energia e vontade nas veias, no coração, a fim de explodir em sorrisos férteis de inocência...
Há ainda os idosos cujos atos nos deram sabedoria no passado, os quais, pela Mídia, são ainda vistos como suspeitos por estupros, violência sem medida, pedofilia, etc, e que já não se enquadram em contextos de respeito, de moralidade, ética, pelos quais lutaram a vida toda. Simplesmente, graças a frios senhores de idade que, embora de idade, não tiveram a adolescência completa, não tiveram o amor ou os amores a quem deveriam amar, ou mesmo as relações próprias da época, e nisso se tornam imbuídos de instintos presos, burlando até aquela data em que os homens se tornam sábios ou meramente reflexivos quanto à vida, à morte... E se engendram em desventuras animalescas...
Precisamos tornar realidade aquele sentimento humano que causa inveja aos deuses, como dizia Aquiles, herói grego. Mas a modernidade nos sucumbe. Depois que colocamos os óculos do medo, uma visão aterradora e genérica nos toma a casa, a escola, os templos, as ruas, os parques... A desconfiança do mal dos homens nos faz dar passos lentos em direção às paradas de ônibus, ao nosso carro, sem o qual nem sairíamos de casa... Nos faz pensar duas vezes antes de confiar em alguém.
Não há como negar nosso medo. Mas também não há como ficar em casa para sempre, a espera do filho que foi à escola, ou à balada, ou ao acampamento... Não podemos desconfiar sempre de todos, nem mesmo daquele jovem quieto em seu mundo, que precisa de um diálogo, ainda que breve, para que possa confiar em Deus, ou menos do que isso, em uma pessoa de bem, que queira realmente seu bem...
Quanto àquela dor que nos vem quando surgem loucos nos jornais, exibindo seus rifles em fotos, sorrindo nas viaturas de polícia, depois de presos, após um massacre..., ela vai passar, e vai para a memória da alma nossa de cada dia, e para a alma coletiva da humanidade. E nos ensinando que o mundo muda a partir de decisões, tomaremos as nossas, e trabalharemos para que nossos filhos sejam as melhores pessoas do mundo, e se não forem, que não sejam vitimas, ou fanáticos religiosos-políticos, pois, um dia, estes fanáticos serão varridos como folhas velhas pela grande vassoura da paz.
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