segunda-feira, 4 de julho de 2011

Homens e Neblinas




Nesses dias frios, a umidade tem ficado sempre abaixo do esperado, formando neblinas em torno de vilas, cidades, principalmente em lugares onde possuem, às margens, lagos, lagoas, mares, ou seja, nas regiões Sudeste, Centro Oeste, Sul... que sofrem na hora do rush da manhã.

E me aconteceu nesses dias de uma grande neblina fechar nossas visões ao sair de casa. Eu, que vou de ônibus, saio de casa e me deparo sempre com casas, pistas e uma igreja a menos de cinquenta metros do meu apê.

No “dia da grande neblina”, além do frio, uma grande nuvem tinha tomado minha visão, como se todas as nuvens do céu tivessem resolvido descer ao chão e reunirem-se. As casas que ficam na frente de minha estavam por pouco sumidas. A igreja, nem se fala. Eu não a estava vendo. A parada de ônibus para qual eu vou estava sumindo; e quando olhei para o céu, nuvens e nuvens...

Contudo, ao pegar o ônibus, pela janela, percebi que lá em cima delas tinha um ser que estava pleiteando aparecer, de forma simples e envergonhada. Era o sol. Sorrindo frio, graças a sua distância da terra nessa época (solstício de inverno), burlava uma nuvem aqui e ali, até que... pronto, aparece! A neblina, aos poucos vencida, começou a desaparecer; e o sol, pronto para comandar o dia, parecia dizer... “Agora, deixa comigo”. E o dia se tornou quente, belo, com uma tarde mais bela ainda... O frio, esse foi esquecido.

Neblina

Eu queria que as depressões humanas (neblinas) tivessem um sol. Todas elas são feitas de neblinas, talvez mais fortes e densas que as reais. As neblinas tapam nossas visões provisoriamente; mas as que temos sempre superam nossas razões, nos impedindo de reagir frente às questões mais difíceis da vida.

Nossas reações são inúteis. E o sol não aparece. O sol, em si, está preso, encarcerado a uma alma congelada por pensamentos férteis de ódio, desamor, desolação... Trazendo uma nuvem negra, a falta de autoestima.

Se não temos confiança naquilo que fazemos, se não somos flexíveis aos nossos erros, se os acertos são vistos como mera consequência de uma sorte, acabou... Adeus mundo cruel!

Humanos

Sabemos que nossa natureza é buscar a felicidade onde quer que caiba nosso sorriso. Seja em atos bons ou em atos maus. Claro, há bandidos que se consideram felizes por roubarem e matarem e nunca seres descobertos! E há, claro, os homens de bem, que procuram transformar a sua vida e a dos outros em vidas realmente humanas.

E nas entrelinhas desse contexto, existem pequenas coisas com as quais lidamos no dia a dia, como estudar, trabalhar, ganhar dinheiro – pouco ou muito --; amar, ser amado... Apaixonar-se... Enfim, pequenas coisas que se tornam nuvens de sentimentos, valores relativos, princípios relativos, de forma que, sem perceber, já estão em nosso corpo como roupas!

A questão é que, se somos humanos, podemos nos desvencilhar das situações que criamos em torno de nós mesmos. Sim! A vontade, o equilíbrio e uma direção podem nos transformar em seres briosos. Mais que isso, nos transformar em seres férteis de experiências de diversos níveis, mas sempre voltadas a um sol que nos move todos os dias. E esse sol de cada um – podendo ser uma família, um filho amado, um Jesus, um Buda... – deve ser não só a raiz de nossos pensamentos, atos, escolhas, decisões, mas principalmente o nosso norte.



Volto no Próximo Texto...






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"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....