Dentro de tudo que foi dito, há uma certeza: a de que precisamos de algo para nos referenciar a fim de seguir adiante em nossa empreitada física, racional, emocional... espiritual... Mas para onde?
O homem moderno tem seus caminhos assim com o tiveram os do passado. Contudo, um pouco mais perdidos que estes, os modernos se lançam no abismo sorrindo, levando consigo inocentes. E mais, castram possibilidades de crescimento interior, ceifando com palavras, gestos, questionamentos que poderiam ser feitos, e quando o são, desviam-se para outro abismo – o do esquecimento.
A neblina, aqui, é maior do que o sol. É preciso que olhemos para nós mesmos no sentido mais filosófico possível com a finalidade de nos conhecermos a nós próprios, com desejo de mudar as ações desumanas, olhando fixamente para o nosso Eu.
Tão difícil quanto “subir ao céu com uma nave feita por nossas próprias mãos”, conhecer a si mesmo é um ato não só filosófico, mas tão humano, intrinsecamente humano, que chega a ser divinamente necessário ao homem.
Razão
Conhecer a si mesmo, em nosso nível, a meu ver, tem tudo a ver com saber nossas limitações, entender mais nosso universo, nossas ações humanas, o porquê de nossas vivências, para quê, por quê a vida, e qual a pretensão dos deuses em trazer-nos tantos problemas.
A razão é imensa e só respondemos a esse questionamento indireto com vivência e vivência... E mesmo assim, ainda partimos para o desconhecido desconfiados de que não entendemos nada da vida, o porquê dela.
E isso é bom. Reconhecer que não sabemos nada vai de encontro à máxima socrática do mestre que um dia foi eleito por Pítia, cidade em que nascera, como o mais sábio dos homens. Ele, Sócrates, ao saber que nenhum homem sabe de todas as coisas, disse “Só sei que nada sei”.
Hoje, um professor em sala de aula, ao sentar-se em cima de uma mesa, não na cadeira, cheio de espontaneidade, risos e inteligência falaciosa, trata os alunos como escravos da ignorância, dizendo saber de tudo. É triste!
A Cotovia de Francisco
As neblinas vão se dissipar conforme a vontade do homem que nelas se encontra. Há neblinas relativas – as nossas, as quais criamos com nossos desejos, paixões, desamores, problemas infinitos, -- e há aquelas em que nascemos, e que somos obrigados a decifrar se são ou não neblinas em razão de sermos humanos. São as neblinas naturais da vida.
Mesmo assim, sabemos que há um sol em comum a todas elas. É o sol do desapego. Este, tão perto e tão longe de nossas possibilidades, se explicita além-neblina, além-céu, além do próprio sol... Mas também tão perto de nossos corações, de nossas mãos, de nossos passos....!
Francisco de Assis, o santo católico, um dia, em meio a uma igreja lotada de padres, bispos e com o grande papa sentado em sua majestosa cadeira, teve a coragem de dizer...
“se a cotovia que vem de longe, todos os dias, beber da sua água, não precisa de mais nada para ser feliz; se o lírio em sua simplicidade nasce tão belo quanto o rei Salomão nos seus dias mais prósperos, por que precisamos de luxo, da grande matéria, do ouro, para se viver?”
Um dia vamos saber...
Acho que esses textos,foram esclarecedores em relação no que as pessoas começam a sentir depois de um tempo,quando começa a analisar suas perdas e objetivos não conquistados!
ResponderExcluirSe essa neblina e tão densa que não enxergamos mais nada,e acredita em algo e difícil mas quando temos algo para nos apoiar ainda podemos prosseguir ! Seria bom sempre deixar uma palavra como essa pra pessoas que acham q não vale mais a pena!
Um ótimo texto como sempre !