quinta-feira, 28 de julho de 2011

... E a Alma do Mundo...


Nas emoções refletidas nas lágrimas de amor e ódio, nas dores da vida, nas sensações de alegria, nas palavras de uma bela poesia feita de coração; no amor ao próximo, ao distante, do pequeno ao grande humano... Assim caracterizamos a alma do homem, que vive em função do que sente, ama, vive e morre! Assim, de maneira macro, caracteriza-se um país em época de festas, de canções em shows, que une a todos – tribos, línguas, músicas!

Contudo, a parte que nos cabe salientar é a mesma parte que nos preocupa. A alma do mundo. Tão doente pelos maus tratos, pela ignorância humana, pela falta de humanidade... A alma mundo trafega cansada em meio a florestas devastadas pelo interesse, pela indiferença à natureza. Trafega entre os homens de bem que são teóricos, são racionais e não deixam seus mundos, graças ao medo de perder seus valores alcançados durante a vida; a alma do mundo pede em suas vias estreitas o que se pede dentro do coração do homem de bem...

A alma do mundo está sem pernas, e se arrasta nos becos pobres das vidas, a demonstrar o preconceito profundo aos pobres, e se veste da pobreza dos homens ricos, mas que se alojam em suas mansões indiferentes ao mundo que morre, ao mundo que se encontra abaixo deles, ao mundo que se desfaz graças a eles.

A alma do mundo não vive, sobrevive na ganância dos governos corruptos, que transformam belos países em pobres mendigos, e por isso se emudece, chora e pede aos poucos do nosso tempo que tenham piedade dela. Pois no passado, viva como uma criança em parques, como jovens, como adultos honrados, a alma do mundo não procurava vida, ela já o tinha no coração dos homens, e, como ponte ao valor humano, transbordava como ouro fino nas vozes dos grandes homens, que não eram grandes por terem posse, e sim pelo, muito mais, respeito, pelo valor dado, e a ética ao ser humano, fosse de qualquer raça, cor, sexo, religião...

Aqui, a alma do mundo sorria e até mesmo o sol se fazia mais forte, e a chuva mais fértil nas plantações, e estas mais soberbas às tribos que colhiam, que brindavam, que cantavam e, na noite que vinha com a festa, a fogueira saltitava nos olhos das crianças cheias de vida e heróis nas veias...

Hoje, nossos heróis foram reduzidos a interpretes e a compositores que cantam suas debilidades internas, e criam “discípulos” com suas vestes, com seus modos extravagantes, e os fazem chorar quando se vão, ainda que sejam doentes, mórbidos, feios, malucos até, mas que, dentro de suas vozes maravilhosas, demonstram a realidade de um mundo que precisa mais do que nunca de um caráter para se erguer.

E a alma do mundo vaga nas escolas cheias de crianças e adolescentes que não sabem o que é respeito disciplina, ordem, organização – a mínima que seja, e clamam a troca de governos, a troca de professores, mas não pedem a troca de educação. A atual, preocupada em transferir o aluno à série posterior, desfaz todos os princípios humanos quando quebra o seu significado -- edutiere > transferir o que é bom para o externo.




Mas quem ou o que voltaria ao passado, tra-nos-ia a beleza das escolas gregas, romanas, egípcias em preocupar-se com o real valor das palavras, da semântica original delas, ou mesmo da preservação da educação tradicional, da qual somente os discípulos ou alunos mesmo poderiam realmente ganhar com tudo isso?

Ninguém o faria. As almas humanas transformam a beleza em ganho financeiro, levando o que poderia ser realmente belo em algo que, por mais lindo que seja, em interesse de poucos. Não se pode apreciar, a exemplo disso, uma ponte perfeita, tão bela, forte e firme, em algo belo, pois nossos pensamentos nos fazem imaginar o quanto responsáveis pela estrutura levam para casa ou mesmo para os bancos particulares milhões de dólares!

MAS pensar que a alma do mundo está doente e não se levantará é um tanto frio de nossa parte, e até comungável com a política e com a religião atual, a qual destrói famílias, assassina juventude, e ainda pula o muro sem ser vista.

A alma do mundo vai se levantar, dar saltos de alegria, ainda que se mostre claudicante no inicio, porém não está morta, não está banida do próprio mundo, pois ela depende dele, desse ser quase oval, no qual mares e oceanos deságuam em belezas naturais, no qual o sol ainda se levanta, sorri e embeleza as matas e jardins humanos.

E dentro desse mundo, há nós, humanos de almas belas, que se levantam na madrugada, tomam seu café, saem correndo atrás do seu ônibus, e começam o dia com um largo sorriso, na esperança de ver outro sorriso, outro e mais outro... como pingos n´água que geram pequenas ondas até a outra margem.

A alma do mundo é a nossa alma.

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