segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Dia dos Homens-Pais (final).

O meu futuro, na realidade, modificou em todos os sentidos após seu nascimento. Todos os dias eu me olhava no espelho acreditando ter mudado algo – tipo cabelo, físico, aparência em geral, os quais mudariam com o tempo, mas não tão rápido. Mudaria meu comportamento frente à vida, frente aos meus amigos, família, etc. E mudou.
Pedro Achilles, três anos depois

E percebi, ao poucos, essa transição. A principio nós nos confundimos acerca do que é mudança. Acreditamos que ela vem com o tempo, pode ser, mas comigo não foi assim. Após o nascimento do bambino, logo eu que o filmei, logo eu que fui o primeiro a pegá-lo no colo... Tive uma brusca mudança, que, por sua vez, me fez mais velho, porém mais forte, ao mesmo tempo, mais jovem...

A outros, no entanto, leva tempo para cair a ficha, que é o caso de vários que conheço, e não pretendo citar nomes, mesmo porque faz parte de uma realidade porque passamos, e ao passo somamos, mas não levamos ao nosso consciente por diversas razões. Uma delas é vinda da criança em uma época difícil; outra, a falta de recursos para criá-la, e mais uma, a dúvida da “eternidade” com a parceira...

Há vários motivos que nos fazem repensar nossas obrigações como ser humanos, e como pai então... Nem se fale! Para este último, não tem volta. Ao vir o filho nascendo, não há o dizer “pode empurrar pra dentro que mudei de ideia!”... Contudo, muitos recorrem a outros meios, como deixá-los em portas de casas alheias, em quintais, em fossas, em lixos... Como “solução” simples e ao mesmo tempo monstruosas.

Graças à minha educação, sempre compartilhei o bem junto aos meus familiares e amigos, e sempre repudiei atos monstruosos seja em qualquer nível, com crianças ou não, com seres merecedores ou não. Acredito na Justiça como um todo e dela não abro mão. O ser humano, por mais complexo que seja, se mostra ingênuo em atos indizíveis, ignóbeis, mas que, ao mesmo tempo, nos traz a certeza de que é criança em tudo que faz – e a ignorância comprova isso.

A nossa ignorância se torna um ser à parte quando nos aparecem experiências diferentes e ao passo difíceis. Assim, caminha a vida e a certeza de vários jovens que vegetam criando filhos no ódio. Há muitos, no entanto, que assumem; contudo perdem a beleza de passar por experiências que poderiam movimentar seu futuro e quem sabe pensar em algo mais concreto, mais viável à sua vida, ao chegar a maturidade..

Eu, hoje, como pai, tive a força de me segurar para que não houvesse precipitações na juventude. Foi indizível. Por ser filho de pioneiros que não tiveram educação sexual, poderia eu, muito bem, ter “sujado” a minha ficha, todavia, estudei, li muito, e fiz o que deveria fazer um homem que raciocina a respeito de seu futuro... Eu esperei que “a folha caísse” e me desse a hora de colher o fruto.

Mesmo longe de ter a idade propicia para ser um pai – a qual talvez fosse de trinta anos --, me orgulho de ser um emblemático que chegou na hora certa da vida para dizer que está preparado para tudo. E ser pai.


Meu futuro é agora, e dele pretendo usufruir. E agora, mais do que um homem que cuidou dos sobrinhos, da mãe e dos irmãos, sou pai, sou esposo, sou marido de uma bela mulher e pai de um filho tão belo quanto. E na certeza de educá-lo acima do que eu fui, levá-lo o que não me chegou – a cultura mais cedo, o respeito à tradição mais cedo, o respeito às pessoas por sua historia, e à própria História, que nos legou épocas douradas, valores pelos quais lutaram os grandes heróis, e destes que, um dia, foram nossos pais. Levar ao meu filho a hereditariedade, porque em tudo há: na natureza, nos grupos, na sociedade, na família, toda ela baseada no grande universo.

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"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....