Mahatma Gandhi disse “Não há caminho para a paz, a paz é o caminho”. Esse grande homem, adjunto de seus ideais mais nobres, conseguiu, sem violência, vencer um exército, vencer o medo, vencer um país inteiro, a Inglaterra, ao se dedicar de corpo e alma a uma causa que, hoje, torna-se a cada dia mais difícil, em países terceiro-mundistas, a liberdade.
Esse grande homem, que viveu e morreu por sua pátria, e deu aos homens do mundo toda uma lição de humanidade, talvez tenha sido um dos últimos a viver e a morrer por algo maior que a si mesmo, o que geralmente assusta a nós, mortais, a esses homens, de ideias e condutas semelhantes aos heróis, não, eles simplesmente vão, realizam, e conseguem, seja aqui no inicio do mundo ou no fim dele, por pessoas que nem mesmo sabem o significado de amor, liberdade, paz, vida, independência...
O mesmo Gandhi teria dito que a paz seria tão complexa e por isso tão perfeita, que seria difícil, por assim, dizer de alcançá-la. Claro, tudo que é complexo na visão humana é difícil de ser realizado, contudo, esqueceu-se de dizer o Mahatma (grande alma) que, quando nos dispusemos a enfrentar qualquer problema, todo ele se torna pequeno, fácil, simples de ser confrontado; além do mais, tudo que na visão humana é difícil é fácil e perene na visão dos deuses.
Marco Aurélio, general filósofo, teria mesma opinião quando se referia nos campos de batalha à paz interior. “Quando estiver com problemas em demasia, busque a visão do espaço, sinta-se uma das estrelas, olhe para baixo, e olhe aquele ser que se turba sozinho entre os milhares. Este é você”. Aurélio, ao escrever seu diário máximo, queria dizer que a paz depende de cada um, seja em qualquer lugar, em qualquer ocasião.
Podemos, segundo ele, em meio a problemas de pequeno porte ou de grande porte, sermos aliados de uma paz a qual buscamos fora. E o general filósofo falava em meio a flechas que voavam em sua direção. Não apenas a paz. Segundo a filosofia estoica, a qual defendia, os valores humanos deveriam ser interiorizados e praticados, de forma que não deixasse margem à personalidade.
Para tudo isso, claro, não somente à paz, teríamos que ser realmente estoicos, pois não seria de um todo fácil praticar, vivenciar e sorrir, depois de encontrar a grande missão humana, ser realmente humano.
E nessa consecução ou tentativa dela, o ser humano se reveste de simplicidade, de humildade (não a cristã), vivencia o amor ao próximo, é mais espiritual, no sentido de estudar seus mistérios, sua capacidade de lidar com o outro, enfim... raios vão surgindo de um sol oculto, o sol de seu próprio ser, o qual é imortal e está em cada um de nós a espera de uma visita. A paz começa aqui.
O grande ditado
Há um ditado grego que diz “Se quiseres a paz, prepara-te para a guerra”.
A visão universal grega, advinda de um conhecimento clássico, do qual não se fazia paz sem que não houvesse guerra, traduz uma realidade pela qual passavam os grandes generais, mas também traduzia o que muitos atualmente não aceitam, que era a visão acerca de Deus, dos deuses, das divindades, etc... Tanto que havia o deus Ares, filho de Zeus e Hera, e Eirene, como deusa da Paz, segundo alguns, o que nos remete ao fato de que em sua filosofia o grego tinha sempre a visão de que não há luz sem a escuridão e vice-versa. E em Roma, o deus da Guerra, das armas, do combate, era Marte; e Huitzilopochtli, deus da guerra asteca...
Nessas civilizações, a paz não era uma utopia – algo impossível por mais belo que seja – e, sim, algo palpável, sempre advindo de uma natureza filosófica que norteava os grande homens da época, ao contrário dos nossos, que, cristãos, acreditam piamente que paz é silêncio duradouro, sem conflitos, sem combates... ou seja, algo impossível!
A paz, quando vista como um ser voltado a embates naturais, porque na natureza há embates de qual qualquer modo em qualquer lugar – os animais estão ai para comprovar isso --, seriamos mais pleno de uma consciência na qual a própria guerra seria também natural, não como algo alarmista.
A paz, assim, precisa da guerra; e a guerra, precisa da paz.
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