Um dia me disseram que Deus era o reflexo nosso em vários espelhos. Foi uma professora de literatura que queria abreviar o assunto antes de criar polemica sobre este, quando disseram que Deus era isso... Deus era aquilo. Então, com louvor, ela foi sucinta, “Sabe aqueles parques de diversão, vocês já entraram nas Salas dos Espelhos? Senão, vou dizer-lhes, olha, gente, Deus é aquelas imagens tortas, retas, finas, grossas, pequenas, grandes... Que são refletidas a partir de nosso corpo! Deus tem várias faces”, fechou.
Fora uma cachoeira em cima de um questionador que se viu saciado involuntariamente por não ter que prolongar sua tese não acadêmico-religiosa a uma professora cuja experiência em matar polêmica não era infantil. Era mortal.
Em tese, podemos dizer que a grande professora estava correta. Ela suscitou a simbologia antiga, e o aluno, por isso, não compreendeu. A mestra levou em consideração o que se ensinavam na Índia antiga, na qual várias crenças foram baseadas nesse principio, o de que todos os deuses vêm de um só. E todos estes possuem características adversas, mas todos eles são voltados a uma só essência, ao caráter humano voltado à sacralidade, ao Ser.
Não somente na Índia, quando Ariavarta, mas também nas antigas filosofias Maias, Incas e Astecas, nas quais deuses eram representados pelos sacerdotes que vivenciavam toda a crença no dia a dia, através da astrologia, dos rituais, das construções... Hoje, claro, incompreensível ao sacerdote moderno, que antropomorfizou os tempos e os deuses.
No próprio Egito, quando diziam que tudo era sagrado, falavam das mínimas pedras, ao último ser invisível os quais representados em forma concreta, ou não, tinham em sua essência um pouco de Deus.
O espelho no parque simboliza, de alguma forma, essa parte histórica das grandes nações, nas quais se acreditavam, se praticavam e dela viviam como seres que amavam e que se diziam imortais pelo que faziam – e faziam muito.
O homem, quando representado na figura que reflete todas as imagens, nos proporciona pensamentos que nos direciona a um mundo, ainda que fora do alcance do passado, mais intuitivo, mais pensante, no sentido de rever nossos conceitos acerca de Deus. Pois, hoje, precisa-se dizer que a palavra Deus está perdida em meio a religiões meio egoístas, pois se apoderaram dela, criaram características fora do que ela representa, e a transformaram em um ser com tendências humanas, como a um homem a perdoar, a sentir, a ser misericordioso, a ser louvado, sem cessar; a ser buscado nas orações de modo a igualar-se a um pai grande e comum, nos dando tudo que pedimos...
A palavra Deus, hoje, a ser colocada ante aos espelhos do parque, transfere suas imagens gradativas em cada uma das religiões, ou mesmo em cada ser humano, que O vê como quer, como quiser... Na antiguidade, isso se chamava ignorância. Hoje, dá-se o nome de “normalidade...”
Antes, as imagens refletidas por Deus eram a própria Natureza, sendo ela má ou não – tanto que na Tríade egípcia havia o deus Seth, visto como a parte “negra dos deuses”, o qual retalhara Osíris e o fez, mais tarde, ser o Deus da Vida e da Morte. Também havia, na filosofia grega o deus “Hades”, que não era pronunciado pelos habitantes daquele país, pelo fato de que, segundo o mito, Hades traíra Zeus e queria tomar o mundo. Claro que a simbologia perfeita nos diz que Deus está em tudo... E por que não estaria no homem?
Então ficamos com Heráclito, filósofo grego, que dizia... “Deus é riqueza, é pobreza, é paz, é guerra, é amor, é ódio...”.
Nossa... QUE ARTIGO INCRÍVEL!
ResponderExcluirEu sempre penso nisso, sempre procuro quem é Deus... E sempre encontro esta resposta... Deus está em tudo o que existe... Na verdade, existe apenas Deus!
Eu adorei...