Em meio ao caos, ainda há vida e esperança. |
Em meio a um mundo voltado a guerras frias e quentes, cheio de injustiças sociais; um mundo onde países sobrevivem de restos de sua cultura, ou mesmo sem cultura em suas malas, além das imposições dos grandes déspotas, e deles a ruina de um tempo, e muito mais, podemos dizer que a cultura do ser está se extinguindo...
Talvez seja o nascimento de uma raça dominante no pior sentido da palavra, ou melhor, uma raça sem palavras, sem nexo, sem amor. E sem culpados, ela vai se encaixando na essência das coisas como a dor em um osso, ou a saudade em um coração, porém uma saudade sem fim, sem que possamos fazer algo, como a queda de um bem querido em um precipício.
Nada podemos fazer, pois o que nos resta é olhar a queda do individuo da mais alta montanha, de um edifício, de si mesmo, e saber que vai sentir a maior das dores e morrerá, assim que se chocar ao chão, físico ou não. Mesmo assim, nossos sentimentos serão os mesmos, inamovíveis, como bandeiras ao vento gelado, presas ao mastro de nossas tentativas vãs, como uma brisa fina, fruto de nossa esperança por algo. Talvez por uma ventania que nos faça levantar e nos elevar...
Aqui, a espera desse vento, surgem os homens que acordam de suas consciências e refletem acerca do que fizeram com o mundo, tentam acordar e mudar suas estruturas frias, afim de que sejam vulcânicas e transformem suas vidas, a sociedade, o mundo em algo pelo menos simples, ainda que a beleza esteja longe.
Tais homens advêm daquele passado triste, porém dentro do qual havia o pequeno grilo de nossas boas ações, enraizadas em preceitos belos, e inatos, e por que não dizer sagrados? Estes homens nasceram com objetivos de transformar, ou mesmo transmutar um mundo, seja após as guerras nas quais houvesse mais mortos que vivos, seja em um mundo completamente em frangalhos, em que todos se questionam acerca da violência em excesso, da apologia sexual, e de outras apologias guardadas para o nosso fim.
Esses homens falarão, apesar de tudo, da simplicidade, do amor, da paz, da beleza, da vida, do cosmos, de Deus, de uma forma tão singela, que nos darão mais energias para compor nossas almas, que foram esquecidas ou pisoteadas pelos gigantes robôs criados pelos próprios homens, que, um dia, encontraram o desamor como resolução para os reais problemas físicos e espirituais.
Mas a árvore da vida não morreu, e em meio ao conflitos que nesse mundo há, ainda sim, sementes serão plantadas em nossos corações, sem discriminações, ou restrições; dar-nos-ão mais fôlego para uma nova jornada dentro de nós mesmos, pois o que nos levou ao precipício de nossos valores foram os descaminhos propositais daqueles que, enfim, não existem mais...
Agora somos apenas nós, os idealistas, aqueles que nunca morrerão, que acreditam que o barro pode vir a ser um dia um homem com um sopro divino, e que esse barro – nossos físicos, e nossas personalidades – seja levado, depois da essência, do sopro, da chispa, do sol embutido, levado a crer que somos não apenas ambulantes em nome de uma inteligência vã, mas sim seres que andam, correm, voam, em nome de algo que subjaz a vã matéria: o Ser.
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