sexta-feira, 20 de julho de 2012

Vênus, Psiquês e Afrodites...



Vênus
  

Braços finos e longos ao chão...
Desmancham na cintura fina,
E iniciam minha sina,
Que carrego em minha alma... Solidão.

Teus olhos grandes me despertam,
Tua juventude em teu corpo,
São tais quais rios brandos em minha mão...

Não mo deixe te olhar,
És uma aparição!
Pareces uma pequena crença,
Uma pequena deusa,
A espera de oração.

Sou teu divino amor,
Que vos sente ao longo do teu passo,
Que canta como pássaro forte,
Como tambor do norte,
Beirando a sua santidade, ao pudor.

E divago em teus cabelos negros,
E nele navego marinheiro,
Sinto-me matreiro,
Quando não ouve meus apelos...

Teu rosto, tua face tão perfeita...
Harmoniza-se com teu céu e terras
Entre bestas e feras,

Em ruas cálidas eleitas,
Em meio a outras belas,
Porém cegas de nascença...

Em teus simples gestos meigos,
Tua alma voa em um mundo vão...
Desliga-se deste tão poderosa,
E religa-se ao meu coração.



Psiquê



Morenez que não descansa,
Assim é tua pele feroz;
Teu corpo esguio com fome,
Faz-me um homem sem voz.

Ainda, nesse manto tão puro,
Arrebento meu mar,
E tu, como rochas pontiagudas,
Traz-me eloquências sem ar.

Oh, mulher-criança,
Que dança sem canção,
Ouriça meu corpo solitário,
Ainda sem vazão.

Insulta-me ao longe,
Sem perceber,
Com tua graciosa pele,
Morreria por você.

Nada, todavia impedir-me-ia de te amar,
Por você, na montanha subiria,
De prédios altos pularia,
E caminharia em alto mar.

Mas... Nada é tão belo sem teu olhar,
Singelo por excelência,
Dá-me presença nas ausências,
Insulta-me sem pensar.

E carrego-te em meu colo,
Como príncipe que chegou,
A salvar-te do dragão da vida,
Até daquele que sou...



  

Afrodite



Do teu céu ela vem e me acorda,

Destoa a cantar de tua voz amada,

E de tuas asas brilhantes,

Encerra o esplendor da vida.

 

Teus olhos quão profundos são

A me deixar perdido em fossos,

Preso em meu âmago em solidão.

 

Vibram tais qual aquarela pura,

De cores frias e obscuras,

Ao passo belas e amantes,

Atingindo meu mundo distante.

 

Ela reina solitária em seu planeta,

Não há um ser a te clamar,

E bela onipotente em teu cometa,

Faz teu mito lírico a se formar.

 

E nas cadeias que formam estelar,

Brilha teu rosto alvo divino,

E quando nos desce o teu sino,

Corações acordam a te amar.

 

D.

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