segunda-feira, 30 de julho de 2012

O Banho Quente dos Romanos

Batalhas romanas: o banho quente como culpado.




Dizem que a água fria no corpo é uma forma de energizar-se,  pois atinge a nossa parte prana (enérgico) em cheio, e recua nosso cansaço físico e psicológico, ainda que seja até a saída do banheiro. Depois, voltamos na preguiça...

Um dia, perguntei a um professor de História que sabia muito sobre história clássica, sobre o que o havia acontecido com Roma, um dos maiores impérios da Antiguidade, por der caído, e ser tomada pelos bárbaros. Sua resposta foi sucinta... “O que acabou com Roma foi o banho quente”, disse ele, sem olhar para mim, que, ao perceber que ele estava por fazer algo, não insisti muito...

Sei que o que fez Roma cair foi mais que isso. Por ter trazido em seu exército homens de diversas nacionalidades, a defender uma pátria que, na realidade, já estaria em desacordo com os vieses sagrados aos quais obedecia, trouxe uma das maiores consequências de que se tem notícia, pois um homem pode até defender a sociedade em que viveu, mas morre pela família na qual nasceu...  E Roma esqueceu-se da família.

O “banho quente” dos romanos foi a falta de atenção àqueles homens que foram recrutados e que não deram a alma à Roma, como seus guerreiros naturais. Aqui cabe uma outra observação: pode até ser real o que o grande professor nos colocou, pois a história não mente quando diz que, um dia, antes mesmo de Leônidas, rei dos espartanos, ir à guerra apenas com seus trezentos, pois queria apenas guerreiros natos de Esparta nas guerras, não padeiros, açougueiros ou mesmo sapateiros voluntários. Estes, ainda que fossem fortes, atenciosos, brilhantes no exercício, não eram guerreiros natos, o que, para o rei, era uma qualidade mais que necessária para obtenção de suas vitórias, era a realidade espartana.

A Energia dos Homens


A energia a que tanto buscamos depende de fatores externos, assim como foi explicitado, mas muito mais de internos. Uma pode ser consequência da outra, ou seja, se nos mostrarmos fortes sempre em cada momento da vida, e sabendo lidar com essa força, sem deixá-la cair, estaremos demonstrando que há mais energias internas do que fora.

Ás vezes, uma palavra de alento, que burla nossa alma no momento mais frio, pode-nos transformar em super-homens por alguns momentos. O contrário também pode vir a acontecer, isto é, o que nos deu energia pode nos desestruturar tão fielmente quanto àquela que nos deus força.

A força também pode vir de grandes livros clássicos, nos quais grandes homens como Julio César, Alexandre, Ramsés, foram seres humanos, tais quais a nós, que conseguiram feitos tão grandiosos, que não se puderam destruir com o tempo, e mais, a forma como lidaram e venceram suas batalhas mesmo em momentos críticos, dos hoje duvidamos, mas acreditamos ao mesmo tempo.

Tais homens, ainda que referências para nós, tiveram suas energias em deuses, em máximas, em batalhas, pois eram apaixonados por elas; tiraram suas energias na educação, no conflito, no trabalho sagrado, e nas edificações ao oculto.

Mas para que energia?


A energia, assim com a do sol, como a luz própria de certos animais, da própria natureza, revela a grande alma e seu objetivo de subir aos céus, mas, em nosso caso, ainda que a tenhamos com seus ideais celestes, não podemos dizer que, hoje, “chegar aos céus” é a finalidade precípua dela, mas, pelo menos, realizar, em alguns momentos da vida, nossas atividades práticas, saindo de casa, caminhar, correr um pouco, vivenciar alguns espetáculos, enfim, de alguma maneira – ainda que seja soltando-se em uma discoteca – devemos desmistificar o fato de que não precisamos de tais coisas em razão de sermos velhos demais, ou mesmo colocando culpa no frio da época. É claro que esse recado não para todos rs, pois há muitos da melhor idade que acordam antes do sol nascer, com toda sua energia caminham quilômetros, e voltam a seus afazeres, bem cedinho.

A energia desses grandes seres é como vulcões adormecidos que explodem na manhã loucos para viver em função de algo natural e bom. É a vontade de viver, de está de pé, elucidando os mistérios da vida – brigando, amando, sonhando acordado, sentido a força que vem do céu para a matéria, e esta a ficar mais forte quando se tem um principio a cumprir durante o dia ou mesmo para a eternidade.

Quando minha querida mãe era viva, acordava, "suiçamente", todos os dias seis da manhã. Poderia dormir às três ou quatro horas, não importava, suas pernas fortes, mente e corpo, saltavam da cama como uma adolescente de setenta anos. Ia comprar o pão, varrer o quintal, prender o cachorro, fazer o café, e prepará-lo para todos os "anciões" de quinze a vinte anos de idade, limpar a casa, ligar a tevê, comentar as notícias e, enfim, começar o almoço às oito, para que, ao meio dia, estivesse pronto, e se este ultrapasse a hora, ela sempre dizia "já é de noite"! -- que mãe linda!

A nossa eternidade, como diria o grande mestre, está longe, mas isso não nos faz desatentos em relação ao nosso papel maior, que é o de tentar ser um pouco melhor a cada dia, nas mínimas coisas, mas muito pelo contrário: nos faz felizes, pois, aqui e agora, temos o perfume da natureza, os raios do sol, temos os sorrisos dos inocentes, temos a verdade das mães, temos o amor como ferramenta de união, ou seja, temos, sim, um pouco da eternidade...

Mas para conseguir sentir esse grande manto em nossos ombros, é preciso se tornar um pouco romano, antes do banho quente rs, ser guerreiro, defender a família, ser humano, ser forte, e lutar contra o mal que nos desafia todos os dias.

Para isso, é preciso levantar da cama, fazer suas orações, pois sabemos que somos parte do divino, assim como o bem e o mal o são, abraçar nossas causas, e sentir nas veias a energia, por si só, fazer seu papel.

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